quinta-feira, 5 de março de 2009

Um coração de mel de melão...

Joyce Silveira Moreno, ou simplesmente Joyce é mais uma grande cantora, compositora e instrumentista brasileira, também natural do Rio de Janeiro. Atualmente usa o nome artístico mais completo como Joyce Moreno. Sob forte influência da Bossa Nova, Joyce teve sua estréia musical em 1964, participando no disco do grupo Sambacana, a convite de Roberto Menescal.

Cursou Jornalismo na PUC do Rio, enquanto evoluia no estudo autodidata do violão. Participou de Festivais e trocou o jornalismo pela música em definitivo a partir de 1968 (embora conclua seu curso em 1970), quando grava seu primeiro disco, com arranjos de Dori Caymmi e texto de apresentação de Vinícius de Moraes. Precisava de um melhor pontapé?

Seu segundo disco teve como estreante na produção Nelson Motta e já partiu para excursão internacional com Edu Lobo. Outras turnês importantes contaram com parceiros de peso, como Vinícius de Moraes e nos anos 70, Joyce começou a ser regravada por outros intérpretes como Maria Bethânia, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, entre outros e vários sucessos se sucederam como Acorda amor, Aos pés da Santa Cruz, Monsieur Binot, Essa mulher, Da cor brasileira, Delicadeza, Feminina, Mistérios, Clareana, Mulheres do Brasil, etc.

Joyce é pouco conhecida entre as novas gerações e aparece pouco na mídia sendo tida como uma cantora mais "refinada" e "elitizada", tipicamente da Bossa Nova. Entretanto seu talento e sua musicalidade são incontestáveis e se faz necessário contar um pouco de grandes artistas como essa que só enriquecem nossa música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de março de 2009

Festa da música tupiniquim...

Gabriel Contino, mais conhecido como Gabriel, o pensador é o mais famoso cantor e compositor de rap da música brasileira. Natural do Rio de Janeiro, dedica-se a criar letras de crítica social e moral, usando o rap como estilo para sua arte.

Cursou Comunicação Social na PUC do Rio e sua primeira composição foi Tô feliz (matei o presidente) em alusão ao recente impeachment do então presidente Fernando Collor. Foi contratado pela Sony, apesar da música ter sido censurada e conseguiu lançar seu primeiro disco em 1993, que continha os hits radiofônicos Lôraburra (que foi tida inicialmente com um preconceito contra as louras, depois entendida como uma alusão às mulheres inteligentes), Retrato de um playboy e Lavagem cerebral. Em 1995 lançou seu segundo álbum, mas não alcançou o mesmo êxito do primeiro.

Foi em 1997, com o disco Quebra-cabeça, que Gabriel alcançou notoriedade com as faixas 2345meia78, Cachimbo da paz e Festa da música (que reunia vários trechos de canções dos mais variados artistas da música brasileira). Outros sucessos seguiram como Tô vazando, Astronauta, Nádegas a declarar, Não dá pra ser feliz, Se liga aí, Até quando, Tem alguém aí, Brasa, Mandei avisar, Cara feia, Palavras repetidas, etc.

Gabriel levantou a bandeira do rap e enfrentou barreiras e preconceitos com esse ritmo, geralmente incompreendido, que denuncia aos quatro cantos os mais variados problemas sociais. Falando a linguagem atual da juventude, consegue apresentar com irreverência e inteligência seu trabalho, divulgando esse estilo musical que muito tem a dizer sobre as camadas mais populares desse país!

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de março de 2009

As cidades cantadas - 2

Hoje é aniversário do Rio de Janeiro, dessa cidade abençoada, que tantos, no qual me incluo, desejam um dia visitar. O Rio é, sem sombra de dúvidas, uma das cidades mais cantadas do mundo. Referência do Samba e da Bossa Nova, foram diversos intérpretes e compositores que já dedicaram em seu repertório uma homenagem à Cidade maravilhosa!

O Rio com suas paisagens é reverenciado pela música brasileira, seja em Copacabana (princesinha do mar) de João de Barro, ou Sábado em Copacabana do baiano Caymmi, ou a Lua do Leblon de Fagner. Chico Buarque defende que o Rio será uma cidade submersa para Futuros amantes. O Rio de Janeiro continua lindo e Gilberto Gil manda Aquele abraço! E Tom Jobim cantou sua terra amada, cantou o Corcovado e fez um Samba do avião que aponta muitas outras paisagens, sendo a escolhida para essa homenagem, embora tantas outras canções reverenciem a Cidade maravilhosa do compositor André Filho!

Samba do avião
(Tom Jobim)

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar, praias sem fim
Rio, você foi feito prá mim

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar

Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Martinho da Vila - 3.0 Turbinado ao vivo

Produzido pelo maestro do samba, o grande Rildo Hora e lançado em 1998, Martinho 3.0 Turbinado é o resultado de um grande show do Martinho da Vila, com seus maiores sucessos e alguns inéditos, numa comemoração por 30 anos de carreira.

Gravado no Rio de Janeiro, esse show retrata uma simples rodada de samba com grandes sucessos indispensáveis, a começar pelos medleys Batuque na cozinha/Patrão prenda o seu gado/Pelo Telefone e Quem é do mar não enjoa/Não chora, meu amor/Segure tudo. Numa boa roda de samba também não pode faltar Na aba, nem as inéditas, gravadas em estúdioVem chegando chega mais, Quem foi que disse, Pra poder te amar e Makezu, todas presentes no repertório.

Mas, é o clima de roda de samba, com pandeiro e côro de público que sentimos a proposta desse show onde Martinho desfila seus grandes clássicos como Se eu sorrir tu não podes chorar, Disritmia/Ex-amor, Menina moça, Aquarela brasileira, Calango longo, Meu off Rio e Mulheres/Minha e tua. Martinho também navega por outras praias ao interpretar Cama e Mesa (Roberto e Erasmo) e Valsinha (Chico e Vinícius), afimando que esta última gostaria de ser seu compositor. Pra encerrar, outros dois medleys que também não podem faltar em uma roda de samba da melhor qualidade: Canta canta minha gente/O pequeno burguês/Pra que dinheiro?/Casa de bamba e, por fim temos Devagar devagarinho/Madalena do Jucu.

É um registro histórico para os fãs do Martinho curtirem seus grandes sucessos ao vivo e para todos aqueles que gostam de uma boa roda de samba com aquelas canções que contam boas histórias que só sambistas como Martinho da Vila sabem contar para nós!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Eu fiz tudo pra você gostar de mim...

Vamos recordar uma das mais famosas e populares artistas que esse país já conheceu e que completou cem anos recentemente: Maria do Carmo Miranda da Cunha, ou simplesmente Carmem Miranda, "a pequena notável", natural de Portugal, mais um presente que recebemos dessa terra que tanto amamos! Pouco depois de seu nascimento, seus pais migraram para o Brasil. Entre as décadas de 30 e 50, sua carreira transcorreu entre Brasil e Estados Unidos, unindo essas terras em torno de sua cultura.

Curioso é que seu sucesso começou em 1930, justamente com a marcha Pra você gostar de mim (Taí) e ao final daquele ano já era apontada como a maior cantora do país. Ali começou sua carreira no rádio e sua turnê internacional, começando por Buenos Aires, passando por toda América Latina até chegar aos Estados Unidos, onde tornou-se uma das artistas mais conhecidas até hoje em terras americanas. Atuou como atriz de rádio e do cinema, com bastante êxito.

Carmem tornou-se inesquecível não apenas por usar uma "penca" de frutas na cabeça, mas por unir dois povos tão diferentes em torno de sua cultura, seja no cinema ou em canções como As cinco estações do ano, Alô alô..., Aquarela do Brasil, Balancê, Cantoras do rádio, Chica-chica-bum-chick, Mamãe eu quero, Me dá me dá, Na baixa do sapateiro, No tabuleiro da baiana, O que é que a baiana tem, South American Way, Tico tico no fubá, entre outras que só contribuíram para aclamarmos eternamente a primeira grande artista do Brasil a ser reconhecida em todo o mundo!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Os compositores do Brasil - 12

Lourenço da Fonseca Barbosa é o Capiba, o mais conhecido compositor de frevos do Brasil. Um dos pernambucanos ilustres do século passado, Capiba é natural de Surubim, mesma terra de Chacrinha. Filho de músico, aos oito anos já tocava trombone, incentivado pelo pai, que era maestro da banda municipal de Surubim/PE. Mudou-se para a Paraíba e posteriormente, Recife, já aos 26 anos. Aos 20 anos gravou seu primeiro disco. Foi funcionário do Banco do Brasil e formou-se em Direito, nunca exercendo a profissão!

