sábado, 14 de agosto de 2010

As cidades cantadas - 11

Goiânia/Go só faz aniversário em 24 de outubro, mas já foi cantada por vários artistas, entre eles Sérgio Reis e Leandro e Leonardo, na canção Rumo a Goiânia. E é essa terra presente na Região Centro-oeste do Brasil que vem hoje abrilhantar essa série que põe juntos música e geografia, unindo cidades às suas homenagens.

Cantada por muitos sertanejos, é na gravação de Leandro e Leonardo, perpetuada por Leonardo, que Rumo a Goiania ganhou conhecimento nacional, sobretudo ao expressar a saudade de alguém que vai da cidade grande, no caso São Paulo, passa por diversas outras cidades e o coração pulsa cada vez mais forte, de volta à sua querida terra:

Rumo a Goiânia
(Paiva)

É noite o carro está rugindo parecendo fera
Voando baixo em Campinas, na via Anhanguera
Já estou vendo ao longe a linda e doce Ribeirão
Toda iluminada feito um céu no chão
Na noite azulada de uma primavera

A saudade já não cabe no meu coração
Grudadas como faz na estrada, os pneus no chão
Uberaba e Uberlândia já deixei prá trás
Em Itumbiara, entrando em Goiás
Quase que eu decolo feito um avião

Heeeei! Goiânia!
Não deu prá segurar a barra, então eu voltei
Heeeei! Goiânia!
Avisa aqueles olhos lindos que eu já cheguei

Esses olhos reluzentes que eu busco agora
Se me chamam com desejo, prá mim não tem hora
É por isso que eu ando em alta rotação
Feito um asteróide na escuridão
O motor do carro parece que chora

O sol agora está nascendo, está chegando o dia
Mas sei que valeu a pena tanta correria
Eu quero estar nos braços dela daqui a pouquinho
Pois passei a noite voando sozinho
Dentro desse carro pela rodovia

Heeeei! Goiânia!
Não deu prá segurar a barra então eu voltei
Heeeei! Goiânia!
Avisa aqueles olhos lindos que eu já cheguei

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Devolvi suas cartas amorosas...

Uma das cantoras mais populares desse país, Idenilde de Araújo Alves da Costa. Com esse nome,  poucos conhecem, mas Núbia Lafayette, todos já ouviram, sobretudo pelas serestas país afora. Natural de Assu, interior do Rio Grande do Norte, Núbia mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas três anos de idade, começando sua carreira artística na década de 50, na era dos rádios.

O nome artístico foi uma sugestão do compositor Adelino Moreira, de quem recebeu seus maiores sucessos. Fã declarada de Dalva de Oliveira, Núbia sempre deixou transparecer essa influência, passando também a influenciar posteriormente outros nomes como Fafá de Belém, Tânia Alves, Alcione e Elymar Santos. Entre seus sucessos podemos destacar Seria tão diferente, Solidão, Negue, Devolvi, Casa e comida, Matriz ou filial, Lama, Fracasso, Ninguém é de ninguém, Alguém me disse, entre outras.

Núbia partiu para a etenidade em 2007. Fica a certeza de que muitos amaram ao som de suas músicas e foram felizes com sua voz, perpetuada hoje e sempre por fãs que a escutam e, vez por outra, entoam alguns de tantos sucessos românticos lembrados e importalizados por sua voz!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Você queria ser o grande herói das estradas...

Este é um dos artistas daqueles que já deveriam constar aqui há mais tempo, mas como tudo tem sua hora, aqui está Salomão Borges Filho, mais conhecido por Lô Borges. Natural de Belo Horizonte/MG, Lô é mais um grande nome fundador do famoso Clube da Esquina, junto com seu irmão Márcio e tantos outros já comentados por aqui como Milton, Beto, Brant e Tiso.

Depois do disco Clube na esquina, lançou em 1973 seu primeiro disco. Já teve suas canções interpretadas por nomes como Milton Nascimento, Nana Caymmi, Simone, Gal Costa, Caetano Veloso, Flávio Venturini, Nando Reis, Elba Ramalho, Skank e Elis Regina. E entre tantos sucessos de seu repertório, podemos citar Paisagem na janela, Clube da esquina nº 2, O trem azul, Quem sabe isso quer dizer amor, Para Lennon e Mac´Cartney, Tudo que você podia ser, Dois rios, Nuvem cigana, etc.

Lô Borges faz parte não apenas da história do Clube da esquina ou da música mineira, mas já é parte fundamental da música brasileira, que ajuda a divulgar no exterior e Brasil afora, em seus shows e com seu público fiel, presente em seus shows e com suas canções na ponta da língua!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de agosto de 2010

Meu velho

Nos anos anteriores apresentei aqui duas das canções mais executadas hoje em homenagem aos pais: Pai, de Fábio Jr. e Meu querido meu velho meu amigo do Roberto. Outra canção que muito emociona a todos os papais, especialmente na data de hoje é Meu velho, na interpretação do Altemar Dutra, também regravada posteriormente pelo José Augusto com a inclusão da voz do Altemar em um lindo dueto.

Em uma data tão importante, onde nos lembramos dos ensinamentos paternos, somos felizes por termos canções como essas, verdadeiros hinos e que são executadas em tempos tão dificéis em que filhos já não têm, nem demonstram tanto amor por seus pais nem o respeito devido. Altemar Dutra Jr., filho de Altemar também a canta e deve hoje e sempre lembrar de seu amado pai ao soltar a voz em:

Meu velho
(José e Piero, Versão de Nazareth de Brito)

É um bom tipo meu velho
Que anda só e carregando
Sua tristeza infinita
De tanto seguir andando

Eu o estudo desde longe
Porque somos diferentes
Ele cresceu com os tempos
Do respeito e dos mais crentes

Velho, meu querido velho
Agora caminha lento
Como perdoando o vento
Eu sou teu sangue meu velho
Teu silêncio e o teu tempo

Seus olhos são tão serenos
Sua figura é cansada
Pela idade foi vencido
Mas caminha sua estrada

Eu vivo os dias de hoje
Em ti o passado lembra
Só a dor e o sofrimento
Tem sua história sem tempo

Velho, meu querido velho
Agora caminha lento
Como perdoando o vento
Eu sou teu sangue meu velho
Teu silêncio e teu tempo

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de agosto de 2010

Ney Matogrosso Vivo

Ney Matogrosso é um artista de muitos discos ao vivo. Por si só apresenta uma arte apreciável e quem curte seu trabalho com afinco sabe melhor que eu que tudo isso é uma verdade. Eu conheço pouco do Ney, mas gostei bastante desse trabalho, intitulado de Vivo e que traz os maiores sucessos de sua carreira, além de interpretações mais recentes e sempre marcantes.

Esse projeto também foi lançado em dvd em 2000 e possui as canções Mulher barriguda, Com a boca no mundo, Miséria no Japão, Vira-lata de raça, Novamente, Poema, Mesmo que seja eu, Faço de tudo, A balada do cachorro louco, O vira, Exagerado, Bomba H, O último dia, A cara do Brasil, Sangue latino, Rosa de Hiroshima, Balada do louco, Homem com H, Pro dia nascer feliz e Metamorfose ambulante. O dvd ainda traz Olhos de farol, Fazê o quê?, Garota Nacional  e bis em Poema e Miséria no Japão.

Olhando por aí, com um repertótio desses e com a sempre arte do Ney não há quem questione a qualidade dessa obra-prima e não a qualifique como um grande presente para os amantes da boa música e para quem curte a obra do Ney, pois ter em sua casa um dos melhores se não o melhor trabalho realizado por ele é algo genial, afinal todos seus trabalhos, carregados de muito profissionalismo, podem ser considerados os melhores!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Caia na gandaia, entre nessa festa...

