terça-feira, 16 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1974

CD Roberto Carlos 1974
Roberto Carlos e seus longos caracóis apareceram neste trabalho de 1974, marcado por alguns clássicos como O portão, Você e Eu quero apenas (também clássico hispânico). É também aqui que encontramos a primeira leitura feita em sua discografia para o clássico É preciso saber viver, na versão que sempre apresenta em seus shows, já que a primeira gravação foi para o filme O diamante cor de rosa (1969), feita em trio com Erasmo Carlos e Wanderléa e que conta com um trecho omitido nessa versão.

Mas, Roberto começa o disco se despedindo, com uma valsinha melancólica, mas muito gostosa de se ouvir e cantar, com direito ao famoso la, ra, la, rá de sua majestade. Aqui também Roberto grava pela primeira vez Benito di Paula, que alcançaria seu auge nessa década e assinou para o rei cantar a faixa Quero ver você de perto. Sua majestade também visitou a boemia nas faixas A deusa da minha rua e Ternura antiga, esta última de J. Ribamar e Dolores Duran, uma de suas compositoras favoritas.

Contracapa CD RC 1974
Temos também a canção favorita da Lady Laura, segundo entrevista concedida anos depois, sua mamãe afirmou que gosta demais da canção A estação. O lado intérprete se firmava também em canções como Jogo de damas, Eu me recordo e Resumo, esta última de Eunice Barbosa, mãe de Antônio Marcos. Gosto do disco, mas confesso que não é dos meus favoritos. A contracapa traz créditos das canções e alguns maestros que participaram do projeto e se parece muito com a capa que é uma das poucas da sua discografia que não traz seu nome, com um Roberto sério e meio triste, como foram quase todas suas capas. Um disco com doze canções que marcou a sua melhor década criativa, na visão de alguns!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1973

CD Roberto Carlos 1973
Uma característica dos discos dos anos 70 do Roberto são as gravações feitas nos Estados Unidos, com grandes maestros e grandes músicos internacionais, sem perder ligação com os nacionais, a exemplo de seu então maestro Chiquinho de Moraes. E outro ponto comum dessa fase é a presença de canções que se tornaram grandes clássicos, alguns esquecidos, mas muitos revividos pelo rei nos roteiros de seus shows daí em diante.

É o caso desse trabalho lançado em 1973 e que traz os clássicos Proposta e o Homem. A primeira tornou-se também um clássico hispânico, juntamente com a releitura do clássico de Carlos Gardel em El dia que me quieras, e a "primeira ousadia" real em falar de sexo (conste que estamos em tempos de ditadura, onde qualquer coisa era um desagravo). Mas, temos também outras pérolas esquecidas de sua majestade como Palavras (que Bethânia reviveu em 93), O moço velho, Amigos amigos (a primeira da dupla Isolda/Milton Carlos) e Rotina, a preferida de Silvio Santos.

Contracapa CD RC 1973
Sempre achei a canção A cigana muito estranha, mas é uma opinião pessoal. Talvez ache que não combinava muito também aquele acelerar no la ra la ra do final. A faixa Atitudes também é bastante romântica, embora, em mais uma opinião pessoal, não me agrada tanto. Queria vê-lo cantar Rotina um dia. E outra que nem deve ter tido tanta expressão, mas que muito cresceria em um show seria a soul Não adianta nada (adoro seus metais). O primeiro disco do Roberto com dez músicas (ele lançaria as outras duas inexplicavelmente depois). Uma foto que causava impacto e durante muito tempo quando a via nas lojas antes de adquiri-lo, pensava que ele estava mirando o sol. Contracapa com fotos que indicavam ensaios em estúdio e poucos créditos. Mas, a meu ver, um disco que ficou "um pouco" inferior aos demais já apresentados nessa década.

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de julho de 2013

Onde anda você

Esse ano comemoramos o centenário dele. Nosso poeta e compositor Vinícius de Moraes completaria, se vivo, cem anos. E diante de tantos clássicos, alguns já apresentados aqui, hoje escolhi um dos boleros mais lindos que conheço. Uma canção que parece cantar a solidão e a falta daquele amor de uma forma quase alegre, coisas que artistas como Vinícius sabiam fazer muito bem.

Essa canção tem gravação do próprio autor, de Simone, Ângela Maria e, para mim, uma marca imortal de Nelson Gonçalves. Composta em 1972, a meu ver, ela teve interpretação definitiva com Nelson, já no fim da década de 80. Sua letra aborda uma mescla de solidão e de busca pela pessoa amada que, já não se encontra nos mesmos lugares comuns àquele casal apaixonado de outrora.

Onde anda você
(Vinícius de Moraes e Hemano Silva)

E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto de tanto prazer

E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão

Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você

E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
Onde anda você?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

♫Aniversário musical♫

E hoje comemoro mais um aniversário, desde já agradecendo a todos os amigos que, de alguma forma, me homenageiam com suas palavras, seus desejos de paz, saúde, amor, fé e muita música, seja pelo telefone, celular, email, twitter, facebook, por aqui, enfim! Um aniversário musical, virtual ou não, mas que sempre se faz presente nas marcas da harmonia e fraternidade que a gente planta e colhe em pessoas tão importantes que encontramos nessa viagem que é a vida!