Foi na composição e em especial no frevo que Capiba encontrou seu berço, escrevendo mais de 200 canções que ficaram imortalizadas nas festas carnavalescas de Pernambuco e do país afora. Seja em blocos carnavalescos, nas ladeiras de Olinda, em algum trio elétrico, nas rádios, no Galo da madrugada, enfim, nessa época do ano sempre escutamos coisas do Capiba como É de amargar, Oh! Bela, A mesma rosa amarela, De chapéu de sol aberto, É hora de frevo, Madeira que cupim não rói, Olinda cidade eterna, Manda embora essa tristeza, Casinha pequena, Juventude dourada, Só pensa naquilo, Quem vai pro farol é o bonde de Olinda, entre outras.

Capiba também compôs outros gêneros e suas canções obtiveram êxito, como é o caso da canção Maria Bethânia, sendo gravado por diversos intérpretes nacionais como Mário Reis, Nelson Gonçalves, Caetano Veloso, entre outros, além do mais constante e amigo Claudionor Germano. Tricolor confesso, compôs uma canção que seria um hino para o Santa Cruz, O mais querido. Participou de diversos festivais, além de musicar poemas e peças teatrais em parceria com gênios como Vinícius de Moraes e Ariano Suassuna, respectivamente. Capiba foi ao andar de cima em 1997, mas deixou como herança a alegria de tantos foliões que, por essa época e por tantas outras, repetem seus versos com alegria no rosto!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Turbilhão

A canção escolhida para esse domingo de carnaval é de Moacir Franco, já retratado aqui no post do dia 18/09/2008 (é só procurar nos arquivos ou na seção "Quero saber sobre", digitando seu nome e clicando em buscar). Trata-se de Turbilhão, uma das mais executadas nessa época e que reproduz bem o carnaval até bem pouco tempo, quando o tema central da festa era alegria, fantasia e festa.

Nos dias atuais, a festa fica mais centrada em bagunça e violência, o que é uma pena, para uma festa tão popular e tão festejada em nosso calendário. Graças a Deus ainda existem alguns pólos para a família brasileira se divertir, como o Marco Zero, aqui no Recife! Não sou contra a diversidade, mas é preciso ter cuidado com a preservação de algumas tradições que só fizeram bem! E quanto à violência, seria muito bom que nem aparecesse, embora seja sempre penetra para acabar com a festa. Mas, recordar é legal, então vamos de Turbilhão:

Turbilhão
(Moacir Franco)

A nossa vida é um carnaval
A gente brinca escondendo a dor
E a fantasia do meu ideal
É você, meu amor

Sopraram cinzas no meu coração
Tocou silêncio em todos clarins
Caiu a máscara da ilusão
Dos Pierrots e Arlequins

Vê colombinas azuis a sorrir laiá
Vê serpentinas na luz reluzir
Vê os confetes do pranto no olhar
Desses palhaços dançando no ar

Vê multidão colorida a gritar lará
Vê turbilhão dessa vida passar
Vê os delírios dos gritos de amor
Nessa orgia de som e de dor
La lalaia lalaia lalaia...

Um forte abraço a todos e um ótimo carnaval!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Zeca Pagodinho Acústico Mtv

Hoje abordaremos um dos melhores Acústicos da Mtv de todos os tempos: Zeca Pagodinho. Lançado em 2003, sob a produção do maestro Rildo Hora, esse cd/dvd foi um sucesso tão grande que o sambista teve o feito inédito de lançar um outro Acústico Mtv em 2006, abordando os sambas de gafieiras. Entretanto é com o primeiro que Zeca obteve um maior êxito e o abordaremos com mais ênfase!

O show é recheado de clássicos da obra do Zeca, com direito a todos aqueles sambas deliciosos que estamos acostumados a ouvir e cantarmos juntos, quando não sambarmos também! Estão lá Quando eu contar, Brincadeira tem hora, Patota do Cosme, Lama nas ruas e Maneiras, numa mescla de sucessos do início de sua carreira com coisas mais recentes!

O que dizer da irreverente O penetra, que foi direto para as rádios e lá ficou? Temos também Lá vai marola, Comunidade carente, Chico não vai na corimba (presente apenas no dvd), Faixa amarela(apenas no dvd), Maneco telecoteco e Vacilão, essa última, uma das mais lindas letras que Zeca já cantou e interpretou com sua forma ímpar e sua marca inconfundível.

Nesse dvd e em toda roda de samba não falta Não sou mais disso, além de Saudade louca(apenas no dvd), Corri pra ver(apenas no dvd), O sonho não acabou(apenas no dvd), Vai vadiar e Coração em desalinho, essas duas últimas com direito à participação da Velha Guarda da Portela em um côro irresistível e fascinante. Mas, não paramos por aí, pois pela frente só clássicos: Alto lá, Pago pra ver, Jura, Seu balancê, Posso até me apaixonar, Caviar, Samba pras moças, Verdade e Deixa a vida me levar.

O segundo projeto foi dedicado à gafieira, como mencionado acima com destaque para as canções Beija-me, Tive sim e Judia de mim, além de um repeteco em Coração em desalinho, Verdade e Deixa a vida me levar. São projetos para quem curte o Zeca e curte um bom samba, de altíssima qualidade e produção levados especialmente para aqueles que gostam de repetir a frase "Deixa a vida me levar, vida leva eu..."

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Faz assim que eu posso até me apaixonar...

Entrando nas comemorações carnavalescas, hoje apresentamos um sambista recente da melhor safra: João Eduardo de Salles Nobre, ou simplesmente Dudu Nobre. Aos seis anos começou a aprender piano clássico e, aos nove, ganhou um instrumento que se tornaria inseparável: seu cavaquinho.

Dudu sempre esteve perto de músicos da mais alta categoria, como é o caso do baterista Wilson das Neves, Beth Carvalho, Almir Guineto e Zeca Pagodinho, este útimo, considerado seu padrinho musical, com quem tocou aproximadamente seis anos. Em 1999, lança seu primeiro disco, com a produção do grande Rildo Hora, mestre na produção dos maiores sambistas do país!

Como intérprete ou compositor de destaque, Dudu Nobre já lançou grandes hits, como A grande família (presente na trilha desse programa semanal), Água da minha sede, A família aumentou, No mexe mexe no bole bole, Posso até me apaixonar, Goiabada cascão, Vou botar teu nome na macumba, entre outras que não podem faltar em uma boa roda de samba, que conta com mais esse nome contemporâneo no mundo do samba.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Estudando Tom Zé

Já tava devendo um post a esse grande músico brasileiro: Antônio José Santana Martins, mais conhecido como Tom Zé. Cantor e compositor, Tom é associado ao movimento musical conhecido como Tropicália, nos anos 60. Baiano, desde pequeno aprecia a música, tendo estudado violão.

Em 1968, participa da Tropicália ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia em shows que aconteceram em Salvador e São Paulo e na gravação do disco Tropicália ou Panis et circenses em 1968. Ainda nesse ano, leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção São, São Paulo, Meu Amor.

Tom lançou vários discos na década de 70, entretanto não obteve o reconhecimento merecido. Já na década de 80, seus lançamentos obtiveram espaçamentos maiores, mas sempre experimentando um som todo próprio e original. No final dos anos 80, finalmente é redescoberto pelo músico David Byrne, que em visita ao Rio de Janeiro resolveu lançar toda sua obra nos Estados Unidos, onde obteve sucesso de crítica. Foi a partir daí que Tom conseguiu êxito merecido no mercado americano, europeu e brasileiro, sobretudo após o lançamento de seu álbum Com defeito de fabricação, em 1998, que foi eleito um dos dez melhores do ano pelo jormnal The New York Times.