A Era das discotecas foi uma febre em terras brasileiras, marcado por muita dança e por um grupo vocal feminino chamado As Frenéticas, tendo como integrantes: Lidoka Martuscel, Sandra Pêra, Leiloca Neves, Regina Chaves, Dudu Moraes, Edyr de Castro, Cláudia Borioni e Patrícia Boechat. Com incentivo de Nelson Motta e tendo a produção de Liminha, o primeiro disco já contou com o sucesso Perigosa, parceria de Nelson, Rita Lee e Roberto de Carvalho, já representando grandes vendagens para o grupo.

Foi com Dancin Days que se tornaram conhecidas nacionalmente e emplacaram sucessos posteriores como O preto que satisfaz, Ai! se eles te pegam, É que nessa encarnação eu nasci manga, Você escolheu o super-herói errado, Vingativa, A felicidade bate a sua porta, Perigosas peruas, etc. O grupo também participou de outros trabalhos, como foi o caso do Lp Erasmo Carlos convida, dividindo com o tremendão a faixa Se você pensa.

As Frenéticas foi um grupo muito marcante, mas que se desfez e se refez várias vezes. Recentemente, com novas formações, mas mantendo alguns membros antigos trabalharam em várias apresentações, sempre com uma receptividade legal e um momento ímpar nas lembranças de quem viveu esses momentos felizes! Curioso foi não ter encontrado fotos com todos os integrantes, mas com a formação clássica, postada acima!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

No meio da couve-flor tem a flor...

Jorge Henrique Mautner é daqueles artistas que compõe a lista de grandes nomes, pelo trabalho e pelo tempo que esse trabalho é prestado à música brasileira, sempre com uma qualidade ímpar. Compositor, músico e escritor, estudou violino ainda na infância com seu pai e mais tarde piano e bandolim. Sua primeira canção foi composta em 1958, sob o título de Olhar bestial.

Jorge já foi regravado por vários artistas como Fagner, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Wanderlea, Chico Science, Zé Ramalho, entre outros. E entre muitas canções compostas durante toda sua carreira, podemos destacar Maracatu atômico, Vampiro, Eu não peço desculpas, Todo errado, Samba dos animais, Cinco bombas atômicas, Lenda do Pégaso, Vida cotidiana, Aeroplanos, Lágrimas negras, Orquídea negra, Morre-se assim, etc.

Jorge é daqueles artistas que mesmo sem ser tão conhecido, tem seu público cativo e faz sempre seus shows país afora, sempre com canções inteligentes e ricas em metáforas. Sua aproximação com Caetano e Gil o tornou mais conhecido e popular. Aqui em Pernambuco, Chico Science imortalizou seu Maracatu atômico. Interessante também foi sua participação recente no show Coisas de Jorge, junto com os outros "Jorges" da música brasileira: Benjor, Vercilo e Aragão.

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de agosto de 2010

Erasmo Carlos Rock 'N' Roll

Um dos poucos projetos inéditos lançados recentemente é o trabalho do tremendão Erasmo Carlos, intitulado de Rock 'N' Roll, onde Erasmo volta a suas origens e faz um trabalho altamente voltado para o rock com composições inéditas, novas parcerias e também um lançamento quase improvável: o trabalho também saiu com cópias limitadas de vinil e vem com texto de Rita Lee em todas as suas versões.

Produzido por Liminha, esse trabalho comemora os 50 anos de carreira do tremendão em grande estilo, pois além de assinar as doze composições, são apresentadas parcerias inéditas como Chuva ácida e Noturno carioca com Nelson Motta, Noite perfeita e A guitarra é uma mulher com Chico Amaral (Skank), Um beijo é um tiro e Mar Vermelho com Nando Reis e Celebridade com Liminha e Patrícia Travassos.

O carro-chefe do cd é Cover, assinada apenas por Erasmo e funciona como uma espécie de protesto, pois ele nunca se deparou com um cover seu. Com letras geniais, coisas típicas do tremendão, temos ainda Jogo sujo, Olhar de mangá, Vozes da solidão e Encontro às escuras. Várias mulheres são citadas e homenageadas em Olhar de mangá, coisas que Erasmão sabe fazer muito bem em um cd gostoso de se ouvir e de se celebrar na tão escassa música brasileira atual!

Um forte abraço a todos!

sábado, 31 de julho de 2010

Alvorada voraz

Essa canção foi sucesso nos anos 80 com o RPM e mais recentemente com a gravação do Acústico MTV da banda, ganhando, nessa última versão, uma atualização em sua letra altamente crítica e que pouco tem a ver com a paz de uma imagem como essa apresentada acima.

Aborda a violência reinante que emite um medo comum e nos torna refém dele, em uma sociedade também refém da marginalidade e de políticos que se comportam como tais marginais, embora de gravatas. Tudo isso esbarrando apenas em nosso conformismo, como denuncia a letra.  Então considero das letras mais atuais: infelizmente o que temos presenciado é uma alta violência social e uma elevada hipocrisia na atual política desse país!

Alvorada voraz
(Luiz Schiavon, Paulo Ricardo e Paulo Pagni)

Na virada do século, alvorada voraz
Nos aguardam exércitos, que nos guardam da paz.
Que paz!

A face do mal, um grito de horror
Um fato normal, um êxtase de dor
Medo de tudo, medo do nada
Medo da vida, assim engatilhada !

Fardas e forças, forjam as armações
Farsas e jogos, armas de fogo
Um corte exposto, em seu rosto amor
E eu, nesse mundo assim, vendo esse filme passar,
Assistindo ao fim, vendo meu tempo passar...

Apolípticamente, como um clip de ação
Um clic seco um revólver, aponta em meu coração
O caso Sudan, Maluf, Lalau , Barbalho Sarney,
E quem paga o Jornal? É a propaganda
Porque nesse pais, é o dinheiro quem manda

Juram que não corrompem ninguém,
Agem assim, pro seu próprio bem
São tão legais, foras da lei, pensam que sabem de tudo
O que eu não sei, eu sei...

Nesse mundo assim vendo esse filme passar
Assistindo ao fim vendo o meu tempo passar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os compositores do Brasil - 29

Eis aqui um grande nome da música brasileira, não apenas na arte da composição, mas como escritor (já abordamos aqui Noites tropicais e Vale tudo, duas de suas valiosas obras), jornalista e produtor musical: Nelson Cândido Motta Filho, ou simplesmente Nelson Motta. Desde sua aparição como compositor da canção Saveiros, em parceria com Dori Caymmi e interpretada por Nana, vencedora do Festival Internacional da Canção em 1966, que Nelson carimba seu nome na música brasileira.

E abordando seu lado criativo, temos várias versões e composições suas com diversos parceiros e em trabalhos de vários intérpretes como é o caso de Dancin days, Como uma onda, Coisas do Brasil, Bem que se quis, Certas coisas, De repente Califórnia, Sereia, Perigosas peruas, Tudo que se quer, Um novo tempo, Quem é você?, Tudo azul, entre outras.

Constam em sua lista de intérpretes Lulu Santos, Milton Nascimento, Rita Lee, Marisa Monte, Sandra de Sá, Gal Costa, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Tim Maia, Elis Regina, Guilherme Arantes, Emílio Santiago, Maria Bethânia, Elba Ramalho, entre tantos que só enaltecem o lado compositor desse showman, homenageado de forma simples e justa nessa série!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Pensamento tão livre quanto o céu...

Um dos nomes mais recentes e celebrados da nova música brasileira chama-se Maria Gadú. Com um público jovem e crescente, Gadú é considerada a cantora revelação de 2009 mediante o sucesso de seu primeiro cd que trazia a composição Shimbalaiê, tema da novela global Viver a vida.

E entre outras canções de seu primeiro cd, temos ainda Bela flor, Altar particular, Escudos, Laranja, Lounge, Encontro, Tudo diferente, Linda rosa, A história de Lilly Braun e Ne me quittes pas, caracterizando não apenas uma nova compositora, mas também um novo nome no cenário dos intérpretes e dos violonistas.