Completo 33 anos, a chamada idade de Cristo! Este é meu maior amigo, pois é Ele que está comigo nos momentos alegres e difíceis. É Ele que enxuga minhas lágrimas quando encosto na janela pra chorar as dores da caminhada e ouço sua voz dizendo que está comigo e que tudo isso vai passar. É Ele que motiva a todos nós seguirmos em frente porque depois da noite vem outro dia e com isso um novo sol sobre nossas cabeças, nos iluminando sem distinção. E uma amizade como esta que não cabe em apenas um parágrafo é curtida, compartilhada, indicada a todos!

Deus é muito generoso conosco porque, se existe a solidão, Ele nos dá alguns antídotos como é o caso da música. "De que vale a minha boa vida de playboy, se entro no meu carro e a solidão me dói", você poder sentir isso e poder cantar numa boa essas coisas faz você acreditar que seu remédio é cantar como já disse Gonzaga, que quem canta seus males espanta como já disse Martinho ou cantar é mover o dom como já disse Djavan. Deus, obrigado por Jesus, obrigado pela família, obrigado pelo trabalho, obrigado por tantos amigos, obrigado pelos cantores e cantoras, obrigado pela música!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1972

CD Roberto Carlos 1972
Clássicos é o que não faltam aos discos lançados por sua majestade na década de 70. É o caso desse CD, também um dos melhores de sua carreira e que já o definia como um romântico irrecuperável. Basta dizer que aqui temos as canções Como vai você, que é do Antônio Marcos, embora todos achem que é do rei e, A distância, dois clássicos não apenas nacionais, mais também do mundo hispânico.

Mas, não ficamos apenas nessas, pois temos A montanha, que já sinalizava ainda mais sua religiosidade; O divã, mais um pouco de sua autobiografia que citava até o acidente com sua perna; Você é linda e Quando as crianças saírem de férias, que falam da beleza de uma gestante e da ocupação de tempo com as crianças acalentando férias mais que desejadas. Falando em acalentar, temos única visita do rei ao repertório de Caymmi com Acalanto, também numa alusão às crianças.

Contracapa CD RC 1972
Completam o álbum as belíssimas Por amor e Você já me esqueceu, Negra e a lição de vida sempre atual Agora eu sei. Uma capa até parecida com a anterior, mas com uma fotografia em preto e branco que deixava a imagem de um sério Roberto e seus caracóis mais nítidos. Grandes arranjos e grandes composições que justificam o brilho que a coroa real vai ganhando nessa década!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1971

CD Roberto Carlos 1971
Para muitos, este é o melhor CD de toda a carreira de Roberto Carlos. Pela capa (nenhum outro teve tanta arte, dizem), pelos clássicos aqui apresentados, pelo peso de ser o disco que traz pela primeira vez sua maior canção, pela maturidade alcançada em grandes composições e interpretações, pelos arranjos que já agregava grandes profissionais internacionais.

Pudera, estamos falando do disco que traz Detalhes. Poderíamos parar por aí, pois já seria suficiente. Mas, consta nesse disco outros clássicos como Amada amante, Todos estão surdos, De tanto amor. Temos Debaixo dos caracóis dos seus cabelos que, anos mais tarde Roberto afirmaria que fizera com Erasmo como homenagem a Caetano Veloso, que também aparece no disco como autor da faixa Como dois e dois que dizia exatamente como se sentia no exílio.

Contracapa CD RC 1971
Temos um pouco sobre sua autobiografia em Traumas. E temos outras canções menos expressivas, mas não menos bonitas como A namorada (primeira de Carlos Colla, que viria a ser o compositor mais gravado pelo rei), Você não sabe o que vai perder, a filosófica e sempre atual Eu só tenho um caminho, Se eu partir e mais uma sátira à época do rádio em I love you. Um disco sensacional que realmente explica porque para muitos é o melhor de sua majestade!

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de julho de 2013

Trem das onze

Tá aqui um dos maiores clássicos nacionais, cantado por vários sambistas e uma das mais executadas na noite. Clássico não se explica totalmente e é isso que acontece com Trem das onze, de Adoniran Barbosa, que ficou imortalizada pelo grupo Demônios da garoa e que para alguns, é a que mais representa a capital paulista, já que faz referência a um de seus bairros e um de seus maiores ritmos.

Sua letra fala de um rapaz que mora distante e que não pode perder o último trem daquela noite. Filho único, sua mãe o espera para poder dormir em paz. E tudo isso só reforça o que foi dito: um clássico não se explica totalmente, pois como uma canção com tanta simplicidade faz sucesso já há quase 50 anos? Talvez essa mesma simplicidade seja seu segredo, aliado a algumas pitadas de amor de seus intérpretes ao incluírem os famosos "quais, quais, quais..."

Trem das onze
(Adoniran Barbosa)

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor mas não pode ser
Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas, só amanhã de manhã

E além disso mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1970

CD Roberto Carlos 1970
Mês de julho e a gente se debruça de forma deliciosa (pra mim e para os amantes da obra do rei) em seus discos. Em anos anteriores já abordamos as décadas de 90 e 80 e agora, vamos para a década de 70, preferida de uma grande maioria e que marca mudanças e um amadurecimento extraordinário como cantor, compositor, músico, artista que é esse cara que carrega a coroa da música brasileira com humildade e merecimento.

