segunda-feira, 22 de junho de 2020

CD Luiz Gonzaga Vou te matar de cheiro

Esse foi o derradeiro trabalho de Gonzaga, lançado em 1989. Mesmo sendo lançado há tanto tempo, Gonzaga continua com este e com todos os outros trabalhos sendo a melhor trilha sonora desta época e, apesar de estarmos em um momento atípico, é bom saber que dispomos desses clássicos para amenizar nossas dificuldades.

Neste trabalho, temos a maior parte das composições creditadas a João Silva, que também participa cantando em três faixas: Arcoverde meu, Ladrão de bode e a maravilhosa Uma pra mim uma pra tu. Esta última garantiu a festa e foi sucesso, juntamente com a faixa-título Vou te matar de cheiro e Xote ecológico, um grito tão atual pela natureza.

Completam o trabalho as faixas Vê se ligas para mim, Coração molim, Baião agrário, Pedaço de Alagoas, Na lagoa do amor, Já era tempo e Faça isso não. Outra compositora constante nesse e em tantos de seus trabalhos foi Ceceu. E penso que este e tantos de seus trabalhos só colaboram para o que venho afirmando nessa postagem: São João no Nordeste pra ser completo, tem que ter Gonzagão!

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de junho de 2020

♫O rei nas estrelas♫

Em épocas de festas juninas, o Nordeste brasileiro é destaque na música, com uma trilha sonora em que grandes nomes locais e nacionais, garantem a festa e as tradições cantadas e exaltadas nas letras. O poeta Petrúcio Amorim reverenciou nosso rei Luiz Gonzaga com essa belíssima canção, interpretada também por outro grande forrozeiro, Flávio José.

O rei nas estrelas traz uma letra que reverencia a partida de Gonzaga, mas que, como o próprio autor destaca, ele apenas se mudou para a terra das estrelas onde precisamente deve morar. E Petrúcio, como grande aprendiz da arte gonzaguiana consegue passar um pouco da importância que a natureza de nosso eterno astro ofereceu ao seu povo, sempre reverenciado, sobretudo nessa época.

O rei nas estrelas
Petrúcio Amorim

Quem viu a terra tremer
Quem viu o sol se esconder
Por entre nuvens, quem viu

Quem viu o tempo parar
Sabe também lamentar
Que o rei menino partiu

Mas quem chorou, não se iluda
Que um rei não morre, se muda
Pro reino da ilusão

Lá onde os astros se ouvem
Lá onde mora Beethoven
Mora o rei do baião

Luiz, luiz, luiz
Agora és estrela lá no céu
Luiz, luiz, luiz
O povo agradece o teu papel

Luiz, luiz, luiz
A asa branca diz pro sabiá
Enquanto houver sanfona
Um xote e um baião
Seu nome lembrará uma canção

Lá onde os astros se ouvem
Lá onde mora Beethoven
Mora o rei do baião

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Festa junina no Nordeste em 2020!

Este ano a festa junina deve ser diferente. Menos alegre, menos musical e menos tradicional. Muitos artistas, músicos e demais categorias que se envolvem com este evento serão prejudicados pela falta dele. Com esta pandemia, festas de ruas, enfeites, fogos, fogueira, shows, tudo isso foi cancelado.

Quem vive no Nordeste do Brasil respira essa tradição, regada à comida, danças, bandeiras, o colorido de uma tradição que nos faz esquecer, por vezes, alguns de nossos problemas. Sabemos que dá pra viver um pouco dessa festa, pois temos as músicas, os enfeites e podemos adaptar a tradição aos nossos lares. Mas, aquele artista, aquele produtor, aquele vendedor de comidas das festas nas ruas não participarão este ano, o que é muito lamentável.

Cidades como Caruaru, Campina Grande e tantas outras, que empregam tanta gente e brilham tão intensamente, estarão como fogueiras que não serão acesas. O que nos resta é cantar os velhos clássicos, assistir às lives e torcer para que no próximo ano tenhamos de volta nossa tradicional festa junina com toda segurança e brilho que seu colorido nos proporciona!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 8 de junho de 2020

♫Meu bombom♫

Semana dos namorados e procurar uma canção romântica é tarefa fácil quando se fala em música brasileira. E quando se casa isso com o Nordeste fica ainda mais fácil pois temos vários bons compositores que sabem cantar o amor em suas mais variadas formas. Nando Cordel é um desses mestres. Essa semana tem live dele, dia 09 e em outras edições, ele cantou essa que eu não conhecia.