Ao que tudo parece Maria Gadú é mesmo um nome que veio pra ficar. Sei que só o tempo e os próximos passos, que envolve novos lançamentos e shows dirão se ela se firmará como uma revelação que veio pra ficar. Dizem que seu estilo muito se assemelha com o de Cássia Eller e ao tirar pela aceitação da crítica, ainda ouviremos muito falar em seus trabalhos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de julho de 2010

Olhando as estrelas - 6 - Chico e Caetano - Melhores momentos

Dentro da Série Olhando as estrelas, finalizamos a semana dedicada ao programa Chico & Caetano, onde contamos com a valiosa colaboração do texto enviado por nosso amigo Vinícius Faustini, comentaremos sobre o único legado fonográfico desse projeto: o Lp, depois cd Chico e Caetano - Melhores momentos:

Foi lançado um LP com 11 números dos vários programas. Mas o disco ficou com uma qualidade bem abaixo do esperado, tanto no áudio quanto na escolha do repertório. A tentativa de ser eclético demais deixou números fantásticos de fora. Eis a lista de músicas de "Melhores momentos de Chico & Caetano":

1 - Festa imodesta - Chico Buarque e Caetano Veloso
2 - Nêga maluca / Billie Jean - Caetano Veloso
3 - Roberto, corta essa - Jorge Ben
4 - Adiós, nonino - Astor Piazolla
5 - Tiro de misericórdia - Elza Soares
6 - Não quero saber mais dela - Chico Buarque, Caetano Veloso, Beth Carvalho e Fundo de Quintal
7 - London, London - Caetano Veloso e Paulo Ricardo
8 - Águas de março - Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso
9 - Sentimental - Chico Buarque
10 - Luz negra - Cazuza
11 - Merda - Caetano Veloso, Chico Buarque, Rita Lee e Luiz Caldas

Curiosamente, a última música não foi exibida na TV Globo. A censura vetou a música que Caetano Veloso fez para homenagear o teatro, tanto por seu título quanto por seus versos falarem sobre substâncias ilícitas: "Nem na loucura do amor, da maconha, do pó, do tabaco e do álcool, vale a loucura do ator quando abre-se em flor sobre as luzes do palco".

Infelizmente, Chico & Caetano não foi lançado em DVD. Tantas imagens históricas, tantos momentos maravilhosos de boa música que foram reprisados apenas durante o verão de 1987. No You Tube há vídeos memoráveis, como Caetano Veloso cantando Gente humilde, Baden Powell e Elizeth Cardoso cantando Além do amor e Deixa ou Chico, Caetano e Paulinho da Viola interpretando Preconceito. A cada lembrança de Chico & Caetano, fica o lamento de a TV Globo ter reduzido tão drasticamente os shows musicais de sua programação. Um programa como este faz todos os amantes da boa Música Popular Brasileira se emocionar e repetir com Caetano Veloso o grito de "Salve o compositor popular!".

Obrigado, Everaldo, por tão generosamente ceder este espaço para mim. É sempre bom podermos achar na Internet um espaço que divulga a música brasileira em todas as suas vertentes. E foi melhor ainda por participar daqui trazendo uma memória da minha infância. Espero que todos tenham gostado.

Abraços a todos, Vinícius Faustini!

Vinícius, nós é que agradecemos por você ter nos proporcionado uma semana tão valiosa para nossa saudade e para a lembrança de bons programas como esses que fizeram a história da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de julho de 2010

O quereres

Essa canção foi interpretada por Caetano e Chico no programa e Chico errou algumas vezes a entrada da canção. Entretanto, a produção deixou bem natural sem cortes na edição, porque ficou muito espontâneo e o Chico ainda tirava uma de: "Não sei porque ainda insisto nesse negócio de cantar... Eu estou dando tudo de mim", e a platéia caia na gargalhada juntamente com Caetano que pedia: Não exagere!

O quereres foi lançada no disco Totalmente demais do Caetano de 1986 e também tem uma interpretação magnífica da Maria Bethânia no cd/dvd Maricotinha de 2001. É daquelas canções do Caetano que você passa horas ou um bom tempo para entender de que se trata. A meu ver tem um tom muito forte de rebeldia, de contrariedade em relação à pessoa a quem se dirige! É como se fosse uma pedra de gelo emitindo fogo, como essa imagem aqui apresentada, totalmente adversa! Coisas do Caetano que lembramos aqui nessa semana que dedicamos às lembranças do programa Chico & Caetano:

O quereres
(Caetano Veloso)

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não

E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão

Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher

Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor

Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor...

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio

Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim

Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

Amanhã, finalizaremos essa nossa Série que lembra o programa Chico & Caetano!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Programa Chico & Caetano - parte 2

Amigos, dando continuidade a essa semana especial voltada para esse programa inesquecível da década de 80, vamos descobrir os convidados e algumas outras curiosidades do programa Chico & Caetano, proporcionadas pelo nosso amigo Vinícius Faustini:

Certamente, os momentos mais interessantes eram quando vários cantores se reuniam para interpretar uma música só. Foi assim com as participações estrangeiras. Em época de abertura política, o cubano Pablo Milánes fez shows no Brasil, e foi levado ao Chico & Caetano. O número de encerramento foi uma interpretação de Guantanamera, na voz de Milánes, Chico, Caetano, Marina Lima e Djavan. A participação de Mercedes Sosa trouxe Chico, Caetano, Gal Costa e Milton Nascimento cantando Volver a los 17.

Foram nove edições do programa, que chegou à sua última edição no dia 26 de dezembro de 1986. Chico & Caetano deixou um registro audiovisual de participações de grandes artistas - Cazuza, Elizeth Cardoso, Elza Soares, Evandro Mesquita, Gilberto Gil, João Bosco, Jorge Ben Jor, Legião Urbana, Luiz Caldas, Maria Bethânia, Os Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Rita Lee e os estrangeiros Pablo Milánes, Mercedes Sosa, Astor Piazzola e Silvio Rodriguez. No entanto, um dos momentos mais marcantes foi gerada por uma ausência:

No programa de 15 de agosto de 1986, Tim Maia era um dos convidados esperados para o programa Chico & Caetano. No Teatro Fênix, todos o esperavam para a gravação. Só que, como era de costume, as coisas não saíram conforme o esperado. Caetano Veloso explicou à plateia: "O Tim Maia veio ontem, ensaiou e nós estávamos esperando que ele chegasse hoje e ele não veio, e não aparecia, e vários telefonemas difíceis de decifrar terminaram revelando que ele realmente não vem".

Já antevendo que poderia acontecer uma situação como esta, o diretor Roberto Talma (atualmente um dos diretores do Roberto Carlos Especial) havia gravado o ensaio do dia anterior. Acabou ficando ainda mais interessante porque, além de cantar as músicas Do Leme ao Pontal, Vale tudo e Me dê motivo, mostrava ele com suas típicas reclamações para o operador de som, suas brincadeiras com a banda e a capacidade vocal que ele tinha. Como Caetano disse: "Isso faz parte mais ou menos da tradição e do charme do Tim Maia, e isso estranhamente não faz com que a carreira dele fique feia ou isso dê errado. É igual à rouquidão da voz dele. O que seriam falhas se tornam enfeites, formam ainda algo mais bonito. De um modo que esse mistério estranho que envolve Tim Maia continue aqui nos encantando".

Sábado tem mais Chico & Caetano!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Programa Chico & Caetano - parte 1

Amigos, recebi do nosso amigo Vinícius Faustini, dos blogs Emoções de RC(http://www.emocoesrc.blogspot.com/), Diário de um salafrário(http://www.diariodeumsalafrario.blogspot.com/) e O tempo e o placar (http://www.otempoeoplacar.blogspot.com/), esse texto que revive um dos programas mais interessantes que a música brasileira proporcionou às nossas telinhas. Portanto, como um presente do Vinícius para todos nós, teremos essa semana totalmente dedicada a esse tema: Especial Chico & Caetano! Espero que gostem e agradeçamos todos ao Vinícius, nosso jornalista e poeta por mais esse presente:

"Salve o compositor popular!"