Neste trabalho, temos um Roberto já diferente da década anterior, uma transição para o que viria a ser o maior artista romântico que esse país já conheceu. Mas, a meu ver, temos aqui um "disco" menos romântico e mais soul que Roberto lançou, percebido sobretudo nas faixas Uma palavra amiga, O astronauta, Se eu pudesse voltar no tempo e no clássico Jesus Cristo, que atualmente encerra seus shows, já há um bom tempo.

Conta-capa CD RC 1970
Encontramos uma sátira aos cantores antigos com Vista a roupa meu bem e mais saudosismo no clássico Meu pequeno Cachoeiro que é de seu conterrâneo Raul Sampaio. O romantismo, em variadas formas, é visto em canções como Ana (uma das poucas músicas dele que leva nome de mulher), Preciso lhe encontrar, Minha senhora (já naquela época um amor por uma mulher mais velha, sempre moderno!), Maior que o meu amor e 120, 150, 200 km/h (uma mescla de canção e declamação, com letra de cortar os pulsos). Um Roberto diferente também na capa do disco que traz apenas uma sombra do que ainda estava por vir sob as pérolas da coroa real!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de julho de 2013

Os compositores do Brasil - 68

Recentemente foi para o andar de cima um dos compositores mais executados desse país: Paulo Emílio Vanzolini, ou simplesmente Paulo Vanzolini. Natural de São Paulo, Vanzolini é o dono de um dos maiores clássicos desse país e ao mesmo tempo de uma das maiores homenagens que a capital paulista já recebeu: a canção Ronda.

E apesar de esse ser seu maior sucesso, é também autor de outras canções inesquecíveis como Volta por cima, Na boca da noite, Boba, Cravo branco, Juízo final, No fim não se perde nada, Noite longa, Raiz, Samba do suicídio, Tempo e espaço, Mulher que não dá samba, Bandeira de guerra, Quando eu for eu vou sem pena, Mente, Capoeira de Arnaldo, etc.

Vanzolini já foi gravado por grandes nomes da nossa música como Maria Bethânia, Fagner, Clara Nunes, Noite Ilustrada, Toquinho, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Miúcha, Alcione e tantos outros seresteiros e artistas da noite que rondam a cidade sob o clássico desse grande compositor que nos deixa de herança clássicos para a música brasileira.

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de junho de 2013

Olhando as estrelas - 36

E encerramos esse mês junino tão festivo com duas das maiores estrelas nordestinas e por que não dizer, nacionais? Zé Ramalho e Geraldo Azevedo tem carreiras fascinantes e nos momentos em que estiveram juntos, seja em gravações de discos ou em apresentações em shows, fizeram nesses encontros suas estrelas brilharem ainda mais.

Várias gravações são verificadas no projeto O grande encontro, sobretudo na faixa O amanhã é distante, um clássico. Algumas canções que compuseram juntos ou com mais alguém foram Táxi lunar, Miragens, Pedras e maçãs e Bicho de 7 cabeças. São muitas as apresentações em suas carreiras realizadas juntas.

Seria uma boa pedida um novo show só com os dois ou quem sabe reverenciando algum mestre em comum, tipo Luiz Gonzaga ou Jackson do Pandeiro e todos nós torcemos para que mais encontros como os relatados aconteçam, pois talento é o que não sobra a Geraldo e a Zé!

Um forte abraço a todos! 

sábado, 29 de junho de 2013

Isso aqui tá bom demais

Com essa canção encerramos as comemorações do mês junino, com esse clássico de Dominguinhos e Nando Cordel, gravado por ambos, em parceria com Chico Buarque, que serviu como tema para a novela Roque Santeiro e regravada posteriormente por outros nomes como Elba Ramalho. É uma canção que retrata exatamente como é visto o forró e a festa junina para aquele que a aprecia.

Com apenas duas estrofes, seus autores conseguiram sintetizar toda a festa junina, com sua animação, romantismo e ritmo quente de quem abraça a alegria e não solta durante toda a noite. Hoje, noite de São Pedro, com certeza, esse e outros clássicos são entoados nas boas festas Nordeste afora, afinal é mais uma noite para curtirmos essa tradição só nossa!

Isso aqui tá bom demais
(Dominguinhos e Nando Cordel)

Olha, isso aqui tá muito bom
Isso aqui tá bom demais
Olha, quem ta fora qué entra
Mas quem ta dentro não sai

Vou perder me afogar no teu amor
Vou desfrutar me lambuzar deste calor
Te agarrar pra descontar minha paixão
Aproveitar o gosto dessa animação

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Me dá teu coração que eu caso com você nessa noite de São João...

Essa figura chama-se Francisco Ferreira Lima. Natural de Conceição de Piancó/PB, atende pelo nome artístico de Pinto do acordeon. Mais conhecido como compositor, Pinto é também cantor e um dos maiores acordeonistas desse país.