Em 2006 foi lançado um documentário sobre sua vida e obra, intitulado Fabricando Tom Zé. Ano passado, Tom mereceu destaque com seu cd Estudando a Bossa, onde aproveita as comemorações dos 50 anos de Bossa e completa sua trilogia de "Estudando", pois já havia lançado antes Estudando o Samba e Estudando o pagode. No Estudando a Bossa, além de abordar o movimento de forma particular, Tom divide os vocais com 12 artistas, entre eles Fernanda Takai, David Byrne, Zélia Duncan, entre outras. E, com esses e tantos outros trabalhos, Tom mostra porque merece nosso reconhecimento, sobretudo por alguns sucessos como 2001, A felicidade, Amar, A volta do trem das onze, Asa branca, Iracema, Mã, Um Oh! e um Ah!, Nave Maria, Cademar, Xique-xique, Se, Taí, entre outras.

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Planeta Água

Hoje abordaremos um clássico da obra do Guilherme Arantes: Planeta água. E essa canção cabe em qualquer discussão sobre o bom trato desse nosso bem mais que precioso, dessa nossa verdadeira riqueza: a água.

Não sei porque, mas nós parecemos tão descuidados em relação a esse assunto que nunca se esgota! Precisamos tratar nosso planeta com mais carinho, com mais amor, reconhecer as belezas que ele nos proporciona e cultivar nele um bom arado para que essas belezas se perpetuem em direção a nossas decendências, afinal, não queremos encontrar paisagens apenas em museus no futuro!

Então creio que seja por aí, amarmos o nosso planeta e isso conseguimos em simples atitudes como economizar nossa água, cuidar do verde, plantar boas palavras e colher sempre bons frutos de nossas atitudes!

Planeta água
(Guilherme Arantes)

Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um profundo grotão

Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção

Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Encontro musicais em discos...

Nossos artistas sempre nos presentearam com ótimos trabalhos, alguns dos quais destaco semanalmente para todos vocês! Imaginem quando eles se juntam para realizarem um trabalho em comum, tipo compor alguma canção, tocarem juntos, gravarem juntos uma faixa. E o que dizer : gravarem um disco inteirinho juntos?

Foi o que aconteceu por exemplo em 2008, com o cd/dvd Amigo é casa que reuniu duas grandes vozes femininas da melhor qualidade: Simone e Zélia Duncan juntas em um projeto que reuniu grandes hits de sua carreira e traçou um paralelo de como suas obras se encontram, sobretudo pela influência que uma exerceu sob a outra. Destaque para canções como Grávida, Meu ego, Idade do céu, Encontros e despedidas, Jura secreta, Alma e Tô voltando.

Pois é, 2008 foi um ano em que tivemos ao menos três grandes lançamentos nesse formato. Um deles já foi comentado aqui nesse blog no dia 14/12/2008 (é só procurar nos arquivos de dezembro ou no campo "Quero saber sobre"), que é o projeto que reuniu Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim, numa comemoração aos 50 anos de Bossa nova. Destaque para Wave, Inútil paisagem, Por causa de você, Corcovado/Samba do avião e Tereza da praia.

E ainda em 2008, tivemos outro encontro musical em outra praia. O rock brasileiro recebeu de presente a união pra lá de especial das bandas Paralamas do Sucesso e Titãs, juntos e ao vivo, em cd e dvd. Destaque para Marvin, Uma brasileira, A novidade, Comida e Meu erro.

Mas, não é de hoje ou de ontem que nossos artistas se juntam. E isso ocorre nos mais variados estilos: Nos anos 90, por exemplo, as três maiores duplas sertanejas do país gravavam anualmente discos que os uniam em torno de seu especial de final de ano e de seus convidados. Pois é, Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e, tantos outros ilustres participaram de várias edições do projeto Amigos.

Agora, me responda: o que dizer desses dois medalhões ao lado juntos? Pois é, Milton Nascimento e Gilberto Gil já fizeram um disco inteiro juntos em 2000, depois de tanto tempo fazendo música de qualidade, separados. Destaque para Sebastian, Duas sanfonas, Ponta de areia, Palco e Baião da garoa.

Mas, é claro que não podemos parar por aqui. O que falar do Fagner? Fez isso de forma brilhante em dois momentos de sua carreira, um com os dois discos que gravou com Luiz Gonzaga (destacados no post do dia 21/06/2008) e, mais recentemente, no disco que gravou em parceria com Zeca Baleiro. O que dizer dos discos gravados por Ângela Maria e Agnaldo Timóteo? Mas, não podemos esquecer de Chico Buarque e Maria Bethânia ainda na década de 70, ou de Chico e Caetano nos anos 80! Poderíamos também falar do projeto Grande encontro, gravado pelos nordestinos Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Zé Ramalho. Bom, mas isso pode ser temas de posts futuros. E claro, poderíamos citar muitos outros discos em duplas, por artistas que não são duplas convencionalmente, porém, enxergam em sua união um novo formato de trabalho onde os premiados somos todos nós!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Conhecer as manhas e as manhãs...

Mais um grande nome da música sertaneja raiz, Almir Eduardo Melke Sater é o Almir Sater, violeiro, cantor, compositor e ator, natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Atuando sempre ao lado de parceiros marcantes em sua carreira como Sérgio Reis e Renato Teixeira, Almir oferece a música sertaneja regional.

Chegou a cursar Direito, trocando o curso pela música. Já em São Paulo, acompanhou artistas como Tetê Espíndola e lançou seu primeiro disco em 1981. Paralelamente à sua carreira de cantor, a partir dos anos 90 atuou nas novelas Pantanal, Bicho do mato, Ana Raio e Zé Trovão e Rei do gado, fazendo, nesta última, o papel de dupla caipira ao lado de Sérgio Reis.

As canções mais conhecidas de seu repertório, compostas por ele ou interpretadas são A saudade é uma estrada longa, Amanheceu peguei a viola, Beijinho doce, Cabecinha no ombro, Chalana, Moreninha linda, No rancho fundo, O cio da terra, Rei do gado, Romaria, Saudade, Tristeza do Jeca, Um violeiro toca, Viola enluarada e Tocando em frente, seu maior sucesso já gravado por diversos artistas e imortalizado por Maria Bethânia.

Almir é esse grande nome da música sertaneja raiz, que encanta com seu violão e seu jeito manso de cantar canções que retratam o interior desse país tão lindo e tão cantado em suas mais diversas paisagens, que são facilmente descritas no repertório de artistas como esse!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os compositores do Brasil - 11

As série Compositores do Brasil traz hoje, talvez o maior compositor de todos os tempos, ou ao menos o maior de seu tempo: Noel de Medeiros Rosa. Dez a cada dez compositores brasileiros reconhecem seu talento e sua contribuição imensurável na música brasileira. E curioso é que o carioca Noel viveu pouco, apenas 26 anos, mas teve uma obra criativa fantástica, unindo o samba do morro ao do asfalto.

Noel foi um garoto de classe média e na adolescência aprendeu a tocar bandolim e posteriormente violão, sempre "tocando de ouvido", ou seja, sem aulas. Tentou o curso de Medicina, mas seduziu-se pela música. Suas noitadas de boemia renderam participação em vários grupos, entre eles o Bando dos Tangarás, do qual também participou João de Barro, o Braguinha. Em 29, arriscou suas primeiras composições: Minha viola e Toada do céu.

Mas, foi em 1930 que veio o sucesso com a canção Com que roupa?, que atravessa décadas como algo irreverente e um samba dos mais refinados. E foram mais de trezentas composições nesse curto espaço de vida artística ( até 1937), como algumas que se tornaram clássicos de nossa música e atravessaram o tempo de forma sempre atual: Conversa de botequim, Feitiço da Vila, Feitio de oração, Fita amarela, Palpite infeliz, Pra que mentir, Dama do cabaré, Pierrô apaixonado e tantas outras interpretadas por Francisco Alves, Mário Reis e Aracy de Almeida que visitaram sua obra constantemente.