A partir de 25 de abril de 1986, a TV Globo promoveu um encontro de seus telespectadores com a Música Popular Brasileira. Chico Buarque e Caetano Veloso foram convidados para apresentar um programa musical onde cantavam suas músicas e promoviam encontros musicais entre artistas do Brasil e do mundo. Uma vez por mês, a noite de sexta-feira era dedicada a "Chico & Caetano"!

A proposta do diretor Daniel Filho, aliada ao roteiro de Nelson Motta, tornou o programa de uma descontração imensa, na qual o contraponto entre a irreverência de Caetano Veloso e a timidez de Chico Buarque dava margem a muitas situações inusitadas. Os ares da Ditadura Militar não mais imperavam no Brasil, e o programa, de certa forma, celebrava as pazes entre Chico e a Rede Globo. O artista foi boicotado pela emissora durante boa parte do período militar, em especial por suas canções serem mal vistas pelos ditadores.

Na estreia, Chico e Caetano repetiram um número presente no show "Caetano e Chico - Juntos e ao vivo" (que foi lançado em disco na década de 1970): um medley com Chico Buarque cantando Você não entende nada, de Caetano, e Caetano Veloso cantando Cotidiano, de Chico. O programa teve a participação de Luiz Caldas, Rita Lee e Maria Bethânia. As duas cantoras fizeram um marcante dueto no qual cantaram Shangrilá e Baila comigo.

Nos duetos, eles fizeram interpretações memoráveis de canções como O quereres, Partido alto e Sem compromisso, Festa imodesta e um medley com Esse cara e Com açúcar, com afeto. Os cantores também tinham seus números solos, nos quais cantavam músicas lançadas na época - Caetano Veloso interpretou Milagres do povo, música que fez para a minissérie da TV Globo "Tenda dos milagres", e Chico Buarque cantou Sentimental e O último blues, canções do filme "Ópera do malandro".

A participação dos convidados podia alternar. Em alguns momentos, o encontro era só com um dos cantores (caso do dueto de Caetano Veloso com Marina Lima em Fullgás e de Chico Buarque cantar com Os Paralamas do Sucesso), em outros o encontro eram com ambos os cantores, caso de Águas de março, no qual eles dividiram os vocais com Tom Jobim.
 
Um sonho não acham? Quinta-feira tem mais!
 
Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de julho de 2010

Emílio Santiago - O melhor das aquarelas

Emílio Santiago deve muito de sua carreira às coletâneas que lançou pela Som livre, sob o título de Aquarelas. Mesmo depois de encerrar esse projeto, sempre foi solicitado pelos fãs com indagações como: Ô Emílio, quando teremos uma nova aquarela? Pensando nisso, em 2005 gravou o cd e o dvd O melhor das aquarelas para celebrar esse projeto e ao mesmo tempo atender àqueles que estavam saudosos dessa sua fase.

Reunir tantas pérolas em um único trabalho seria difícil. É possível que tenha faltado este ou aquele sucesso, afinal estamos falando de um intérprete que por excelência figura entre os melhores. Mas, aqui encontramos grandes clássicos da música brasileira como Desenho de giz, Papel marchê, Eu sei que vou te amar, Fato consumado, Com a perna no mundo, É, O que é o que é, Aquarela do Brasil e também clássicos do repertório do Santiago como Coisas da paixão, Dias de lua, Perfume siamês, Logo agora, Essa fase do amor, Pelo amor de Deus, Mulher, Tudo que se quer, Tá tudo errado, Cadê juízo, Verdade chinesa e Saigon.

Soma-se a isso, outras belíssimas interpretações como Flamboyant, Reciclar, Vai e vem, Só nos resta viver e Tempestade em alto mar. É um produto maravilhoso que não pode faltar no som, no vídeo daquele que ama uma boa música, regada a um bom gosto, a um bom som que intérpretes como Emílio Santiago pode nos proporcionar!

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de julho de 2010

Mania de você

Essa canção da Rita e do Roberto é talvez a mais clássica do seu repertório. Com várias leituras de outros intérpretes, como por exemplo, Emílio Santiago e da própria Rita, onde se destaca o dueto com Milton Nascimento no cd/dvd Acústico MTV de 1997, tornou-se uma canção imprescindível em todas as suas apresentações.

Mania de você faz parte da lista daquelas canções que abordam amor e sexo como algo inseparável, porém com a elegância que o tema em questão pede, coisas que a Rita sabe fazer muito bem. Uma canção de amor e porque não dizer, um orgasmo musical daqueles mais perfeitos, um clássico não apenas da Rita, mas da música brasileira!

Mania de você
(Rita Lee e Roberto de Carvalho)

Meu bem você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa
Molhada de suor de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar, loucuras

A gente faz o amor por telepatia
No chão, no mar, na lua, na melodia
Mania de você, de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras

Nada melhor do que não fazer nada
Só prá deitar e rolar com você

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os Músicos do Brasil - 12

Um nome pouco conhecido aqui do Brasil, mas de grande importância nos Estados Unidos: Sérgio Santos Mendes. Natural de Niterói/RJ, Sérgio é uma das maiores representações da Bossa Nova no exterior, sobretudo na terra do Tio Sam, onde vive desde 64. Mas, sua carreira começa antes, em 1960 quando integrou o Sexteto Bossa Rio.

Já nos EUA, forma o grupo Sérgio Mendes & Brasil 66 que lhe confere bastante sucesso, sobretudo com a versão em Bossa Nova da canção Mas que nada, composta com Jorge Benjor. Como grande pianista que é, já trabalhou com nomes como Tom Jobim e João Gilberto, até Frank Sinatra e Stevie Wonder, entre outros.

No repertório de seus trabalhos, podemos destacar Garota de Ipanema, Bim bom, Chove chuva, Ponteio, A banda, Viramundo, Promessas de pescador, Anos dourados, Surfboard, Caminhos cruzados, Só tinha de ser com você, País tropical, entre outras que só ressaltam mais um grande nome entre os músicos que nosso país exporta e que se equipara a qualquer outro de qualquer parte do mundo com o mesmo talento!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pare o mundo que eu quero descer...

Um dos cantores mais populares desse país, Sílvio Ferreira de Brito, ou simplesmente Silvio Brito como é conhecido é natural de Três Pontas/MG. Nos anos 60 integrava bandas de rock, mas sua carreira solo e seu primeiro disco só viria a ser lançado em 1973, com o sucesso Tá todo mundo louco, abrindo as portas para sua carreira e o levando a frequentar os programas mais populares dessa época.

Entre seus sucessos, podemos citar Cidadão, Espelho mágico, Rio de lágrimas, Tá todo mundo louco, Farofa, Casinha, Terra dos meus sonhos, Utopia, Careca sem dente e pelado, entre outras. Sílvio também produziu e gravou algumas canções do Padre Zezinho de quem é amigo.

Distante da mídia já há algum tempo, recentemente foi vice-campeão do programa Rei majestade, de Silvio Santos, um dos apresentadores que mais colaborou com sua carreira. Atualmente apresenta seus shows país afora e reencontra seu público que canta junto seus eternos sucessos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 11 de julho de 2010

Feliz aniversário - 30 anos!!!

Hoje, completo 30 anos! E procurei encontrar mais algum significado especial para essa data, além do bolo, dos presentes e da companhia carinhosa de sempre que recebo, afinal como professor de matemática, esse número também chamou atenção. Mas, fujo do ofício de educador e penso (novamente!) em música. Como meu referencial número um é o Roberto Carlos, fiquei felicíssimo ao lembrar que com 30 anos Roberto lançou Detalhes, a canção que ele mais ama de todas que fez! Lembro também do Eduardo Lages, que em seu dvd Com amor, se remete a seus 30 anos com muita saudade!