Seus sucessos já foram gravados por nomes como Genival Lacerda, Trio Nordestino, Fagner, Elba Ramalho e Dominguinhos, entre outros. Tocou durante anos com Luiz Gonzaga, de quem recebeu de presente uma sanfona branca com o seguinte comentário: já pensou se falta energia? você preto, a sanfona preta, ninguém vai ver nada, comentou um espirituoso rei do baião.

Lançou seu primeiro disco em 1976 e coleciona alguns sucessos em sua voz ou de outros intérpretes já citados. São de seu repertório: Arte culinária, Toca sanfoneiro, Forró do chic tak, Vem viver essa paixão e o clássico Neném mulher, também chamada de Paixão de beata, que foi tema da novela global Tieta. Grande músico, grande figura, basta ver a recente entrevista dada ao Jô em que conta causos de sua vida e seu convívio com o rei do baião, seu mestre!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Os compositores do Brasil - 67

Gonzaga sempre teve bons compositores a exemplo de Onildo Almeida, João Silva, Zé Dantas e Humberto Teixeira, já retratados por essa série. E hoje é a vez de mais um deles, José Marcolino Alves, o Zé Marcolino. Natural de Sumé/PB, Zé Marcolino é considerado por alguns como o compositor de Gonzaga que melhor falou do sertão depois do próprio rei do baião.

E não é que estamos aqui falando de uma fábrica de hits, alguns, verdadeiros clássicos? São dele as canções Cacimba nova, Numa sala de reboco, Cantiga do vem-vem, Fogo sem fuzil, Quero chá, Sertão de aço, Maribondo, Caboclo nordestino, Eu e meu fole, Matuto aperriado, Serrote agudo, etc.

Zé Marcolino partiu para a eternidade em 1987. Gonzaga e outros artistas prestaram homenagens a ele na Missa do Vaqueiro do ano seguinte. E todos nós convivemos com sua arte e comungando do mesmo pensamento de que pra quem ama todo tempo é pouco pra dançar com um benzinho numa sala de reboco!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de junho de 2013

Noite de São João


Podem dizer o que quiserem, mas poucas festas brasileiras são tão lindas como as festas juninas do Nordeste Brasileiro, onde as tradições são mantidas nas danças, decorações, comidas típicas e ao mesmo tempo na simplicidade de um povo sofrido, mas que sabe fazer bonito. Aquela coisa de interior de quem nasceu e cresceu por lá sabe o valor dessa simplicidade e de tudo que estou falando. O forró feito com bambu e palha de coco, a alegria no rosto das pessoas, a pracinha animada com as danças típicas...

Uma belíssima canção, entoada nessa noite é Neném mulher, clássico do Trio Nordestino, cantada por outros nomes como Elba Ramalho entre tantos. Sua letra faz menção a essa noite, regada de muita dança, muito amor, muito milho e muito calor dessa fogueira tradicionalíssima que brilha cada vez mais a cada ano que apreciamos sua tradição!

Neném mulher
(Pinto do acordeão)

Neném, neném, neném
O que aconteceu
Tão todos te querendo
Tu vem fica mais eu, oh!

Neném, neném, mulher
Me dá teu coração
Que eu caso com você
Nesta noite de São João

Basta ver como estou
Enjeitado sem amor
Vem depressa me abraçar
E por toda vida
Nunca mais nos separar.

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de junho de 2013

Nem se despediu de mim

São João sem Gonzaga não é o mesmo. Portanto, seus seguidores continuam a entoarem seus clássicos não apenas nessa época. Já comentamos sobre várias de suas canções inesquecíveis, mas em se tratando de Gonzaga, sempre encontraremos mais. É o caso de um de seus últimos clássicos, Nem se despediu de mim, parceria com João Silva e gravado também por Dominguinhos e tantos outros.

Nem se despediu de mim fala da desatenção da pessoa amada que chegou, saiu e nem se quer deu atenção àquele que lhe dedicava tanto amor. Desatenção é uma palavra que machuca a muitos casais, sobretudo nessa correria cotidiana, o que mostra que o clássico de Gonzaga é atemporal e continua cada vez mais atual. E a fé de que esse amor voltará faz crer que aqui no Nordeste, o forró é o pai da alegria.

Nem se despediu de mim
(Luiz Gonzaga e João Silva)

Nem se despediu de mim
Nem se despediu de mim
Já chegou contando as horas
Bebeu água e foi-se embora
Nem se despediu de mim

Te assossega coração
Esse amor renascerá
Vai-se um dia mais vem outro
Aí então, quando ele voltar

Quebre o pote e a quartinha
Bote fogo na tamarinha
Que ele vai se declarar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Hoje eu acordei pensando em você...

Quem assistiu ao filme Gonzaga de pai para filho se deparou com um ator, que fez Sr. Luiz em uma fase mais nova, muito talentoso. Cantor, compositor e acordeonista, natural de São Paulo/SP, ele é Nivaldo Expedito de Carvalho, que todos conhecem pelo nome artístico Chambinho do acordeon. Viveu sua infância no Piauí, até retornar à capital paulista já na adolescência.

