Centro Cultural Emoções - Petrolina/PE

Semana passada andei visitando o sertão de meu Estado, Pernambuco. É lá que se encontra o primeiro museu dedicado à sua majestade, Roberto Carlos. O Centro cultural emoções é coordenado pelo meu amigo Adriano Thales e por seu filho, Felipe. Localizado no centro dessa maravilhosa cidade (que possui vários pontos turísticos), a entrada custa apenas um quilo de alimento, que é doado à uma instituição de caridade do município.

A riqueza do lugar está em contar toda a história do maior artista vivo que a música brasileira possui, com direito a todos os detalhes e, claro, muitas emoções. Lá encontramos fotos de todas as épocas do Roberto, com sua família, amigos, shows, discos, revistas, ingressos, raridades que só mesmo um fã como Adriano coleciona no decorrer de sua vida.

E essas histórias são contadas por ele mesmo e pelo Felipe, que atua também compartilhando os vídeos em seu canal no youtube, com o mesmo nome do centro. Portanto, quem deseja conhecer esse oásis do sertão, que é essa maravilhosa cidade de Petrolina, vai ter esse ponto turístico pra entender um pouco mais porque Roberto Carlos é, há seis décadas, o rei da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

DVD A filha dos trapalhões

Como em todo janeiro revisito a obra do quarteto que marcou a minha e a infância de diversas pessoas, este ano vamos comentar a película lá de 1984: A filha dos trapalhões que, além de contar com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, tivemos também a participação de Myrian Rios, Ronnie Von, além dos sempre presentes Roberto Guilherme e Arnaud Rodrigues (que também é responsável pela música), Vera Gimenez e Eliezer Motta (o famoso Sr. Batista), dentre outros.

Com roteiro baseado em O garoto, de Chaplin, nosso quarteto dessa vez vive em um barco flutuante, numa vida miserável e encontram uma bebê abandonada, que resolvem adotar. Posteriormente, descobrem que se trata da filha da trapezista Júlia (vivida por Myrian), que foi obrigada a entregar sua filha a uma quadrilha que vende crianças no exterior. Tal quadrilha os encontra e deseja recuperar a criança, agora protegida pelo quarteto.

O Delegado Walter, vivido por Ronnie também ajuda nessa aventura onde mais uma vez o bem vence o mal, lição sempre deixada pelos filmes desses caras que fizeram nossa cabeça nos anos 80, superlotando as seções do cinema e, posteriormente, garantindo nossa diversão nas Sessões da tarde do plim-plim, em nossas férias de janeiro!

Um forte abraço a todos!

Feliz 2022!!!

O Blog Música do Brasil deseja a todos seus leitores um Feliz 2022! E como todo início de ano, sonhamos com um período melhor a todos e à nossa música também. Torcemos para que os artistas tenham saúde e consigam retomar seus shows, suas produções artísticas e, com isso, mais empregos sejam garantidos ao povo que trabalha direta ou indiretamente com eles.

Além dos shows, torço para que evoluamos em algo que anda me inquietando: os lançamentos de música apenas em plataformas digitais! Sou antigo, do formato físico. Vejo o vinil ganhando seus adeptos, o CD ainda tem fãs, mas os poucos artistas que lançaram algo em 2021, estão se firmando apenas nas plataformas digitais. E os que ainda lançam em formato físico, só fazem isso no exterior! O que significa isso? O Brasil é o celeiro da pirataria? Somente eu e poucos compram CDs? E agora temos que importar os CDs dos astros brasileiros???

O Brasil é um país rico musicalmente falando também. Sempre repito que me orgulho dos artistas e queria que com os políticos também fosse assim, para progredirmos nesta pátria tão amada. Vira e mexe, aqui é dominado por um ritmo, um estilo musical. Os atuais não me atraem tanto, mas sei que tem muita gente boa por aí, aguardando sua vez de mostrar seu talento. E, como final de ano, a gente renova também os sonhos, eu prefiro sonhar como criança que constrói a cada dia a música de sua vida, através das notas musicais que conhecemos!

Um Feliz 2022 a todos!

Roberto Carlos especial 2021

Assisti todo emocionado no último dia 22 o Roberto Carlos especial. Este ano até pensei que não teríamos o programa, pois Roberto vive o luto da partida do Dudu Braga. Mas, penso que a melhor homenagem que se pode fazer a um cara como Dudu é essa. E, parece que Roberto também pensou assim, pois havia tristeza em seu olhar, como tanto foi comentado em várias reportagens, mas, também havia o sentimento de superação, lição que Dudu sempre ensinou e que Roberto, revestido de rei, também deixa para nós. Quando se falou que o especial aconteceria, foi vinculada uma lista de convidados envolvendo grandes medalhões da música brasileira que não se confirmou. Provavelmente agenda ou força maior fez com que não se concretizasse e, apresentado pelos atores Toni Tornado, Zezé Motta e Paola Oliveira, o especial contou com outro time bem legal. 