Na realidade, busquei uma imagem que me inspirasse e optei por essa que vos apresento. É da mais recente apresentação que realizei na Escola onde ensino e de vez em quando, brinco de cantar. Esse ano ainda tô devendo uma visita ao Instituto de idosas onde sempre canto para elas, mas espero não demorar a ir. Mas, não pense que estou compondo uma nova Detalhes, nem a minha Detalhes, pois mesmo que tivesse completando 300 anos, ainda acho que não conseguiria fazer uma daquela, com toda aquela inspiração.

Essa foto representa uma passagem de som, um ensaio antes de minha simples apresentação, a qual muito me orgulha sempre que faço com minha simplicidade que todos compreendem. Pois é, 30 anos já se foram e acho que ainda estou ensaiando, embora tenha tantas conquistas a agradecer a Deus durante todo esse tempo. A vida começa agora e precisamos sempre ensaiar para que quando as cortinas se abrirem, em nosso dia-a-dia, possamos dar o melhor de nós nesse palco iluminado por Deus que é a vida , esse grande presente concedido a cada um de nós! Viva à Música, Viva à Vida, Viva ao Amor! Obrigado por vocês sempre estarem aqui dando vivas e brindes comigo em momentos como esse!

Um forte abraço a todos!

sábado, 10 de julho de 2010

Tanta solidão

Há quem ache que as boas canções do repertório do Roberto estão presentes apenas nos discos dos anos 70 e, quando no máximo, anos 80. Eis uma canção, que a meu ver, vai de encontro a esse tipo de pensamento, pois embora não seja da autoria do rei e do tremendão Erasmo, compõem aquela lista de canções que ouvímos na voz do Roberto e achamos que é dele, por possuir sua marca inconfundível de excelente intérprete!

Tanta solidão foi a canção romântica mais linda do cd 1993 e foi tema da novela global Tropicaliente. É demais ouvir uma canção como essa que enaltece a saudade e a novela a associaria a paisagens marítimas que despertavam ainda mais o sentimento descrito na letra: "Sinto vontade de te buscar e dizer como estou..." Um gol de placa do Mauro Motta, do Marcos Valle e de seu irmão Paulo Sérgio Valle para o repertório do artista número um desse país!

Tanta solidão
(Mauro Motta, Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Você não sabe
Quanta saudade você me deixou
Lindos momentos
Coisas que o tempo jamais apagou

Foi tanta emoção amor
Tanta coisa que ficou
Foi tanta paixão
Tanta coisa pra um só coração

Sinto saudade
Daquele tempo que a gente sonhou
Mas no meu peito
A realidade é que nada mudou

Quanta solidão amor
Quanta solidão amor
E a recordação
É demais para um só coração

São coisas que eu não sei como dizer
Mas eu sei que o meu silêncio você sabe compreender
Se você está tão longe, tão distante pra voltar
Saiba que eu estou tão perto sem saber como chegar

Talvez sejam lembranças nada mais
E eu nem sei dizer se os nossos sentimentos são iguais
Já tentei, já fiz de tudo e não consigo te esquecer
Às vezes penso que os meus sonhos não existem sem você

Você não sabe
Quanta saudade você me deixou
Sinto vontade
De te buscar e dizer como estou

Foi tanta emoção amor
Tanta coisa que ficou
Tanta solidão
É demais para um só coração

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Começo a encontrar mais de mil maneiras de amar...

Uma das principais figuras dos Novos Baianos, esta é Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade ou simplesmente Baby Consuelo. Natural de Niterói/RJ, Baby começou a tocar violão cedo e já aos 14 anos vence festival de música em sua cidade. Anos depois mudou-se para a Bahia e conhece Pepeu Gomes, com quem divide várias parcerias, além de posteriormente casar-se com este.

Em 1968 integrou o grupo Novos Baianos no qual gravou vários discos, até partir para carreira solo em 1978, quando o grupo já não mais existia. Entre os sucessos de seu repertório constam canções como Menino do rio, Sem pecado e sem juízo, Aquarela do Brasil, Brasil pandeiro, Sampa, Um auê com você, É, Brasileirinho, Lá vem o Brasil descendo a ladeira, Cachorro vira-lata, entre outras.

Atualmente, Baby que adotou na década de 90 o novo título de Baby do Brasil, dedica-se à religião protestante de qual faz parte e ao repertório gospel. E é inegável sua importância musical, sobretudo na época dos Novos baianos, quando gravaram um dos principais discos de sua carreira, elogiado por todos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mi Buenos Aires querido...

Quem vê esse título pode pensar que trata-se de um deboche de um brasileiro pelos argentinos, que caíram fora da copa do mundo de forma mais gritante que nós. Mas, enquanto no futebol existem essas desavenças, no campo musical, somos povos unidos e nossas culturas são integradas e apuradas pelos dois povos. Nossos artistas sempre foram muito bem recebidos pelos hermanos. Roberto, por exemplo, sempre inclue a Argentina em suas turnês internacionais assim como Caetano, Chico e tantos outros.

Carlos Alberto Garcia Moreno ou simplesmente Carlos Gardel encabeça os artistas argentinos com maior influências não apenas no Brasil, mas no mundo. Um de seus principais parceiros foi o brasileiro Alfredo Le Pera, com quem compôs alguns clássicos. E entre tantas canções de seu repertório, citamos Volver, El dia que me quieras, Yira...yira, Mi Buenos Aires querido, Adios Muchachos, Cambalache, Mano a mano, Camiñito, El choclo, La cumparsita e tantos outros tangos maravilhosos que se imortalizaram em sua voz.

Referência número um no tango, Gardel já foi cantado pelos mais variados artistas nacionais e internacionais. Só pra citar, temos Roberto Carlos, Julio Iglesias, Luis Miguel, Richard Clayderman, Nelson Gonçalves e Agnaldo Rayol. Um artista inesquecível também no cinema onde atuou em alguns filmes e sempre com uma influência incontestável aos artistas latinos que não cessou em 1935, quando Gardel partiu para o andar de cima!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de julho de 2010

Falando de amor

Esse cd é um brinde à música brasileira com bastante requinte: a família Caymmi, representada por Nana, Dori e Danilo, se une à família Jobim, representada por Paulo e Daniel, para apresentarem alguns dos clássicos e eternos sucessos do maestro soberano Antônio Carlos Jobim e algumas coisas até inéditas para os fãs da boa música brasileira, como é o caso das versões das canções Bonita demais e Canção para Michelle.

Produzido por José Milton, as cinco vozes estão unidas em cada faixa e já na primeira faixa, temos os cinco cantando o Samba do avião. Depois duetos ou apenas vozes solos e acompanhamentos dos demais em seus instrumentos. Nana, por suas majestosas interpretações, arrasa em várias faixas como é o caso de Foi a noite (com Paulo nos vocais), As praias desertas, Outra vez, Esperança perdida, Só em teus braços, Falando de amor (em dueto com Danilo), Esquecendo você e Canção para Michelle.

As demais canções trazem Daniel em Bonita demais e Corcovado, Dori em Anos dourados e Para não sofrer (em dueto com Paulo), Paulo em Desafinado, Danilo em Eu sei que vou te amar e todos os homens finalizando o projeto em Piano na Mangueira. É um cd para quem ama realmente música brasileira e nada mais a acrescentar porque o projeto é de primeira grandeza e dispensa comentários!

Um forte abraço a todos!

sábado, 3 de julho de 2010

Encontro das águas

Essa belíssima canção vem do repertório do Jorge Vercilo e foi tema da novela Mulheres de areia, em sua segunda versão, de 1993. Encontro das águas foi o primeiro grande sucesso do Jorge e encantou a milhares de telespectadores que assistiam àquelas cenas da novela que mesclavam amor e mar, tudo que a letra induzia a pensar.