Iniciou sua carreira tocando teclado em bandas de pagode, até ingressar em uma banda que divulgava o ritmo nordestino, a Banda Caiana, lançando discos e abrindo espaço para acompanhar outros nomes como Banda de Pífanos de Caruaru, Anastácia, Família Gonzaga, etc.

E entre os sucessos de seu repertório temos Verdade, Entre no meu sonho, Terra do galo, Jardim dos animais, Frevo mulher, Iracema, etc. É evidente que Chambinho estará sob a sombra de Gonzaga por ter feito o papel no cinema, mas seu talento o qualificará cada vez mais como um agradável nome moderno do autêntico forró!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Os Músicos do Brasil - 43

Um dos grandes músicos desse país atende pelo nome de Oswaldo de Almeida e Silva, ou simplesmente Oswaldinho do acordeom. Natural de Duque de Caxias/RJ, possui forte ligação com a música nordestina sobretudo por ser neto de sanfoneiro que viveu no interior da Bahia e ter aprendido a tocar esse instrumento com seu pai.

Em seu currículo de músico estão os mais variados nomes da música brasileira e até internacional, como Rita Lee, Alceu Valença, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Baby Consuelo, Renato Teixeira, Paul Simon, Freddy Mercury, Inezita Barroso, Fagner, Dominguinhos, Moraes Moreira, Djavan, Elba Ramalho, Caetano Veloso, Raul Seixas, Nara Leão, Milton Nascimento, entre outros.

E depois de presenciar essa pequena descrição me pergunto porque ainda não o tinha homenageado nessa série. Mas, como tudo tem seu dia, aqui está um dos mais competentes músicos desse país, reconhecido também por astros internacionais, o que prova que nosso Brasil abriga grandes pérolas em suas notas musicais!

Um forte abraço a todos! 

domingo, 16 de junho de 2013

CD Luiz Gonzaga Quadrilhas e marchinhas juninas

Lançado em 1965, esse trabalho do eterno Gonzaga também tornou-se uma eterna e sempre atual trilha sonora para os amantes do forró pé-de-serra. Com faixas apenas instrumentais ou cantadas, nosso rei do baião fez desse um de seus melhores trabalhos, muito utilizado em várias quadrilhas país afora.

Em versão instrumental, temos o medley Fim de festa/Polca fogueteira/Lascando o cano/Pagode russo/Fogueiras de São João e as canções Olha pro céu e São João na roça. As demais faixas cantadas são também clássicos como Fogo sem fuzil, Quero chá, Matuto de opinião, Boi bumbá, O maior tocador e Piriri.

Em 1973, esse trabalho teve uma reedição, recebendo essa nova capa, apresentada também quando houve a passagem para o CD. Gonzaga conseguiu lançar verdadeiros clássicos, canções que se repetem durante essa época e soam sempre atuais, mesmo com as sonoridades que apresentam e esse trabalho é uma prova do que estou falando!

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de junho de 2013

Tareco e mariola

Esse é um clássico do forró, do Petrúcio Amorim, seu compositor e também do Flávio José, seu intérprete. Entoado por vários cantores nessa época, Tareco e mariola é daquelas canções que conhecemos já pela introdução e retrata um amor despedaçado, com toques nordestinos presentes não apenas no ritmo, mas também na forma de descrever os acontecimentos cotidianos.

A letra de Tareco e mariola reforça o nordestino como um forte, sobretudo por revidar todas as suas mágoas com a força presente em seu orgulho em dar a volta por cima e sempre se mostrar recuperado. Tareco é um tipo de biscoito doce e mariola, um doce embalado em um plástico, ambos presentes nos lanches de famílias mais humildes. Alguns detalhes são peculiares do Petrúcio, como o citado bairro "Vassoural", da sua cidade natal Caruaru, que tem o maior e melhor São João do país; e o mestre Osvaldo, que sempre apreciou sua arte com a madeira.

Tareco e mariola
(Petrúcio Amorim)

Eu não preciso de você
O mundo é grande e o destino me espera
Não é você quem vai me dar na primavera
As flores lindas que eu sonhei no meu verão

Eu não preciso de você
Já fiz de tudo pra mudar meu endereço
Já revirei a minha vida pelo avesso
Juro por Deus não encontrei você mais não

Cartas na mesa
O jogador conhece o jogo pela regra
Não sabes tu, eu já tirei leite de pedra
Só pra te ver sorrir pra mim não chorar

Você foi longe
Me machucando provocou a minha ira
Só que eu nasci entre o velame e a macambira
Quem é você pra derramar meu mungunzá

Eu me criei
Ouvindo o toque do martelo na poeira
Ninguem melhor que mestre Osvaldo na madeira
Com sua arte criou muito mais de dez

Eu me criei
Matando a fome com tareco e mariola
fazendo versos dedilhados na viola
Por entre os becos do meu velho Vassoural

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Os compositores do Brasil - 66

Um dos compositores mais entoados nessa época em nossas festas juninas atende pelo nome de Xico Bizerra. Isso mesmo, é com essa grafia que Francisco Bizerra, natural do Crato/CE, assina suas composições ou seus forroboxotes, como define sua obra, cada vez mais gravada por artistas locais e nacionais. 