Noel foi um artista a frente de sua época e um simples post como esse é ínfimo diante de sua oferta e memória musical. Entretanto é importante saber que há mais de um século que nossa música é, sem sombra de dúvidas, a melhor do mundo e não é pretensão pensar assim pois pessoas como Noel Rosa estão aí para provar essa "atrevida" frase!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A janela

Domingo é dia de letra de música brasileira. E hoje abordaremos a temática casa x família. Muitos de nós já tivemos vontade de sair de casa, de nos aventurarmos pelo horizonte em busca de nossos ideais, de nossa tão sonhada liberdade.

É o que nos traz essa canção de Roberto e Erasmo, gravada pelo rei em 1972 e tão atual, nos pondo em confronto de gerações com nossos pais, com nosso lar, com nossa maneira de buscar e pensar nosso futuro. E ao refletir sobre essa letra tão fantástica, tão decisiva, tão completa, só posso pensar: Meu Deus, que bom que o Roberto é um dos mais afinados instrumentos do mundo em termos de afinação divina!

À janela
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Da janela o horizonte
A liberdade de uma estrada eu posso ver
O meu pensamento voa livre em sonhos
Pra longe de onde estou

Eu às vezes penso até onde essa estrada
Pode levar alguém
Tanta gente já se arrependeu e eu
Eu vou pensar, eu vou pensar

Quantas vezes eu pensei sair de casa
Mas eu desisti
Pois eu sei lá fora eu não teria
O que eu tenho agora aqui

Meu pai me dá conselhos
Minha mãe vive falando sem saber
Que eu tenho meus problemas
E que às vezes só eu posso resolver

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Novamente eu penso ir embora
Viver a vida que eu quiser
Caminhar no mundo enfrentando
Qualquer coisa que vier

Penso andar sem rumo
Pelas ruas, pela noite sem pensar
No que vou dizer em casa
Nem satisfações a dar

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Penso duas vezes me convenço
Que aqui é o meu lugar
Lá fora às vezes chove
E é quase certo que eu vou querer voltar

A noite é sempre fria
Quando não se tem um teto com amor
E esse amor eu tenho mas, me esqueço
Às vezes de lhe dar valor

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Tudo tem seu tempo
E uma vida inteira eu tenho pra viver
E nessa vida é necessário a gente
Procurar compreender

Coisas que aborrecem
Muitas vezes acontecem por amor
E esse amor eu tenho esquecido às vezes
De lhe dar valor

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Os eternos Trapalhões...

Há algum tempo que desejo destacar esses lançamentos. Embora seja um Blog de música, gostaria de destacar àqueles que ainda não sabem que os filmes dos trapalhões estão nas lojas, por preços acessíveis. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fizeram a alegria de minha e de muitas infâncias país afora.

E não podemos dissociá-los da música, pois nem todos perceberam, mas grandes nomes brasileiros participaram da trilha de diversos filmes dos trapalhões, que foram campeões de bilheteria em um tempo em que o cinema nacional tinha pouquíssimo investimento. Cantores como Lenine, Ney Matogrosso, Rita Lee, Jorge Aragão, entre outros participaram da trilha sonora de filmes que marcaram a infância e juventude de muitos que não viviam sem aquelas atrapalhadas ingênuas.

Em 1981, o quarteto lançou o filme que seria o campeão de bilheteria. Com repertório de Chico Buarque, fizeram uma adaptação de uma de suas mais famosas peças e lançaram Os Saltimbancos trapalhões, esse em destaque na imagem. Outros títulos entraram para a história do cinema nacional como As minas do rei Salomão, Na serra pelada, O rei do futebol, O casamento dos trapalhões, No rabo do cometa, O mágico de Oroz, O cangaceiro trapalhão, No planalto dos macacos, etc.

Os trapalhões fizeram história no cinema e nas telinhas brasileiras. Basta comprovar o filme O mundo mágico dos trapalhões onde comemoram 15 anos e dominavam a audiência dominical durante vários anos. Mussum e Zacarias já estão no andar de cima, mas é sempre prazeroso reviver esse momento não apenas de nostalgia, mas de gargalhadas do eterno quarteto que brilhou na vida dos brasileiros durante anos.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Queijinho de Minas

Martha Vieira Figueiredo Cunha é mais um nome inesquecível da Jovem Guarda: a Martinha, como é sempre reconhecida. Natural de Belo Horizonte, o apelido que abre esse post ganhou do rei Roberto Carlos, que imortalizou um de seus maiores sucessos Eu daria minha vida, também gravada posteriormente por Fafá de Belém.

Martinha começou sua carreira muito cedo, pois aos 19 anos já compôs essa que seria o pontapé para sua carreira de grandes composições. De lá pra cá, já lançou 23 discos e compôs para diversos artistas, sobretudo os sertanejos mais atualmente. Para o rei, além da citada, compôs a canção Tudo, presente no álbum Amor sem limite de 2000.

Entre outros sucessos da Martinha, interpretados por ela ou por outros intérpretes como Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Ângela Maria, Gilliard, Moacir Franco, podemos citar Eu te amo mesmo assim, Barra limpa, Aqui, Só sonho quando eu penso que você sente o que eu sinto, Nossa canção, Contradições, Vai ser assim, Vem provar de mim, Queixas, Pouco a pouco, Machucando o coração, etc.

Martinha continua fazendo shows com sua inconfundível voz e, em seu piano, compondo canções cada vez mais lindas, sendo relembrada sempre como grande nome da Jovem Guarda e das baladas românticas!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Calor musical

Já abordamos no mês de setembro, as Flores musicais que esse país tupiniquim nos oferta, em reverência à Primavera. Hoje, em decorrência do Verão, vamos abordar o calor, não como uma energia em trânsito, como observamos em física, mas envolto a notas musicais verde e amarelas.

O calor é um tema recorrente no repertório de diversos artistas. Margareth Menezes por exemplo já mandou um "Vem mostrar pra mim o seu calor..." em Me abraça e me beija. Ney Matogrosso também expressou sua temperatura em Um pouco de calor com "Eu preciso de um pouco de calor..." Mas, isso não se restringe apenas à musica brasileira: Julio Iglesias já lançou um disco com o título Calor. Não é que essa temperatura é mesmo abrangente?

Adriana Calcanhoto foi indiferente a essa energia em Depois de ter você onde afirma " Depois de ter você, pra que querer saber que horas são, se é noite ou faz calor..." Mas, muito antes dela, Dalva de Oliveira já demonstrava outra forma imprescindível de calor em Que será: "Que será da minha vida sem o teu calor..." Arnaldo Antunes recentemente pediu Socorro por não sentir a mesma energia debatida: "Socorro não estou sentindo nada, nem medo, nem calor, nem fogo, nem vontade de chorar, nem de rir..."

Caetano Veloso também defeniu um certo Menino do rio com "Menino do rio, calor que provoca arrepio..." E o que dizer do clássico Carinhoso de Pinxiguinha num convite tentador: "Vem, vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus..." Em Bye, bye Brasil, Chico Buarque define o tempo: "Aqui ta fazendo calor, deu pane no ventilador..."

A temperatura sobe quando a referência é a estação Verão como em No mesmo verão do rei Roberto Carlos: "Você é mais quente que vinte janeiros, que dez fevereiros no mesmo verão..." Marina Lima anunciou a chegada da estação em Uma noite e meia: "Vem chegando o verão, um calor no coração..." José Augusto cantou as Chuvas de verão e Marcos Valle o Samba de verão. Roupa Nova aclamou a estação em Canção de verão: "É verão, bom sinal, já é tempo de abrir o coração e sonhar..." Carlos Lyra saiu com seu barquinho em um "Dia de luz, festa do sol..." Tom Jobim também alertou para o fim do verão com as Águas de março. Cartola sofreu com o término dessa estação em As rosas não falam: "Pois já vai terminando o verão enfim..."