Daquelas canções que partem o coração, um amor sofrido, Encontro das águas descreve, através de sua letra com muitos trocadilhos, um amor dividido e sempre questionado por ser assim. E a imagem desse evento da natureza por si só mostra a diferença entre quem chega e quem parte fala por si só nas entrelinhas da canção:

Encontro das águas
(Jorge Vercilo e Jota Maranhão)

Sem querer te perdi tentando te encontrar
por te amar demais sofri, amor
me senti traído e traidor

Fui cruel sem saber que entre o bem e o mal
Deus criou um laço forte, um nó
e quem viverá um lado só?

A paixão veio assim afluente sem fim
rio que não deságua
Aprendi com a dor nada mais é o amor
que o encontro das águas

Esse amor
hoje vai pra nunca mais voltar
como faz o velho pescador
quando sabe que é a vez do mar

Qual de nós
foi buscar o que já viu partir,
quis gritar, mas segurou a voz,
quis chorar, mas conseguiu sorrir?

Quem eu sou
pra querer
Entender
O amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O verão passou todo comigo...

Ele é uma das grandes vozes do Brasil, das mais conhecidas internacionalmente. Estou falando de Farnésio Dutra e Silva, mais conhecido como Dick Farney. Cantor, compositor e pianista, Dick aprendeu piano ainda na infância. Natural do Rio de Janeiro, cantou em programa de rádio e foi pianista de banda, sobretudo por sua influência e aproximação com a canção norte-americana.

Entre tantas canções imortalizadas por sua voz, temos Copacabana, Marina, Um cantinho e você, Meu Rio de Janeiro, A saudade mata a gente, Alguém como tu, Tereza da praia, Outra vez, Este teu olhar, Se é por falta de adeus, A noite do meu bem, Você, Insensatez, Fotografia, Castigo, Preciso aprender a ser só, Apelo, Fim de caso, O amor em paz, etc.

Por sua ligação com a música estrangeira, Dick representou bem o Brasil lá fora, sempre por onde passou e até hoje é um dos nomes mais lembrados no quesito intérprete brasileiro pelos americanos, juntamente com Tom e João. Trata-se de um verdadeiro patrimônio nacional que partiu em 1987 e a música brasileira guarda em sua memória e nas canções imortalizadas por ele que ecoam por aí sempre!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Os compositores do Brasil - 28

Nessa série, certa vez, abordamos os compositores de Gonzaga. Nos referíamos aos três mais constantes que foram Humberto Teixeira, Zé Dantas e João Silva. Mas, Gonzaga também cantou a feira mais famosa do mundo, a de Caruaru/PE e eis aqui o autor da canção: Onildo Almeida. E a canção A feira de Caruaru foi resultado, em 1957, de um recorde para artistas nordestinos: cem mil cópias em um único trabalho de Gonzaga.

Onildo chegou a integrar conjuntos vocais pernambucanos e depois virou radialista e compôs mais de 500 canções, sendo interpretado, além de Gonzaga, por Gilberto Gil, Dominguinhos, Maysa, Agostinho dos Santos, Jorge de Altinho, Flávio José, Marinês e Trio Nordestino. Entre seus sucessos estão Aproveita gente, Casamento antigo, História de Lampião, Meu beija-flor, Hora do Adeus, Saudade de você, Lamento, Sanfoneiro macho, Abc do amor, Regresso do amor, Tá bom demais, entre outras.

É com esse expressivo e conterrâneo poeta que encerramos esse mês festivo em que a fogueira e a sanfona andam juntas e fazem a festa em canções inesquecíveis, sobretudo para o povo nordestino. E compositores como Onildo não podem estar ausentes nessas festas, pois suas canções fazem parte dessa trilha sonora que aquece o coração do Nordeste Brasileiro e porque não dizer o coração do Brasil.

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de junho de 2010

Olhando as estrelas - 5 - Elba Ramalho e Dominguinhos - Baião de dois


A Série Olhando as estrelas entra em ritmo de forró, típico de quase todas as postagens desse mês junino para apresentar o encontro entre Sr. Domingos e Elba Ramalho. Depois de comemorarmos o dia dos namorados, e apresentarmos uma canção desse cd, é indicado um dos trabalhos mais lindos dos últimos anos: Elba Ramalho e Dominguinhos em um cd que reune suas vozes e as principais composições de Sr. Domingos e de outros compositores escolhidos a dedo pela dupla como Nando Cordel, Djavan, Gilberto Gil e Chico Buarque. A maior parte das faixas é composta de duetos, mas temos surpresas em interprretações ímpares e únicas da Elba.

Com a dupla cantando, temos Rio de sonho, Tenho sede, Eu só quero um xodó, Onde está você, Retrato da vida, Chama, Xote de navegação, Gostoso demais, Forrozinho bom, De volta pro aconchego, Pedras que cantam/Isso aqui tá bom demais. Elba também arrasa sozinha em Lamento sertanejo e Vem ficar comigo, que teve sua letra retratada aqui recentemente.

Essa postagem com esse cd se enquadra perfeitamente na série Olhando as estrelas, pois são mesmo duas estrelas talentosíssimas que apresentam tantas histórias em comum. Elba participou recentemente do dvd de Dominguinhos além de ter imortalizado um de seus mariores sucessos: De volta pro aconchego que o sanfoneiro a mostrou inicialmente em forma de xote. Elba pediu que a canção fosse tocada mais lentamente e mandou um "é assim que vou gravar", nos presenteando com aquele e tantos outros sucessos da música brasileira e do repertório de Sr. Domingos. E, particularmente nesse trabalho encontramos um cd daqueles que não enjoamos de ouvir, sobretudo nessa época tão romântica e tão festiva onde a sanfona comanda a festa e Sr. Domingos  e Dona Elba são referências nessa sabedoria musical.

Um forte abraço a todos!

sábado, 26 de junho de 2010

Meu cenário

Há algum tempo atrás, quando falamos sobre Petrúcio Amorim na série Os compositores do Brasil, citamos essa canção como uma de suas pérolas. Hoje, ela ganha um post só pra ela por sua importância para os nordestinos como uma das canções mais lindas executadas nos últimos anos, sobretudo nessa época festiva onde a fogueira aquece os corações e dita a marcha.

Meu cenário já foi interpretada por Santanna, o cantador e é cantada durante todas as noites do mês de junho onde um artista deseja mostrar o autêntico pé-de-serra que ainda se faz no Nordeste Brasileiro, sempre sob a influência de Gonzaga. Petrúcio, seu criador, dispensa comentários, pois essa é só mais uma pérola que ele extrai de seu valioso e inseparável chapéu. A riqueza de detalhes é algo a parte nessa letra que muito reforça a influência de Chico Buarque, que o compositor já afirmou sofrer. Diante de tanta coisa que é citada, ousei apresentar na imagem apenas a testemunha ocular de todo esse momento de prazer!

Meu cenário
(Petrúcio Amorim)

Nos braços de uma morena
Quase morro um belo dia
Ainda me lembro o meu cenário de amor
Um lampião aceso, um guarda-roupa escancarado
Um vestidinho amassado embaixo de um batom
Um copo de cerveja, uma viola na parede
E uma rede convidando a balançar
No cantinho da cama um rádio a meio volume
Cheiro de amor e de perfume pelo ar

Numa esteira o meu sapato pisa no sapato dela
Em cima da cadeira aquela minha bela cela
Ao lado do meu velho alforge de caçador

Que tentação, minha morena me beijando feito abelha
E a Lua malandrinha pela brechinha da telha
Fotografando o meu cenário de amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Festas juninas

O mês de junho no Nordeste Brasileiro poderia também ser chamado de mês da alegria. Sem desmerecer os demais meses do ano, claro, mas durante essa época impera toda a cultura de uma festa raiz representada pela simplicidade e criatividade de um povo forte. Comidas, brincadeiras, enfeites, tradições, danças, balões (apenas como enfeite), fogos (com todo cuidado, claro) e, como sempre muita música.