E são muitos grandes nomes em seu currículo das gravações de sua obra, como Quinteto violado, Flávio José, Dominguinhos, Marinês, Santanna o cantador, Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Geraldinho Lins, Amelinha, Elba Ramalho, entre outros que se acumulam do fim da década de 90 pra cá, quando Xico se aposenta de sua profissão de funcionário público e dedica-se à música.

E entre canções de seu repertório, pois também lança discos interpretando seus e outros sucessos, temos Do outro lado da rua, Espinho e flor, Pores-de-sol, Tangendo a dor, Oferendar, Para bom entendedor, Esconderijo do amor, Pé de saudade, e Se tu quiser que já teve mais de 70 regravações, entre outras grandes canções desse poeta nordestino!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Juventude do Brasil, vamos dançar forró...

Ele é um grande nome da música raiz nordestina. Natural de Floresta/PE, seu nome é Ivan Ferraz, considerado o embaixador do forró. Mas, além do cantor de forró, referência para muitos outros artistas, Ivan também divulga esse estilo em programas de rádio e TV que apresentou ou apresenta atualmente.

Sua introdução a esse estilo que respira em tudo que faz se deu ainda na década de 50, quando presenciou um show do rei do baião na praça de sua cidade natal. Já no Recife, na década de 70, assume a chefia de fábrica de discos, onde também grava seu primeiro xote Riqueza do sertão. 

Entre seus sucessos temos Cheiro no cangote, Espeto de pau, Vamos dar as mãos, Forrozando, Alegria de nós dois, Quero meu dinheiro, No balanço do forró, Parque Asa branca, Bateu saudade, Juventude no forró, entre outros que caracterizam a obra desse grande nome da nossa música regional!

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de junho de 2013

CD Dominguinhos - Quem me levará sou eu

Ê Sr. Domingos, seus fãs, nos quais me incluo estão rezando todos os dias, na expectativa de que o Senhor levante dessa cama de hospital, agarre a sanfona mais afinada desse país e nos faça feliz como sempre nos fez, como no caso desse trabalho, lançado em 1980, que contou com a participação de Gilberto Gil e Luiz Gonzaga.

Esse trabalho é histórico porque tornou-se um dos melhores de Dominguinhos, sobretudo pelos clássicos presentes nele: Abri a porta (em que Gil divide a composição e os vocais), Sete meninas, Quando chega o verão (em que Gonzaga divide os vocais com seu afilhado número 1) e Quem me levará sou eu.

Além dessas, completam o álbum Fulô de araçá, Tudo é São João, O cortador de cana e as versões apenas instrumentais de Forró em Rolândia, Te cuida jacaré, Chorinho pra Guadalupe e Homenagem ao mestre Chicão. Essa postagem é pra apresentar um excelente trabalho de Sr. Domingos e pra desejar sua plena recuperação, pois, sobretudo nessa época, sabemos que as festas juninas e a trilha sonora dessas sempre estiveram sob a sanfona mais afinada desse país, tocadas por seus dedos!

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de junho de 2013

Dê cá um cheiro

Anos depois de Ana Maria, Maciel Melo, outro grande nome com agenda lotadíssima nesse período, compôs o que chamou de resposta àquele clássico. Mesmo sem citar o nome da personagem, Maciel justificou que sua resposta viria através do "cheiro" que seu personagem daria em resposta ao beijo dado e que mudou a vida do personagem de Ana Maria.

Dê cá um cheiro nem é tão conhecida como mereceria, mas tem uma poesia belíssima com todos os elementos que envolvem as raízes de um bom forró pé-de-serra com pitadas românticas de um apaixonado que não pode ficar muito tempo sem apreciar o aroma de seu grande amor! E a festa continua, como retratada nessa belíssima imagem que ambienta esse cenário de beijos, cheiros e alegria.

Dê cá um cheiro
(Maciel Melo)

Eu quero um cheiro, mais um cheiro
Outro cheiro quatro cheiro, cinco cheiro
Não canso de lhe cheirar
Me dê um cheiro, mais um cheiro
Outro cheiro, quatro cheiro, cinco cheiro
Tô doido pra lhe cheirar

Venha matar o meu desejo
No teu beijo me despejo
Como um rio e jogando para o cais
E nós dois ali sentados
Desaguando amor, era tanto amor
Foi bom demais

Dê cá um cheiro, mais um cheiro
Outro cheiro, quatro cheiro, cinco cheiro
Tô doido para te cheirar
Venha ligeiro meu amor
Que esse teu cheiro
Tá fazendo um formigueiro
Dentro do meu coração

Demore não que já faz um dia inteiro
Que eu não sinto esse teu ceiro
De flor de mangericão

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Pisa na fulô e não maltrata meu amor...

João Batista do Vale ou simplesmente João do Vale é natural de Pedreiras/MA e um cantor e compositor que tem seus sucessos reverenciados por outros grandes nomes a exemplo de Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, Tom Jobim, Gonzaga Jr., Zé Ramalho, Tim Maia, entre outros. Não lançou muitos discos, mas foi suficiente para escrever seu nome na música brasileira.