Pois é! Com uma riqueza musical como essas e outras desse meu amado país, ficaríamos aqui horas e horas relembrando canções que fazem menção a altas temperaturas como as que estamos sentindo! Mas, há pouco mais de um mês do início oficial do Verão aqui no Brasil, só nos resta seguir como disse Dolores Duran em Estrada do sol: "me dê a mão, vamos sair pra ver o sol..."

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A lista

Essa filosofia composta e cantada por Oswaldo Montenegro nos dá a dimensão do tempo x amizade. Quanto tempo passa sem percebermos, e junto com ele, amigos vão e outros vêm? E isso é uma questão delicada porque amizade é algo raro nos dias de hoje. Ter um amigo é difícil e mantê-lo é mais árduo ainda.

Sem sombra de dúvidas, contamos nos dedos os verdadeiros amigos que temos. E mais agravante é conservar esses amigos ao nosso lado, diante de tantas adversidades. Estamos sempre em busca de novos ideais e nem sempre é fácil desmontar a distância que, às vezes, separam grandes amigos.

Nesse caso, resta apenas a compreensão de que a verdadeira amizade não é afetada pela distância, afinal, a saudade também alimenta a vontade fraterna de um abraço em um amigo nunca esquecido. E o tempo é sempre aliado pois oferece experiências e as linhas para escrevermos nossa vivência:

A lista
(Oswaldo Montenegro)

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Um forte abraço a todos!

sábado, 31 de janeiro de 2009

Perfil Ana Carolina

Esse é pra aqueles que amam as coletâneas. Acho interessante divugá-las por vários motivos já relatados: preço acessível e reúne vários sucessos e quando estamos ouvindo, dificilmente sentimos vontade de pular alguma faixa. Além, é claro, de oferecer ao ouvinte que não conhece a obra daquele artista, algumas das canções mais marcantes de seu repertório.

O Perfil de Ana Carolina foi lançado em 2005 e foi o mais vendido daquele ano, abordando os sucessos de seus três cds anteriores. Com um repertório recheado de clássicos radiofônicos, Perfil Ana Carolina foi recorde de vendagens para a coletânea e para sua discografia, apresentando sucessos como Garganta, Tô saindo, Quem de nós dois, Ela é bamba, Confesso, Encostar na tua, Uma louca tempestade e Nua.

O que dizer da belíssima canção Pra rua me levar, sucesso também interpretado por Maria Bethânia? Ou de Nada pra mim? O cd ainda oferece as canções Elevador, Que se danem os nós, O avesso dos ponteiros e Beatriz, clássico de Edu Lobo e Chico Buarque, de quem Ana se declara fã incondicional.

É como falei no início, para àqueles que curtem o trabalho da Ana, aqui está uma ótima coletânea, com letras no encarte e um repertório que abrange os clássicos dessa artista contemporânea que tantos admiradores tem atraído para seu trabalho tão refinado!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor...

Francisco de Assis França é mais um grande conterrâneo que destaco e que muito contribuiu na música brasileira, embora seu curto tempo de carreira. Mais conhecido como Chico Science, é natural de Olinda e responsável pelo movimento conhecido como Manguebeat, em meados da década de 90.

O manguebeat teve influência do soul, funk e hip hop, unido com ritmos nordestinos como o frevo, coco e o maracatu. Com essa mescla de instrumentos de percussão, no início da década de 90, Chico montou sua banda: a Nação Zumbi. A partir daí, começou a fazer shows em Recife e Olinda, alcançando destaque e expandindo para o sul do país, onde chamou a atenção por sua batida genuinamente original.

A banda lançou dois discos recebidos de forma positiva pela crítica: Da lama ao caos e Afrociberdelia. O primeiro, revelou a banda ao país, e o segundo, mais pop, levou a excursões pela Europa e Estados Unidos. Sucessos como A cidade, Praeira, Da lama ao caos, Etnia, Lixo do mangue, Manguetown, Quando a maré encher, Todos estão surdos, etc. influenciaram outras bandas e artistas locais e nacionais como Mundo livre S/A, Cordel de fogo encantado, Mombojó, Sepultura, Cássia Eller, Fernanda Abreu e Arnaldo Antunes.

Chico nos deixou em 1997, em um acidente automobilístico. Mas, sua semente foi plantada e continua a dar frutos em uma arte rica em observação e união de ritmos em prol de novos horizontes para a música brasileira.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O que ainda escutamos nas rádios?

Não gosto de escrever críticas. Não que viva um mundo de sonhos onde tudo é fantasia, mas é que prefiro destacar as coisas boas, dando ênfase a elas, já que temos tantos erros em destaque em nossa sociedade. Mas, uma pergunta cabe a todos os leitores amigos: quem ainda escuta rádio e o que escuta na atual programação?

Confesso que há mais de dez anos não ligo o som para ouvir rádio por muito tempo. Só de forma esporádica, um ou outro programa especial que chama atenção. Até os anos 90, as rádios tinham suas programações especiais, uma hora de sucesso, especiais com artistas, etc. De uns tempos pra cá, passou a ser ocupada por comerciais excessivos e uma programação ocupada por artistas seletivos do momento que exalam modismos musicais e ritmos dançantes, apenas. De repente, uma ou outra canção diferente, geralmente romântica, explode e toca de tal forma que parece que no repertório do país não existe outra tão bonita.

Aqui no Brasil, vivemos uma época de ouro do rádio, onde todos os eventos artísticos passavam por lá. Grandes programas culturais, educativos e grandes shows de calouros. Claro que isso já tem mais ou menos cinco décadas. Mas, o rádio evoluiu e atingiu mais ouvintes em duas bandas de frequência: AM e FM. Acredito que atualmente, a maioria dos ouvintes se concentrem nas Fm´s por apresentarem um som mais agradável, entretanto é nas Am´s que ainda podemos ouvir canções sem discriminação de artistas. E, alguns, cientes dessa questão, acabam criando rádios específicas tipo gospel, só mpb, notícias, separando um público que antes era unido em torno de uma programação auditiva da família brasileira.

Não posso afirmar que isso é um problema, porém é a realidade, é o momento atual de um veículo de comunicação que já foi referência para o divertimento da família brasileira. A meu ver, deveria oferecer uma programação eclética e não deixar de ser mais um ponto de informação e atualização, debates e lançamentos de artistas e perpetuação de outros que nossa música apresenta de forma abençoada!

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de janeiro de 2009

As cidades cantadas - 1

A música brasileira se une à geografia brasileira para apresentar uma série no Blog Música do Brasil, voltada para algumas cidades que foram cantadas e exaltadas por grandes compositores e intérpretes que conhecemos. Hoje, por ser aniversário de São Paulo, talvez a cidade mais importante do país, vamos abordar essa metrópole mundial em termos sonoros.

São Paulo foi cantada em alguns momentos, por alguns nomes como Adoniran Barbosa em Trem das onze ou Paulo Vanzolini em Ronda. Mas, sem sombra de dúvidas, a canção mais parecida com São Paulo vem de um baiano: Caetano Veloso em Sampa, onde através de belos versos escancara a maior cidade do país para o mundo todo conhecer suas esquinas e aflições, suas belezas e deslumbres:

Sampa
(Caetano Veloso)

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui, eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee,
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

Um forte abraço a todos e parabéns São Paulo!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Roberto Carlos - Pra sempre

Um dos discos mais lindos e inspirados do Roberto foi lançado em 2003. Produzido por Mauro Motta e Guto Graça Mello, Pra sempre aborda as canções de amor bem-sucedido que o rei oferece à sua eterna amada, amor à flor da pele.

Com arranjos cuidadosamente trabalhados pelos maestros Charles Calello, Eduardo Lages, Lincoln Olivetti e Tutuca Borba, Pra sempre apresenta um tom intimista onde o rei desfila todo seu amor contemporâneo, a começar pela faixa título Pra sempre, um fox à Emoções, que deu nome a seu show e tornou-se um convite àqueles que desejam reviver a eterna dança de rostos colados, comum em um passado meio distante dos nossos dias.