Embora ressalte sempre o forró, outros estilos também se destacam como o coco, o xaxado, o maracatu, o repente, dentre outros. Mas, é mesmo no forró, através do xote ou do baião que são apenas variações desse estilo que a festa se mostra completa. As tradições mais raízes apontam para uma festividade simples e sem muita sofisticação, mas não menos interessante. Imagine levantar uma palhoça com palha de coco e bambu, bandeiras coloridas, um som lá dentro ou até músicos ao vivo e levantar a poeira a noite toda: pois é assim que o forró se difunde entre os povos nordestinos. A fogueira é também indispensável.

Não me canso de repetir que Gonzaga é o papa disso tudo. Foi ele, com sua simplicidade, com seu repertório que prezava por detalhar esses e outros detalhes dessa cultura que o tornou o pioneiro e imprescindível nesses momentos. Em qualquer lugar onde esteja tocando algum clássico de Gonzaga é sinal de que as pessoas estão festejando com a felicidade que sua canção traz. Junto a ele, tivemos também Marinês e sua gente, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Jacinto Silva e tantos outros nomes importantíssimos. Outros seguidores deles fazem as festas nos quatro cantos da região, pois alguém deve tá cantando ou dançando nesses dias canções de Elba, Fagner, Zé, Geraldo, Alceu, Petrúcio, Flávio, Nando, Cristina, Alcymar, Dominguinhos, Waldonys, Novinho, Maciel, Jorge e tantos outros que fazem a festa e a deixam ainda mais feliz!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Os Músicos do Brasil - 11

Aqui está o que eu posso chamar de gênese da música em meu sangue: A Banda de Pífanos de Caruaru. Fundada em 1924 por Manoel Clarindo Biano e Benedito Clarindo, consta de uma das bandas mais tradicionais do país, com várias formações no decorrer desses anos. Contam que a banda tocou até para Lampião, o cangaceiro dos sertões.

Em sua atual formação constam filhos e sobrinhos dos originais fundadores: Benedito Biano, Sebastião Biano, Gilberto Biano, João Biano, José Biano, Amaro Biano. Seus primeiros discos foram lançados no ínicio dos anos 70, quando também foram descobertos por artistas como Gilberto Gil, que gravou a canção Pipoca moderna, música da banda gravada também por Caetano Veloso. E entre outras canções de seu repertório estão Briga do cachorro com a onça, Marcha de procissão, Esquenta mulher, A bandinha vai tocar, Forró em Limoeiro, Feira de mangaio, Feira de Caruaru, Olinda no frevo, Um de cada vez, Cantada, Marina, Forrozear, entre outras.

Com um visual autêntico nordestino, a banda é formada basicamente por zabumba, triângulo e pífano (uma espécide de flauta), tocados pelos integrantes. Essa formação de banda influenciou outros artistas e anônimos como foi o caso do meu avô Manuel e seu irmão, Pedro (In memorian), que tocaram várias vezes em festas regionais e eventos importantes de sua época e embora não tenham levado a profissão adiante, foi por isso que defini aqui minha primeira herança musical, pois a partir desses dois, a música começa em minha vida. Lembro de ter presenciado várias vezes, no sítio de meu avô quando ainda criança, eles tocando clássicos de Gonzaga em seus pífanos. Ê saudade, ê Manuel Bento, ê Tio Pedro!

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de junho de 2010

Perfil Gonzaguinha

E depois de apresentar um trabalho do pai, Gonzagão, temos aqui uma coletânea com os grandes sucessos do filho, Gonzaguinha. São clássicos que apenas aquecem a fogueira da saudade que temos por esse grande artista que tanto nos encantou com seus trabalhos memoráveis, alguns deles, presentes nesse projeto que reitera a qualidade na escolha do repertório e na apresentação gráfica das letras das canções.

Lançada em 2004, nessa coletânea encontramos canções que foram sucessos em várias vozes, mas aqui interpretadas pelo seu criador. É o caso de O que é o que é, Guerreiro menino, Sangrando, Começaria tudo outra vez, É, Feliz, E vamos à luta, Lindo lago do amor, Grito de alerta, Espere por mim morena, Explode Coração, Comportamento geral, Ponto de interrogação, Eu apenas queria que você soubesse e Gentileza.

Gonzaguinha foi daqueles artistas que falaram tudo que deveria ser dito naquele momento, sem mais ou menos. É possível que várias de suas canções obtiveram interpretações marcantes em outras vozes, mas é inegável que o talento de composição é pouco para um homem da sua grandeza que deixou um legado importantíssimo na música brasileira, retratado aqui em parte por essa valiosa coletânea.

Um forte abraço a todos!

sábado, 19 de junho de 2010

Me dá meu coração

Accioly Neto é outro grande compositor já retratado aqui pela série Os compositores. Um dos meus favoritos e dos mais executados nessa época em clássicos como Espumas ao vento e A natureza das coisas, por tantos grandes nomes já interpretados. Eis aqui uma canção também muito cantada nesses dias de festas em que algumas cidades apresentam 30 dias festivos como é o caso de Caruaru/PE e Campina Grande/PB, entre outras nordestinas.

Conheci essa canção no mais recente cd do Fagner em um arranjo arrasador, coisas típicas do Raimundão. Elba, Trio Nordestino, Santanna e outros cantores locais também já a interpretaram e todos são unânimes em render elogios ao seu autor que tantas pérolas nos deixou e que durante essa época, podemos desfrutar com mais ênfase. Uma canção que  destaca o amor, a ilusão, a saudade: 

Me dá meu coração
(Accioly Neto)

Você dizia que me amava e me queria
Que jamais em sua vida gostou de alguém assim
Que eu era tudo pra você
A luz do bem querer
Que nunca ia poderia viver sem mim

Tanto cuidado, tanto mimo, tanto dengo,
Cada dia mais crescendo, dava gosto de se ver
Como se fosse transmissão de pensamento
Você ligava pra mim eu tava pensando em você

Diga o que foi que eu errei
Aonde vacilei, fiquei de fora
Se foi tudo uma ilusão
Me dá meu coração
Que eu vou embora

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cidade grande, moça bela...

O forró é um ritmo tão democrático e popular que no coração do público passeiam os mais variados artistas, desde cantores, grupos, trios e também cantoras. É o caso de Cristina Amaral, intérprete desse e de outros ritmos reginais. Natural de Sertânia/PE, comprova a cada ano que o forró é um ritmo que se renova a cada geração.

Começou suas atividades artísticas já na infância quando cantava em grupos de igreja e posteriormente em bandas, onde também participou Flávio José. Mas, sua carreira solo despontou a partir dos anos 90 quando venceu o Festival Recifrevo, com a canção Cidade grande de Petrúcio Amorim, de quem tornou-se uma de suas principais intérpretes, inclusive gravando um disco só com suas composições.

Sempre atenta a divulgação dessa nossa cultura, entre os sucessos de sua carreira, destacam-se Eu sou o forró, Dois rubis, Anjo querubim, Espumas ao vento, Forró do sapateiro, Fogo, Frevo mulher, Pelas ruas que andei, Táxi lunar, entre outras que só vêm a enriquecer esse mês onde dedicamos mais postagens a artistas da terra, que divulgam nossa cultura, ação que Cristina desenvolve tão bem, no Brasil e fora dele!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Uma criança pra a gente adorar...

Um sanfoneiro abençoado por Deus e apadrinhado por Dominguinhos. Seu nome, Waldonis José Torres de Menezes, natural de Fortaleza/CE e que toca desde os nove anos de idade. Álém de Dominguinhos, recebeu de presente uma sanfona de Luiz Gonzaga. Com essas duas influências, só poderia seguir essa carreira de forma tão brilhante.