São deles, o primeiro sucesso de Maria Bethânia, Carcará; o clássico Pisa na fulô e outros sucessos como O bom filho a casa torna, Na asa do vento, Peba na pimenta, De Teresina a São Luís, Estrela miúda, Sina do caboclo, A voz do povo, Coroné Antônio Bento, O canto da ema, A lavadeira e o lavrador, Orós II, Pra onde tu vai baião?, etc.

João do Vale participou com Zé Keti e Nara Leão e, posteriormente com Maria Bethânia, de um dos mais comentados espetáculos da história da música brasileira, o show Opinião. João partiu para o andar de cima em 1996, mas continua sendo uma boa referência para a música brasileira e nordestina!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Diz também que eu preciso daquele sorriso...

A música raiz nordestina também tem suas renovações e um dos nomes mais comentados nos últimos anos é o de Cezinha do acordeon, nome artístico de Cezar Thomaz, sanfoneiro pernambucano que desde os 13 anos toca sanfona e já tem em seu currículo nomes como Elba Ramalho, Genival Lacerda, Nando Cordel, Daniela Mercury, Milton Nascimento, Alcione, Fagner, Dominguinhos, entre outros.

Aliás, foi o próprio Dominguinhos quem o aconselhou a cantar, repetindo o conselho que há anos ouviu de Luiz Gonzaga, que sanfoneiro que canta tem mais chances. E quem já ouviu o Cezinha, reconhece essa e outras influências de Sr. Domingos em sua forma de cantar e tocar. Acompanhando Elba Ramalho, com quem foi casado, subiu degraus na construção de seu sucesso, produzindo seus discos e participando de outros projetos, como o Emoções sertanejas, de Roberto Carlos.

E como conterrâneo dele, torço pra que alcance cada vez mais sucesso, sobretudo com seu mais recente DVD gravado com a participação de grandes nomes da música brasileira e também com os inúmeros shows que fará nesses dias. Não o conheço pessoalmente, mas  já conversei bastante com seu irmão e o que posso dizer é que se trata de uma família batalhadora que busca seu merecido sucesso!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de junho de 2013

Os Intérpretes do Brasil - 27

A música raiz nordestina também guarda grandes intérpretes. É o caso de Jorge de Altinho que, apesar de ter tantas composições suas nas paradas de sucesso, creio que tem tantas ou ainda mais sucessos interpretando canções de outros compositores também nordestinos. Considero um dos melhores, se não o melhor intérprete de Petrúcio Amorim.

Inclusive, já em seus primeiros discos, no início dos anos 80, já apresentava sucessos de Petrúcio. Mas, como o espírito dessa postagem é destacar três grandes interpretações, começo destacando Anjo querubim, que todos pensam ser do Jorge, pela interpretação marcante, embora seja do Petrúcio.

Ainda da safra do Petrúcio, outra belíssima interpretação é Foi bom te amar, que todos também atribuem ao Jorge. Pois não é que a próxima música que citarei também é criação de Petrúcio? A faixa Menino de rua, que Jorge também imortalizou. Essa postagem é mesmo para fazer justiça a Petrúcio, que através de seu grande intérprete, alcançou alguns de seus maiores sucessos e também provar que aqui no Nordeste, um dos grandes intérpretes chama-se Jorge de Altinho!

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de junho de 2013

Ana Maria

Mês de junho começa como em todos os anos mergulhando nesse ritmo tão nordestino, o forró pé-de-serra. E aqui temos um clássico, uma canção que colocou Santanna, o cantador no hall dos grandes nomes desse ritmo. Composta pelo grande compositor Janduhy Finizola, já retratado na série Os compositores do Brasil, Ana Maria é presença constante nos melhores forrós da região, no repertório de todo bom forrozeiro.

Sua letra aponta para um rapaz que beija uma moça com esse nome e só depois descobre que "toda mulher bonita tem dono", como declama Santanna em sua versão imortal dessa canção. Mas, o beijo foi apenas o estopim para uma paixão avassaladora que faz o personagem desejar não apenas outro beijo, mas ter em Ana Maria sua única dona.

Ana Maria
(Janduhy Finizola)

Eu dei um beijo
Eu dei um beijo
Eu beijei Ana Maria
Por causa disso
Eu quase entrava numa fria
Ana Maria
Tinha dono e eu não sabia
Mas quem diria

Pra bem dizer
Foi sem querer
Mas terminou em confusão
A solução
Foi confundir o coração
Daí então
Troquei a vida de ilusão

Agora adeus, Ana Maria
Deus te guarde para o amor
No céu Santa Maria
Aqui na terra o seu amor

Ana Maria
Como eu queria
Dar outro beijo
Matar o meu desejo
Ai como eu queria

Ana Maria
Quanta alegria
Por seu querer
Beijar a sua boca
E ser de você

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Champagne, para brindar um encontro...

Este é um dos cantores italianos mais famosos em todo o mundo. Seu nome é Giuseppe Faiella, que todos nós conhecemos como Peppino di Capri. Vencedor de vários festivais, entre eles os de San Remo e Nápoli, desde o início da década de 60 que Peppino é sucesso em seu país e em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.