Todo mundo me pergunta é uma canção tão linda que, bem que poderia ficar eternamente no repertório do rei. Mas, qual canção dele não é linda e não poderia também ficar nesse posto? Ops, exaltações de fã... Na sequência, Acróstico, uma canção com o título mais incomum do repertório do rei e que, atiça nossa cultura pois as iniciais de cada frase formam uma declaração de amor: Maria Rita meu amor! E haja romantismo presente em Com você, com direito a solos de sax de Milton Guedes e O encontro com arranjos do Lincoln e a sensação de que "o encontro será mesmo sob a luz de um milhão de estrelas..."

Como eu te amo é da safra de Carlos Colla, compositor que mais tem canções na voz do rei, depois do próprio Roberto e de Erasmo. A paixão por velocidade também de faz presente em O Cadillac, canção que começou a compor em meados de 98, em um encontro com Emerson Fittipaldi, onde negociaram um automóvel desse modelo. Seres humanos é a canção em que o rei apresenta sua atual visão de mundo em uma tentativa de mostrar a eterna busca de equilíbrio que o ser humano percorre em um jogo de culpados e inocentes.

O que dizer de História de amor, uma bossa lindíssima de Lula Barbosa e Pedro Barezzi, compositores estreantes na obra do rei e, Eu vou sempre amar você de Eduardo Lages em parceria inédita com César Augusto? Canções lindíssimas que poderiam nortear qualquer cena de amor ou de novela!

Pra sempre vendeu mais de um milhão de cópias. Infelizmente tocou muito pouco nas rádios, pois a pirataria já assolava o país. É um disco lindo para se ouvir em qualquer bom momento, canções de amor que emanam do fundo de uma alma eternamente apaixonada. É sem sombra de dúvidas, mais uma pérola da coroa desse artista que reina na música brasileira há 50 anos!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Pela luz dos olhos seus...

Heloísa Maria Buarque de Hollanda, ou simplesmente Miúcha, como é conhecida essa cantora de tantas estradas na música brasileira. Carioca e irmã de Chico Buarque, Miúcha foi casada com João Gilberto, com quem teve a também cantora Bebel Gilberto. Sua estréia em disco começou em 1975, em um trabalho realizado com o João e com Stan Getz e a partir daí, realizou vários shows com estes e, posteriormente com Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Toquinho.

Uma das canções mais marcantes de sua carreira é Pela luz dos olhos seus, tema de abertura da novela global Mulheres apaixonadas, atualmente em Vale a pena ver de novo. Miúcha gravou dois discos com Tom Jobim, onde além dessa interpretação imortalizada, surgiram outros sucessos como Chega de saudade, A felicidade, Água de beber, Vai levando, Samba do avião, Falando de amor, entre outros.

Além de ser irmã de Chico, tornou-se uma de suas mais constantes intérpretes, de quem ganhou a composição Maninha, além de interpretar outros sucessos como Desalento, Eu te amo, Assentamento, Anos dourados, Gente humilde, Olhos nos olhos, Todo sentimento, etc. Fez diversos shows no país e no exterior com Tom, Vinícius e Toquinho no final da década de 70, que podemos conferir em um dvd recém lançado desse encontro. Seu mais recente sucesso foi Você vai ver, tema da novela Paraíso tropical e continua realizando seus shows e sendo figura marcantes na música brasileira.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Você não me ensinou a te esquecer...

Nos anos 70, surge no cenário nacional de nossa música um artista romântico que faria muito sucesso nas rádios: Luiz Fernando Mendes Ferreira, ou simplesmente Fernando Mendes. Natural de Conselheiro Pena, cidade mineira, Fernando começou no início dos anos 70 juntamente com José Augusto, com quem compôs algumas canções.

Seu primeiro sucesso foi a canção A desconhecida, que foi logo para as rádios e tornou-se uma das mais pedidas, consagrando o jovem compositor dessa canção regravada recentemente por Leonardo. Foi com essa canção que Fernando apresentou-se pela primeira vez na televisão, no programa do Chacrinha.

A partir de então, tornou-se um dos cantores mais populares do país com várias apresentações e com sucessos como Cadeira de rodas, Dois amores, Eu queria dizer que te amo numa canção, Ontem hoje e amanhã, entre outras, além de seu maior sucesso: Você não me ensinou a te esquecer, campeão de vendas em 1979 e regravada recentemente por Caetano Veloso e Bruno e Marrone.

Fernando foi de um tempo em que suas canções tocavam bastante nas rádios e mesmo sendo taxado de brega, tais canções eram gravadas com grandes orquestras e músicos, em um trabalho com muito capricho, o que o faz continuar seguindo sua carreira compondo e realizando shows país afora.

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Meu país

Essa belíssima canção retrata toda emoção de Zezé di Camargo ao retratar nosso país. Utilizada também em campanhas políticas país afora, Meu país foi gravada em 1997 pela dupla Zezé e Luciano e também pela Roberta Miranda.

É mais uma canção ufanista que nosso cancioneiro apresenta, mas ao contrário de muitas que apontam sempre os desastres e pessimismos, deixando sempre a culpa nas mãos de alguém, essa letra aponta para as maravilhas que esse povo otimista produz através de seu trabalho e seu suor e pela natureza tão generosa que esse país dispõe. E, embora demonstre que falta consciência política e humana por parte dos governantes e de uma minoria, a canção mostra que nem por isso deixamos de amar nossa terra.

É um chega pra lá do Zezé nessa minoria que ainda insiste em criticar suas canções e composições por simples discriminação ou preconceito. Seria melhor refletir sobre essa letra e sobre o que estamos fazendo para melhorar nosso país, pois os políticos são reflexos de um povo e obras como essas só demonstram que podemos fazer mais pelo nosso país e pelo ser humano.

Meu país
(Zezé di Camargo)

Aqui não falta sol, aqui não falta chuva
A terra faz brotar qualquer semente
Se a mão de Deus protege e molha o nosso chão
Por que será que tá faltando pão?

Se a natureza nunca reclamou da gente
Do corte do machado, a foice, o fogo ardente
Se nessa terra tudo que se planta dá
Que é que há, meu país? O que é que há?

Tem alguém levando lucro
Tem alguém colhendo o fruto
Sem saber o que é plantar

Tá faltando consciência
Tá sobrando paciência
Tá faltando alguém gritar

Feito um trem desgovernado
Quem trabalha tá ferrado
Nas mãos de quem só engana

Feito mal que não tem cura
Estão levando à loucura
O país que a gente ama

Feito mal que não tem cura
Estão levando à loucura
O Brasil que a gente ama

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Maria Bethânia - Maricotinha ao vivo

Um dos cds/dvds mais poéticos e auto-biográficos dos últimos anos foi lançado em 2003, pela Biscoito fino: Maria Bethânia - Maricotinha ao vivo, como resultado das comemorações de 35 anos de carreira, na verdade 37 na época, dessa intérprete que tem marca registrada na nossa música brasileira.

Com direção de Jaime Alem e produção de Moogie Canazio, o projeto resultou em um dvd e um cd duplo com cerca de 46 canções e textos declamados e interpretados pela arte ímpar de Bethânia. Sua carreira é repassada de ponta a ponta, desde o show Opinião que marca sua estréia nacional até suas mais recentes releituras, abordandos os diversos compositores que gravou durante todo esse tempo.

Encontramos compositores como Tom, Edu e Chico em canções como Fotografia, Anos Dourados, A moça do sonho, De todas as maneiras, Sob medida, O tempo e o rio, Apesar de você, Rosa dos ventos; encontramos também o mano Caetano, Roberto e Erasmo em O quereres, A voz de uma pessoa vitoriosa, Fera ferida e Nossa canção (Luiz Ayrão); encontramos também clássicos populares da Bethânia como Negue, Seu jeito de amar, Casinha branca, Ronda (apenas no cd).