Waldonys também acompanhou vários artistas no Brasil e no exterior, entre eles, o próprio Gonzaga, Fagner, Zé Ramalho e Marisa Monte. Entre os sucessos de seu repertório estão clássicos do forró nordestino como Vaca estrela e boi fubá, Olha pro céu, São João na roça, Último pau-de-arara, Cigarro de paia, Jardim dos animais, Anjo querubim, Eu quero ver você dizer que sou ruim, Lorota boa, entre outras.

Com mais de 20 anos de carreira, conheci Waldonys em trabalhos do Dominguinhos, no cd de 1997 e recentemente no dvd de Sr. Domingos e o achei um excelente músico e, ao que parece, um cara do bem, um artisa humilde e que muito contribui na difusão dessa cultura que tanto amamos que tem como alicerce, seus dois padrinhos Gonzaga e Domiguinhos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de junho de 2010

Gonzagão - Forró do começo ao fim

Recentemente adquiri essa coletânea de 2007, que só meu deu alegria. Algumas das canções que mais gosto do Luiz Gonzaga, reunidas em um mesmo cd. E o que mais me atrai é que são quase todas gravações da década de 80, de quando eu, criança lá no interior, presenciava os forrós armados nas ruas da periferia onde Gonzaga ditava o sucesso e o título da palhoça.

Aqui encontramos Sanfoninha choradeira, Danado de bom e Farinhada, as três com participação da Elba Ramalho; temos o medley Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro, com Fagner; Forró número um com Gal Costa. Temos Gonzaga em clássicos do forró dos anos 80 como Deixa a tanga voar, De fiá pavi, Pagode russo, Forró de cabo a rabo, Aproveita gente, Nem se despediu de mim e Sanfoneiro macho.

Aqui no Nordeste, as festas juninas nos remetem a três santos principais: João, Antônio e Pedro. Hoje, dia de Santo Antônio, na autêntica música nordestina, os louvores a esses santos são entoados em acordes de sanfonas que exploram os hinos lançados e cantados por Gonzaga durante toda sua vida. Ele é eterno e suas canções não trazem apenas nostalgia de um tempo em que as festas eram mais saudáveis, sem tanta violência, mas despertam em todo nordestino e porque não dizer brasileiro, a alegria de uma cultura raiz de um povo que se aquece em torno da felicidade de presenciar a fogueira queimando, o milho assando e a sanfona tocando.

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de junho de 2010

Vem ficar comigo

Do repertório do Nando Cordel, já interpretada pela Elba Ramalho vem essa belíssima canção romântica que embala corações apaixonados, e àqueles que deliram em torno de uma grande canção romântica. Vem ficar comigo tem na gravação da Elba um belíssimo arranjo bem suave, com aquela voz inesquecível. Já a ouvi também em ritmo de bolero, sempre reforçando a poesia da letra.

Nando também a gravou em seu mais recente dvd e também no projeto acústico. E quem já conhece o trabalho do Nando sabe que ele é mestre em composições românticas, independente do ritmo. Seria legal a mídia render espaços mais generosos a artistas como ele que tem um conteúdo exemplar para essa tão escassa boa música da atualidade

E pra terminar, dedico essa canção não apenas a todos os casais namorados que comemoram hoje seu dia, mas também à minha noiva que há anos resolveu atender meu chamado, quando a pedi para "Vir ficar comigo", pois além do dia dos namorados, é também hoje seu aniversário, então não poderia deixar passar essa data, sobretudo por ser ela das primeiras que comentam minhas postagens, me incentivando a continuar com esse trabalho que tanto me dá alegrias. Um beijo, meu amor, pra você:

Vem ficar comigo
(Nando Cordel)

Vem ficar comigo
Vem ser a luz da minha estrada
Vivo esperando esse céu para brilhar

Teu sorriso lindo
A tua boca doce sempre
Eu necessito do teu amor
Pra me enfeitar

Vem ficar comigo
Vem cuidar de mim
Só teu paraíso é que me faz viver feliz

Não me deixe solta
Posso me perder
De tudo no mundo
O que eu mais quero é ter você

Vem ficar comigo
Vem ficar comigo...
 
Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Coco trocado...

Um grande nome relembrado, sobretudo nessa época de festa junina, um mestre do coco de roda, Sebastião Jacinto da Silva, ou simplesmente Jacinto Silva é natural de Palmeira dos Índios/AL e viveu a maior parte da sua vida em Caruaru/PE, onde difundiu sua cultura, influenciada por Jackson do Pandeiro e influenciando bandas posteriores.  Lançou seu primeiro disco ainda nos anos 60, totalizando em sua carreira 24 Lps e dois cds.

E foram mais de 200 composições que enalteciam a cultura raiz das emboladas, do chamado coco de roda, que mais tarde influenciariam artistas como Silvério Pessoa, que mais recentemente gravou um cd todo em sua homenagem. E entre suas canções, destacamos Justiça divina, O bate mancá, Chora bananeira, Rua de São João, Aquela rosa, Carreiro novo, Coco na Paraíba, Sabiá da mata, Quero fumá mais Tonha, etc.

Jacinto constitui um grande nome da cultura nordestina, mesmo diante da falta de reconhecimento por parte das pessoas que lembram Gonzaga e Jackson, mas esquecem dele que recebeu também elogios dos outros dois e de diversos artistas que divulgam essa cultura tão popular, talvez a mais autêntica do povo brasileiro!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de junho de 2010

A onda ainda quebra na praia...

Esse é Luiz de França Queiroga ou simplesmente Lula Queiroga, natural de Recife/PE, um dos grandes compositores e cantores da atualidade, em trabalhos realizados com parceiros como Lenine e Dudu Falcão, ou em produções solos. Inclusive, suas primeiras composições ainda na década de 80 foram em parceria com Lenine, que explodiu na década de 90 com várias criações dos dois.

Lula só gravaria seu primeiro cd em 2001, Aboiando a vaca mecânica, que o rendeu vários prêmios e alavancou sua carreira e reconhecimento, prestado também por intérpretes que já o gravaram como é o caso de Zizi Possi, Ney Matogrosso, Renata Arruda, Elba Ramalho e Milton Nascimento. Entre seus sucessos, podemos citar Roupa no varal, O atirador, Sentimental, A rede, A moça na janela, Noite Severina, Êxtase, O último pôr-do-sol, Sob o mesmo sol, entre outras.

Lula Queiroga constitui um novo e grande nome para a contemporânea música brasileira. Um pernambucano arte que muito orgulha essa terra e os amantes da boa música, sobretudo àqueles que desejam respirar novos ares tem em seu trabalho a certeza de que muita coisa boa ainda surgirá para nós!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de junho de 2010

Zé Ramalho ao vivo

Produzido por Zé Ramalho e Robertinho de Recife, lançada em 2005 a gravação de um show do Zé no Olympia/SP, contendo seus maiores sucessos em cd e dvd. O cd contém 15 canções e a faixa-bônus Corações animais. O dvd traz todo o show, com 21 canções, além de making of e entrevista.

Encontramos alguns clássicos do repertório do Zé como Táxi lunar, Eternas ondas, Avôhai, Vila do sossego, Chão de giz, Garoto de aluguel, Admirável gado novo, Batendo na porta do céu, Entre a serpente e a espada, Mistérios da meia-noite e Frevo mulher, junto a outras canções maravilhosas como A dança das borboletas, Banquete dos signos, Canção agalopada e Sinônimos, esta última gravada no mesmo ano com a dupla Chitãozinho e Xororó e aqui apresentada pelo Zé em sua versão solo. Constam apenas no dvd as canções Último pau-de-arara, Bomba de estrelas, Meu nome é Tripizupe, Companheira de alta-luz, Sabiá e Asa branca.

Quem curte a voz única e grave do Zé, com seus arranjos que prezam por solos de violão e outros instrumentos sempre oferecendo uma sonoridade agradável não pode deixar de adquirir esse trabalho que se une ao Antologia acústica de 97 (já comentado aqui no blog) para representar uma das carreiras mais bem sucedidas de um dos artistas mais amados da música brasileira!

Um forte abraço a todos!