Já que apenas uma música nova do Roberto pouco ecoou neste final de ano, A cor do amor, dueto com Liah Soares, uma das convidadas, é legal que haja muitos convidados e que eles acrescentem à apresentação. E, a meu ver, foi o que aconteceu: Ivete cantou com Roberto Eu nunca amei alguém como eu te amei, gravada por ambos, do maestro Eduardo Lages. Zezé e Luciano cantaram com Roberto o medley Vivendo por viver e É o amor, a primeira sucesso de ambos e a segunda, dizem que Roberto gravou, mas nunca lançou. Com Sandy, que trouxe o músico e marido Lucas Lima, Roberto cantou o medley As canções que você fez pra mim/Always, esta última do repertório menos conhecido do Sinatra. Fafá de Belém veio dividir aquele antigo Desabafo, com seu amigo de fé. 

O tremendão cantou de seu novo projeto a canção Nasci para chorar; a ternurinha cantou junto com o rei o clássico Quando e os três cantaram Eu sou terrível. Com Jota Quest, o rei cantou a certeza de que Dias melhores virão, pra sempre! E com o rei do samba, Zeca Pagodinho, o dueto no medley Deixa a vida me levar/Além do horizonte. Ao final, todos cantaram Eu quero apenas e encerraram o show que não teve plateia, nem rosas ao público. Roberto ainda cantou sozinho Emoções, Detalhes (com um lindo arranjo), Outra vez, Esse cara sou eu, É preciso saber viver e Nossa Senhora (esta última em homenagem a seu primogênito). Na verdade, a meu ver, todo o programa fez referências sutis a Dudu, com canções como As canções que você fez pra mim (nome de seu programa de rádio) e É preciso saber viver (canção que apresentava em suas palestras). Tão tradicional quanto ouvir Roberto dizer "Que prazer rever vocês" são os comentários, críticas de famosos, anônimos, fãs, gente que pensa que não é fã, e gente que há muito deixou de ser fã. Fico feliz por ter sentido boas coisas e levar um coração agradecido pois esse foi o único programa com boa música neste final de 2021 (antigamente as TV´s eram mais generosas nesse aspecto) e, como eu estava saudoso do Roberto, só tenho a desejar vida longa ao rei!

Um forte abraço a todos!

♫Que seja um Feliz Natal♫

Os clássicos natalinos são tão marcantes que fica difícil mexer em algo, tipo uma versão. Muitos deles são americanos e já se tornaram domínio público. Daí, fazer uma versão é algo muito legal, mas perigoso, pois ou não é bem aceitável por um Brasil meio preconceituoso com versões ou alguém faz outra melhor e a versão inferior cai no esquecimento. O clássico I whish you a Merry Christmas é muito lembrada nesta época, mas pouco cantada.

Pelas minhas pesquisas, a única versão em português que conheço desse clássico, que já é domínio público, foi a adaptação feita por Cláudio Rabello para o projeto natalino de Chitãzinho e Xororó. Em apenas um verso, pois na faixa do CD ela aparece em um medley, a dupla sintetiza tudo o que um ser de boa vontade possa desejar a outro. Acredito que a letra original seja maior, mas como não conheço alguma outra versão ou adaptação, segue a do CD. E, por que não dizer que é o que o Blog Musica do Brasil deseja a todos os leitores que por aqui passarem!

Que seja um Feliz Natal
(I wish you a Merry Christmas)
D.P./Adaptação: Cláudio Rabello

Que seja um Natal feliz
Que os anjos digam amém
Que seja um Natal feliz
E o ano novo também

Um forte abraço a todos!

Dia nacional do forró

Hoje é dia de Santa Luzia, aniversário de Luiz Gonzaga e dia do forró. Acredito que esta seja a cultura que mais remete ao povo nordestino, pois o forró é para nós, o que o axé é para a Bahia e o samba é para o Rio. É o nosso ritmo alegre, o pai da alegria, pois todo sanfoneiro, todo forrozeiro sabe cantar as alegrias e tristezas, as conquistas e perdas, os amores e as dores, neste ritmo que deixa tudo contagiante.

Foi escolhida esta data, sobretudo porque há 109 anos nasceu um dos forrozeiros mais ilustres e que até hoje é lembrado como um mestre nesta arte. Gonzaga é lembrado sempre, sobretudo nesta data onde seus clássicos são e serão sempre reverenciados. Hoje não se acende fogueira ou come-se milho, como nas festas juninas. Mas, lembramos de Sr. Luiz e também de seus seguidores, alguns ainda estão aí divulgando seu legado.

Portanto, se avexe não, pois a estrada é cumprida, mas sigamos o voo da asa branca que nos leva a todas as notas da sanfona, à lembrança das lindas fogueiras e das morenas pintadas como bandeiras juninas que compõem uma natureza cantada e declamada pelo ritmo mais bonito que essa terra conhece!

Um forte abraço a todos!

Blog Música do Brasil - 14º aniversário

Próximo dia 09/12, este Blog comemora mais um aniversário. Em seus 14 anos, este espaço foi e é espaço para vivenciar muitas emoções, sobretudo por explorar este tema que amo, que é a música brasileira. Fico feliz por ver alguns artistas retomando suas carreiras, com shows, alguns lançamentos e projetos. Já quase não se lança CD ou vinil, ou seja, a parte física ficou no passado, pois hoje em dia as músicas são lançadas em plataformas digitais, o que não me traz ânimo em comentá-las.