Adorei a canção, pois com uma letra maravilhosa que destaca todo esse amor em ritmo nordestino, trata-se de uma belíssima declaração de amor, com todos os doces sentimentos de uma relação saudável, que nenhuma diabetes afeta! E viva às canções de Nando e de todos os artistas que cantam o amor bem vivido e celebrado em nossas vidas!

Meu bombom
Nando Cordel e José Moraes

Você tem gosto de mel de abelha
De rede macia quando esfria o sol
De doce de leite feito no tachinho
Sapoti madurinho quando cai do pé
De macaiba no final da baba
Caju e mangaba, coco, catolé

Meu bombom de vários sabores
De todos os amores que já desfrutei
Meu bombom doce cristalino
Voltei a ser menino quando te provei

A minha vida agora virou festa
Ah, se eu fosse poeta como seria bom
Eu te daria com certeza o céu
E um chão de estrelas
Mas, não tenho o dom
E sendo assim pra não te perder
Me torno o sanguessuga
Desse gosto que é você

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Rádio Nova Brasil FM 20 anos

Hoje liguei o rádio, ouvi alguns CD´s e depois fui ouvir rádio. Atualmente, escuto muito a Nova Brasil FM, que completa exatos 20 anos e que aqui em Recife opera sob a frequência 94.3. Não lembro exatamente quando comecei a ouví-la. No começo não curtia muito, pois ouvia os mesmos artistas com as mesmas músicas e também sentia falta de muitos dos meus favoritos, ausentes na programação da rádio.

Curto MPB e essa sigla, pra mim, reúne Tom, Chico, Caetano, Elis, Djavan, Marisa, Bethânia, Gal e Fagner, sempre presentes na programação, mas também Roberto, Fábio, Zé Augusto, Joanna, ausentes na programação. Nunca entendi direito esse negócio de rádio, o que toca e o que não toca. Como se trata de uma rádio segmentada, não sei quem ou o que delimita o repertório de artistas que entra ou não na programação.

Mas, a verdade é que, com o tempo, percebi que nessa rádio, como em algumas outras deste segmento, tocam artistas consagrados e também novos artistas, que não possuem espaço em outras. Soma-se a isso, entrevistas, notícias, eventos, lançamentos e grandes e inesquecíveis eternos sucessos. Parabéns Nova Brasil e parabéns ouvintes, nos quais me incluo, por termos um veículo valioso como esta rádio a nos acompanhar em nosso cotidiano, sob medida, rsrsr.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de maio de 2020

♫Essa fase do amor♫

Gosto de falar da obra, da voz, do trabalho do saudoso Emílio Santiago. É bom que todos lembrem ou saibam que existiu na nossa música um cantor daquele elevado quilate. Como seria bom se todos parassem para ouvir ao menos uma de suas magistrais interpretações. Considero o maior intérprete desse país, de todos os tempos e já falei disso antes. Curioso é que gravou canções que, como não são de autores consagradíssimos como Chico, Jobim ou Roberto, poderíamos dizer que são suas!

É o caso dessa canção, do grande compositor Altay Veloso, mas que, como não foi regravada por outros grandes nomes, pois poucos se atreviam regravar algo que Santiago imprimia sua marca, nos remete ao nosso inesquecível cantor. Sua letra saúda o amor em sua fase de paixão, coisa de iniciante e que alguns podem perpetuá-la para o decorrer de uma relação bem sucedida. Numa levada gostosa, quase bossa, a voz de Emílio parece deslizar sobre um lindo amor cantado e sussurrado em cada palavra.

Essa fase do amor
Altay Veloso

Essa fase do amor
É bonita demais, lua cheia
Se Netuno quiser
Posso me transformar em sereia.

Essa fase do amor
É bonita demais, é nascente
Se o sol me queimar
Posso me transformar em poente.

Que nem recheio de bombom
E as estrelas de néon sobre a aldeia
Nas veias um licor de anis
Me leva as ruas de Paris e incendeia.

E eu me sinto assim como um Deus Grego
Como um barco indo de Veneza pro oceano
Como um corcel dum beduíno
Como a emoção dos violinos dos ciganos.

E eu me sinto assim como um Zeus Negro
Convidado pra sentar na mesa dos Arcanos
E cear com toda realeza
E beber o vinho da nobreza dos humanos.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Olhando as estrelas - 69

A série que homenageia o encontro de nossas estrelas está de volta para destacar estrelas lá de Minas, do famoso Clube da esquina. Milton Nascimento é figura certa numa série como esta, dado seu talento associado à sua generosidade com seus colegas, sejam eles novatos ou veteranos. Não sei ao certo, mas acredito que Fernando Brant foi o colega com quem mais compôs e se estou errado em termos de números, estou certo em termos de sucessos.