O que dizer de compositores do rock nacional como Rita e Cazuza em Baila Comigo/Shangrilá e Todo amor que houver nessa vida? Alguns mais regionais como Gonzaga, Gonzaguinha e Chico César em Pau-de-arara, Festa, Explode coração e Dona do dom; ou compositores da nova geração como Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, Vanessa da Mata e Lenine em Depois de ter você, Pra rua me levar, O canto de dona Sinhá e Nem sol nem lua nem eu, respectivamente. Há ainda aqueles que são sempre visitados como Djavan, Gil e Caymmi em Álibi, Se eu morresse de saudades, Maricotinha e Sábado em Copacabana. E não poderiam faltar Vinícius/Toquinho, Roberto Mendes, Zé Kéti, Beto Guedes e Sueli Costa em Menininha, Noite de estrelas, Opinião, Amor de índio e Coração Ateu.

Bethânia, que já lançou vários trabalhos ao vivo, tem em Maricotinha um resumo e uma convergência de todos os outros trabalhos e de toda sua carreira que é, como demonstrado acima, marcada pelo ecletismo e pelo bom gosto na hora de escolher o que cantar, porque nesse momento é a alma brasileira que é cantada e recitada através de sua voz!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os compositores do Brasil - 10

A série Os compositores do Brasil chega à sua décima edição com uma tripla homenagem: abordaremos os três parceiros mais marcantes do Luiz Gonzaga, que deixaram a coroa do rei do baião com seu brilho eterno, através de clássicos que ajudaram a construir em nossa música brasileira.

O primeiro grande parceiro de Gonzaga foi o advogado Humberto Cavalcanti Teixeira, ou simplesmente Humberto Teixeira que conheceu Gonzaga em 1945 e com ele compôs clássicos como Baião, Qui nem jiló, Respeita Januário, Assum preto, Estrada de Canindé, Juazeiro, Paraíba, No meu pé de serra, Lorota boa e a mais célebre de todas: a Asa branca. Humberto também foi regravado por outros artistas como Dalva de Oliveira, Gilberto Gil, Fagner, Elba Ramalho, Caetano Veloso, Gal Costa, etc.

José de Sousa Dantas Filho, médico, mais conhecido como Zé Dantas foi o segundo grande parceiro de Gonzaga, que conheceu em 1949 e compuseram clássicos como Abc do Sertão, Algodão, Cintura fina, Forró de Mané Vito, Noites brasileiras, O xote das meninas, Riacho do navio, Vem morena, Sabiá, São João na roça, Vozes da seca, A volta da Asa branca, entre outros, imortalizados pelo rei do baião e por outros grandes nomes como Fagner, João Bosco, Gilberto Gil, Gal Costa, Elba Ramalho, Alceu Valença, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo. Zé Dantas tem como neta a cantora Marina Elali, que gravou seu maior sucesso, O xote das meninas, em inglês.

O mais recente, nem por isso menos importante compositor e parceiro de Gonzaga foi João Silva, com quem Gonzagão compôs seus últimos sucessos já na década de 80. Estão entre os clássicos Vou te matar de cheiro, Pagode russo, Danado de bom, Nem se despediu de mim, Sanfoninha choradeira, Deixa a tanga voar, entre outras também interpretadas por outros nomes como Ney Matogrosso, Lenine, Elba Ramalho, Fagner, dentre outros. É menos conhecido que os anteriores, entretanto atuou nas úlimas composições e fase do rei do baião.

Gonzaga teve outros parceiros marcantes e também gravou clássicos de gente como Hervé Cordovil, Patativa do Assaré, Onildo Almeida, José Marcolino e Gonzaguinha, onde todos reforçaram, como já foi dito, o brilho da coroa desse artista que está pra sempre no coração da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mel em minha boca...

O mundo do samba aterrisa no Blog trazendo mais um grande nome da nossa música: Almir de Souza Serra, conhecido por Almir Guineto. Fundador do grupo Fundo de quintal, Almir é um autêntico sambista raiz. A música vem de berço, já que seu pai, Iraci de Souza era violonista e integrante de grupo de samba, sua mãe, Nair de Souza participava da Escola Acadêmicos do Salgueiro e seu irmão Fransisco foi um dos fundadores do grupo Originais do samba!

Nos anos 70, como mestre de bateria, Almir integrou a Escola de Samba Salgueiro e inovou o samba quando introduziu o Banjo. Em 1979 tornou-se cavaquinista do Originais do Samba e compôs sua primeira canção: Bebedeira do Zé. Nos anos 80, foi um dos fundadores do grupo Fundo de quintal, logo depois seguindo carreira solo.

Talvez nos dias atuais, nem todos conheçam Almir, mas reconhecem suas canções que já tocaram em toda parte do planeta, inclusive, fora dele, como foi o caso de Coisinha do pai. Outras canções consagradas são: Lama nas ruas, Mel na boca, Mordomia, Pedi ao céu, Tem nada não, Não quero saber mais dela, Da melhor qualidade, Corda no pescoço, Ave coração, Trama, Insensato destino, Almas e coração, Caxambu, Conselho, Batendo na palma da mão, Jeito de amar, entre outras.

Almir Guineto é cantado também por outros grandes nomes do samba e da música brasileira como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Dudu Nobre, Martinho da Vila, Fundo de quintal, Leci Brandão, Joanna, entre tantos outros que, com certeza já ouvimos quando nos deliciamos com sambas tão marcantes da nossa música.

Um forte abraço a todos!

domingo, 11 de janeiro de 2009

A paz

Em meio a tanto conflito, bombas, tiros, violência, em várias partes do mundo, sobretudo na Palestina, Afeganistão e no Iraque, atualmente, nada como refletir, através da letra do Gil e do Donato o quanto é importante encontrarmos e vivenciarmos a paz!

Pensar em quantos inocentes tiveram que sofrer com suas próprias vidas para que possamos desfrutar desse momento é no mínimo contraditório, como diz a letra: "Só a guerra faz nosso amor em paz..." E que olhemos para dentro de nós mesmos e encontremos essa paz sonhada e compartilhada entre todos!

É claro que não podemos fechar os olhos para o verdadeiro sentido da paz, que não é apenas viver em um mundo de hipocrisia, fingindo gostar dos outros, mas é buscar viver em harmonia, mesmo sem relações firmes, pois não preciso fazer o mal se não faço o bem quando determinada pessoa não merece. Não somos obrigados a suportar quem nos prejudica, isso não é aceitar as diferenças, pois elas nos são nocivas quando buscamos uma boa convivência e não conseguimos, mas precisamos amar o respeito a todos, pois assim amamos o semelhante, com suas diferenças e, mesmo que seja melhor a distância entre as pessoas para uma convivência sadia, o respeito deve imperar para haver o alicerce da paz entre a sociedade e no mundo enfim!

A paz
(Gilberto Gil e João Donato)

A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino;
A paz, como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim, eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição, só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim, vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"

Um forte abraço a todos!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Divórcio de Julio Iglesias

Não precisa de espanto! Não é nenhuma notícia sensacionalista sobre a vida particular do grande cantor romântico Julio Iglesias e sim, uma abordagem sobre um de seus mais recentes trabalhos! Lançado em 2003, Divórcio comprova porque Julio é tido como um dos melhores do mundo, mesmo "Pasando los años..."

Gravado em Nova York e com direito à orquestra sinfônica, Divórcio edita uma contínua e perfeita sonoridade dos trabalhos do Julio, sob a produção de Roberto Livi, que também assinala a composição de algumas das mais lindas canções desse cd como Que ganáste e Como hán pasado los años, que foi destaque da novela Celebridade da Rede Globo em 2003.

Além da faixa título que abre o cd, Criollo soy e Corazón de papel, que apresentam uma levada dançante, e das citadas acima, Divórcio traz algumas outras novidades como uma nova versão para o tema amor e estrada em La carretera II, que apenas na abordagem do tema lembra La Carretera, gravada em 1995, pois apresenta outra letra e outra levada. Na sequência, La ciudad de madrugada, El bacalao, Echame a mi la culpa, Esa mujer ( que também em nada tem haver com outra canção homônima do Julio da década de 80), Crazy in love e uma versão em espanhol do clássico do Frank Sinatra, Strangers in the night, aqui como Extraños nada más.