Por isso, em determinadas postagens, o Blog Música do Brasil pode parecer que vive mais o passado que o presente, sem muita perspectiva de futuro, pois trazemos canções, discos e artistas que já estão aí há algum tempo. Vira e mexe, temos canções ou discos mais recentes. Alguns ainda insistem na mídia física, o que merece nosso aplauso, embora vemos artistas brasileiros lançando seus mais recentes trabalhos em formato físico apenas no exterior! Um absurdo e um descaso com o público tupiniquim.

Torçamos para que esta fase melhore. Sabemos de novos talentos que aguardam um espaço para chegarem ao coração do público apaixonado por esta que é a melhor música do planeta e que este Blog, hoje, brindando seus anos de vida, continuará apresentando, seja buscando no passado ou se surpreendendo com um novo presente que emitirá as notas de um futuro mais musical para o Brasil, de seus grandes artistas ao seu grande público!

Um forte abraço a todos!

Os Intérpretes do Brasil - 60

Nesta série onde destacamos grandes intérpretes deste país, vamos abordar o alagoano mais amado desta terra. Pra começo de história, Djavan é, sem sombra de dúvidas, o melhor intérprete de si mesmo, pois gravar uma canção dele é um risco que poucos correm e obtém êxito. Gal, Bethânia, Roberto, Caetano, e outro punhado de grandes nomes já gravaram suas criações e, podemos dizer que fizeram melhor ou igual a ele. 

Mas, algumas coisas dele são só dele e ninguém ousa imaginar que alguém supere a gravação de Oceano ou Um amor puro, só pra citar algumas. Em sua carreira, ele também ousa pouco regravar colegas, tanto é que em sua discografia, encontramos algo de Tom Jobim, Paulinho da Viola, Chaplin, parcerias com Chico Buarque, Caetano Veloso. Apenas no CD Ária, ele se permitiu cantar coisas alheias às suas criações, voltando até a sua infância, coisas que ouvia sua mãe cantar, como já comentado anteriormente.

Então, pra destacar o intérprete, cito a canção Correnteza, de Tom Jobim, que entrou para a trilha da novela O rei do gado. De Gil, ele já gravou Palco e também Lamento sertanejo, ambas de forma genial. Com Paralamas, gravou a fantástica Uma brasileira, de Carlinhos Brown. Enfim, são muitas coisas legais que ele regravou e que poderia se permitir fazer mais isso, pois já mostrou que sabe lapidar bem lindas canções.

Um forte abraço a todos!

♫Não me deixe só♫

Algumas canções são muito marcantes quando lançadas e mais ainda quando se tornam sucesso e tem a chance de melhorar ou ganhar novas versões, ficando ainda mais agradável. É o caso dessa canção, clássica do repertório de Vanessa da Mata, autora e intérprete da canção. Gostei da versão original, mas parece que toda vez que Vanessa mexe no arranjo e a canta ao vivo, a canção cresce.

A letra de Não me deixe só ressalta o que o título induz: um apelo para que não encontre a solidão, onde o personagem se abre para o ouvinte, expondo suas inseguranças e ansiedades, pautadas no desejo de estar perto de alguém que também será recompensado por sua companhia, com todo amor oferecido! Um delicioso samba, com uma belíssima ponte, a meu ver.

Não me deixe só

Vanessa da Mata

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor

Fique mais
Que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou de bem, mas

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Um forte abraço a todos!

CD Emílio Santiago Aquarela brasileira 2

Dando sequência à série que relembra as Aquarelas do Emílio, depois do sucesso da primeira edição, em 1989 é lançada o volume 2, com bastante êxitos, na voz de nosso grande intérprete. Mas, novamente aqui se engana quem pensa que Emílio apenas regravou sucessos de outros grandes compositores, pois  é neste ano e neste disco que foi lançado o clássico Saigon, um dos maiores de seu repertório e sempre cantado pelos bons músicos da noite.

Mas, como também na edição anterior, a homenagem aos compositores vem em forma de medleys com Lupicínio Rodrigues em Ela disse-me assim/Volta/Pobres moços, Taiguara com Universo do teu corpo/Hoje, João Bosco com Desenho de giz/Papel machê, Wilson Batista com Preconceito/Louco, Rita Lee com Mania de você/Lança perfume, Billy Blanco com Mocinho bonito/A banca do destino/Não vou pra Brasília.

E outras canções aparecem mesclando um compositor com outro, tipo Ary Barroso e Gonzaguinha em Isto aqui o que é/É ou Luiz Melodia com Nelson Motta em Pérola negra/Bem que se quis. Alguns enredos de escola de samba também são homenageados, aqui na faixa de abertura Festa profana/Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós/Direito é direito, respectivamente da União da ilha, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel. Com a produção de Roberto Menescal, foi mais um gol de placa da Som livre e de nosso inesquecível cantor.

Um forte abraço a todos!