Pois alguns de seus maiores sucessos foram compostos com ele, a citar apenas como exemplos: Maria maria, Canção da América, Ponta de areia, O vendedor de sonhos, Encontros e despedidas, Nos bailes da vida, Travessia, Bola de meia bola de gude, Canções e momentos, Roupa nova, Coração civil, Sentinela. Milton também gravou coisas que ele fez com outros parceiros, como por exemplo Paisagem da janela e Para Lennon e MacCartney.

Brant fez sua travessia em 2015, mas sua obra e, sobretudo, seu encontro com Milton ecoa por aí toda vez que alguém deseja cantar alguma de suas criações que, como sabemos, são verdadeiros clássicos, inesquecíveis na trilha sonora de todo brasileiro.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de maio de 2020

♫Desculpe o Auê♫

Recentemente vi Rita Lee em uma pequena participação numa live cantando junto a Roberto. E quantas canções inesquecíveis essa dupla já não presenteou nosso país? Uma delas é este clássico de 1983, gravado por Fábio Jr., em 1994 e também por Lulu Santos, no CD Baby baby todo em homenagem à diva. Mas, a versão definitiva, a meu ver é aquela apresentada no acústico MTV de 1997, em dueto com Paula Toller, do Kid Abelha.

Eu diria que a letra de Desculpe o auê é a forma moderna de se pedir perdão por uma grande furada, que todos nós cometemos um dia, com alguém que muito amamos. E, muitas vezes, tais erros são reconhecidos por manhas próprias, descritas na canção com toda empatia de quem conhece o assunto e a forma primordial de se consertar, com uma declaração daquelas que, literalmente, nos leva ao espaço! 

Desculpe o auê
Rita Lee e Roberto de Carvalho

Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrilhas, motim
Perdi a cabeça
Esqueça

Da próxima vez eu me mando
Que se dane meu jeito inseguro
Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar os anéis de Saturno

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Livro Elis Regina - Nada será como antes

Em tempos de quarentena temos um momento para lermos grandes livros. E foi o que me aconteceu: acabei de ler Elis Regina - Nada será como antes, de Júlio Maria, lançado em 2015 pela editora Master Books. Com mais de 400 páginas, divididas em 25 capítulos, conheci um pouco sobre a história de um dos maiores nomes da nossa música, para muitos, a maior.

Desde sua estreia no planeta, no Rio Grande do Sul, até sua estreia no Rio, até sua estreia em disco, até sua estreia em shows, até sua estreia na música brasileira, onde marcaria para sempre com todos os seus sucessos, com toda a alma exposta em suas interpretações, com toda repercussão de sua carreira internacional, com toda sua interação com outros nomes da nossa música.

Realmente, além de conhecer a história desse ícone da música popular dos anos 60 e 70, o leitor também tem a chance de entender todo o universo cultural e histórico do Brasil nestes anos difíceis e de como Elis e tantos outros fizeram a diferença para o povo brasileiro, que perdeu sua estrela tão cedo, mas que ainda contempla o brilho eterno de sua passagem entre nós!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 27 de abril de 2020

♫Proposta♫

Entre as tantas canções clássicas da dupla Roberto e Erasmo, essa é uma das preferidas de muita gente. Lançada originalmente em 1973, regravada depois em 1988, 2011, por seu autor, essa canção também teve releituras dos mais diversos intérpretes desde o outro autor, Erasmo, passando por Simone, Eduardo Lages e Zizi Possi, entre outros. Tornou-se também um grande clássico em espanhol.

Em seus shows, Roberto afirma que Proposta foi sua  primeira ousadia em combinar sexo com amor. Convenhamos que se trata de uma daquelas grandes canções que citam cenas de sexo, sem perder o pudor e com a elegância que o tema pede. A letra original seria corrigida mais tarde, ao invés de "No" amanhecer, temos "ao" amanhecer. Já ouvi que Vinícius de Moraes adorava essa canção. E nós, também, embora eu prefira as versões ao vivo ao invés da original, que acho enfadonha. Mas, a letra é de uma poesia pura, completa e que se renova toda vez que se termina como se começa: propondo o amor!

Proposta
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Eu te proponho
Nós nos amarmos
Nos entregarmos
Neste momento
Tudo lá fora
Deixar ficar

Eu te proponho
Te dar meu corpo
Depois do amor
O meu conforto
E além de tudo
Depois de tudo
Te dar a minha paz

Eu te proponho
Na madrugada
Você cansada
Te dar meu braço
No meu abraço
Fazer você dormir

Eu te proponho
Não dizer nada
Seguirmos juntos
A mesma estrada
Que continua
Depois do amor
Ao amanhecer

Eu te proponho...

Um forte abraço a todos!