Esse é um dos trabalhos mais recentes do Julio, quase todo em espanhol e que mostra que ele continua sendo o grande artista romântico que penetrou no Brasil de forma ímpar e que a cada lançamento se perpetua a continuidade da perfeição de sua obra, mostrando que está distante de se divorciar do talento, do romantismo e do sucesso!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A influência do ídolo nas pessoas!

Fico pensando como os ídolos influenciam na vida das pessoas e até onde essa influência é positiva ou nociva. Desde a maneira de se vestir ou se pentear, até costumes e atitudes, tudo pode ser incorporado como forma de demonstrar admiração por aquela pessoa a quem temos como exemplo.

É claro que tudo deve ter limite e não podemos perder nossa identidade frente a um amor que só é compreendido por quem sente! É isso mesmo: amor de fã, só o fã entende e para outros isso chega a parecer patético ou até ridículo demais. Dormir nas portas dos hotéis, madrugar nas filas das bilheterias, viajar quilômetros só pra estar mais próximo de quem admiramos não parece ser tarefa fácil e não é mesmo!

Particularmente sou fã do Roberto desde os 4 anos. Claro que só me entendi como fã aos 10, mas conto desde os quatro, porque foi ali que comecei cantando a canção O caminhoneiro e também a admirar o trabalho dele. Algumas coisas, acabei incorporando como o azul, o jeans claro, o jeito de cantar (moderadamente, claro), etc. Quem me conhece há muito tempo sabe dessa influência. Cheguei até a usar um medalhão do Sagrado Coração de Jesus e só usar tênis branco. Soou até engraçado essa fase de minha vida, que hoje está mais light, embora muitos desses costumes me acompanham por gostar mesmo disso!

E foi através do Roberto que conheci outros artistas que hoje tanto admiro. É como se procurasse neles um pouquinho do Roberto e quer saber? Sempre encontrei, porque nossa música é composta de boas influências num encadeamento, onde as melhores coisas são compartilhadas frente a arte musical desse país que apresenta, na minha opinião a melhor música do mundo! E em todos encontro essa extrema admiração que recaí de forma centralizada no Roberto!

Mais recentemente, com minha aproximação à música instrumental, passei a admirar ainda mais o trabalho e a elegância do Eduardo Lages, tanto que, quando consegui realizar o sonho de estar com ele, fiquei eufórico como aquele mesmo menino que, com quatro anos, cantava canções do rei! E aprendi ainda mais com esse influente, através de sua forma humilde e atenciosa e sua rara ligação com o fã, oferecendo a chance deste reconhecer seu valor frente ao ídolo. É como falei, agradeço a Deus por ter pessoas tão maravilhosas em quem posso me espelhar porque sei que alguns ídolos são nocivos para seus fãs que acabam se perdendo em sua admiração, o que não é meu caso, graças a Deus! Uma foto dos meus dois maiores ídolos, pescada no portal Clube do rei e retratados em parte aqui nesse texto, frente a minha extrema admiração. E fica a pergunta a quem puder comentar o texto: Seu ídolo musical é uma boa influência e em que te influenciou?

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Quando fala o coração...

A Rede Globo oferece nessas férias uma ótima minisérie com nove capítulos sobre a vida dessa grande artista da música brasileira: Maysa Figueira Monjardim. Natural de São Paulo, Maysa é mãe do atual diretor da minissérie Jaime Monjardim, que trabalha juntamente com o escritor Manuel Carlos nesse projeto.

Maysa teve uma vida pessoal atribulada, após seu primeiro casamento ter fracassado. Mas, sua carreira artística foi marcante, sobretudo por suas apresentações em casas de shows famosas do Rio e de São Paulo, além do exterior, onde fez várias cidades da Europa e Estados Unidos com bastante êxito. Conseguia navegar pela Bossa nova com perfeitas interpretações, entretanto, encontrou maior identificação no bolero e no samba-canção, também considerado "fossa" ou "dor-de-cotovelo" na época.

São canções famosas em sua interpretação: Felicidade infeliz, Solidão, Bom dia tristeza, Tristeza, Castigo, Chão de estrelas, Alguém me disse, Bloco da solidão, Dindi, Eu sei que vou te amar, Meu mundo caiu, Ouça, Resposta, Tarde triste, O barquinho, Ah se eu pudesse, Demais, entre outras, que mais tarde influenciariam cantoras como Simone, Ângela Rô Rô, Fafá de Belém e Leila Pinheiro.

Maysa nos deixou em 1977, em um acidente automobilístico. Entretanto sua lembrança continua residindo entre os grandes nomes da nossa música e essa minissérie é uma prova disso e mais uma justa homenagem que artistas como esses merecem receber sempre!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Você se lembra...

Essa é uma das canções mais bonitas do Geraldo Azevedo, é a nossa As time goes by brasileira, sobretudo por ter inspiração e citar trechos melódicos desse clássico norte-americano. Retrata um apaixonado nordestino, num amor rodado em pleno nordeste brasileiro, com direito a paisagens e metáforas de nossa região, seguido dessa trilha sonora!

Essa canção apresenta um dos trechos mais bonitos, na minha opinião, da música brasileira: "eu fui chorando por você até os sete mares do sertão...", lindo demais, o que comprova que o patamar de grande compositor e artista que Geraldo Azevedo está é mais que merecido!

Você se lembra
(Geraldo Azevedo, Pippo Serra e Fausto Nilo)

Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão

Na realidade, onde está você?
Em que cidade você mora?
Em que paisagem, em que país
Me diz em que lugar, cadê você?

Você se lembra
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão

Você se lembra...

Um forte abraço a todos!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Lulu Santos Acústico MTV

Um dos acústicos mais aplaudidos da série mtv é o de Lulu Santos, lançado em 2000. Produzido por Alex de Souza e Christiaan Oyens, o projeto cd/dvd retrata os maiores sucessos desse bem sucedido artista que canta e toca seu violão e conta com a participação do rapper Gabriel, o pensador.

Como um dos trabalhos que mais venderam em sua carreira, Acústico Lulu Santos oferece canções novas e clássicos da carreira que também se tornaram clássicos da música brasileira. Começamos com Made in Brazil, uma letra que retrata nomes que influenciaram no rock nacional. A partir daí encontramos clássicos como Condição, Toda forma de amor, Um certo alguém, O último romântico, Janela indiscreta, Aquilo, Certas coisas, Sábado à noite, Tempos modernos, A cura, Apenas mais uma de amor, Tão bem, Tudo bem, Aviso aos navegantes, Assim caminha a humanidade e Casa. Também encontramos canções novas ou não tão populares como é o caso de Satisfação, Astronauta, Deusa da ilusão, O retorno do maia intergalático, Esta canção, Tempo/Espaço.

Nelson Motta, que estava na platéia, ganhou um medley com suas parcerias: Sereia/De repente Califórnia e Como uma onda. A participação do rapper Gabriel, o pensador como parceiro na composição de Astronauta e na divisão dos vocais fazendo a parte declamada, foi o diferencial em um projeto que apresentou um grande músico que já canta e encanta várias gerações com suas canções dançantes e letras que levam a uma boa reflexão, presentes em um disco que traz uma das capas mais simples da música brasileira, porém uma musicalidade sempre fascinante aos ouvidos da boa música!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Um feliz 2009 a todos!!!

Amigos, hoje primeiro dia do mês de janeiro e primeiro dia de 2009, venho desejar a todos um ano novo de muita paz, muitas alegrias, muita saúde, muita fé, muito amor e muita música!

E desejo muita música mesmo, afinal precisamos cada vez mais de artes como essa para nosso cotidiano de lutas com mais ânimo. Que nossa música continue sendo a melhor do mundo! Que nossos artistas estejam inspirados e que Deus nos abençôe a todos!

A paz (Heal the world)
(Michael Jackson, versão: Nando)

É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm
Nas crianças. A gente tem que arrumar um jeito
De deixar pra eles um lugar melhor.
Para os nossos filhos e para os filhos de nossos filhos. Pense bem!

Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz já nem se consegue mais
Encontrar o caminho da esperança

Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão e estendendo a mão

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Se você for capaz de soltar a sua voz
Pelo ar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor.

Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.
Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz...

Feliz ano novo e um forte abraço a todos!