Dono de grandes canções, algumas verdadeiros clássicos como Roberta, Champagne, Tornero, Amo, Malatia, Voglia de ti, Ancora com te, Sain Tropez twist, Un grande amore e niente piu, Luna caprese, Nessuno al mondo, entre tantos outros que o tornaram um dos mais populares italianos.

A música italiana sempre encontra as portas abertas no Brasil, sobretudo nessa época em que Peppino iniciou sua carreira e creio que esse seja um dos motivos pelos quais aqui em nosso país ele seja um dos pioneiros na divulgação de sua língua em nossa música!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Tudo passa, tudo passará...

Natural de Ubá/MG, ele é Nelson Ned d´Ávila Pinto, ou simplesmente Nelson Ned. É o único, ao menos conhecido, cantor anão do Brasil e muito popular no exterior, sobretudo nas décadas de 60, 70 e 80. Foi o primeiro artista brasileiro a vender um milhão de cópias nos Estados Unidos. Como compositor, já foi regravado por nomes como Antônio Marcos, Agnaldo Timóteo e Moacir Franco, entre outros.

Seu grande sucesso foi Tudo passará, mas entre outros, podemos citar também Eu sonhei que tu estavas tão linda, Prelúdio à volta, Tamanho não é documento, Será será, Se eu pudesse conversar com Deus, Não tenho culpa de ser triste, Caprichoso, Um recado para meu amor, etc.

Atualmente e desde a década de 90, Nelson se dedica ao repertório gospel. E sua voz é reconhecida em muitos lugares do mundo, sobretudo pelo timbre ímpar e inconfundível de cantar de forma "alta", por onde se apresenta. E torcemos para que ele tenha saúde para continuar levando, através de sua voz, o Brasil onde quer que esteja!

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de maio de 2013

Olhando as estrelas - 35

Dois autênticos nordestinos que divulgam a música raiz em toda parte do mundo. Dois grandes artistas que têm um repertório e uma história marcante na música brasileira e por onde passam, conquistam um público fiel cada vez maior. E quando estão juntos, suas generosas estrelas brilham ainda mais.

Lenine foi o convidado de Elba no show O grande encontro 3, onde cantaram juntos a faixa Lá e cá, da autoria dele! É também da autoria dele, um dos clássicos do repertório dela, a canção Leão do norte, que figura como uma das mais constantes em seus shows. Mas, não ficamos apenas nisso. Elba foi uma das primeiras intérpretes dele.

Só pra citar, ela já gravou de sua autoria, canções como A roda do tempo, Feitiço, Relampiando e Lavadeira do rio, Rua da passagem, etc. E acredito que Elba ainda gravará outras canções dele! Quem sabe não sai um disco totalmente com canções dele? (alguém já deveria ter feito isso) Ou quem sabe um futuro dueto entre essas duas estrelas!

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de maio de 2013

Topo do mundo


Quem ama pode fazer, o que aos olhos de uns, é classificado como loucuras. Mas, só quem experimenta essas sensações e se permite vivenciá-las sabe do que estou falando e do que essa canção interpretada pela Daniela Mercury quer dizer. Um amor, por quem a gente deseja fazer tudo e todo esforço é algo mínimo diante da felicidade alcançada do sorriso despertado.

Muitos dizem que isso só acontece em começo de relação, no primeiro ano, quando o namoro começa, porque vivemos aquela fase de encantamento que vem e depois se perde como uma simples magia. Mas, creio que aquilo que nos despertou permanece inalterado, desde que tenhamos as devidas atenções e valorizemos essas características que personifica o amor em alguém por quem nossos olhos sempre brilharão mais.

Topo do mundo
(Gigi e Jauperi)

Diz quanto custa o seu sorriso
Diz quanto custa o seu amor
Faço o que for preciso
Faço tudo que preciso for

Eu pulo do alto da torre só por você
E subo no topo do mundo tentando encontrar, seu olhar
Riqueza nem ouro eu tenho a oferecer
Só tenho no peito o tesouro guardado pra te dar, te amar

O que você quiser tem em mim
Tudo que há em mim eu te dou
Tudo, tudo, tudo, amor
Tudo, tudo, tudo

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul...

Como já foi dito em várias postagens, os anos 80 foram marcados sobretudo pelo surgimento de grandes bandas de rock. E uma delas é a banda Nenhum de nós, formada no Rio Grande do Sul e composta por Thedy Corrêa, Carlos Stein, Sady Homrich, Veco Marques e João Vicente. Lançaram seu primeiro disco em 1987, emplacando o sucesso Camila, Camila.

Outros sucessos se sucederam como Astronauta de mármore, Sobre o tempo, Extraño, Ao meu redor, Dança no tempo, Você vai lembrar de mim, Santa felicidade, Amanhã ou depois, Notícia boa, Deixa o sol entrar, Obsessão, Eu não entendo, Diga a ela, entre outras.

Como todas as bandas, a Nenhum de nós se refez, se desfez, parou e continuou e continua revivendo seus sucessos, seja em projetos acústicos ou em novas gravações inéditas, conquistando fãs a cada novo trabalho e apresentação!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Os compositores do Brasil - 65

Mais um grande compositor desse país, ele é Carlos Vinícius Silva Cantuária, ou simplesmente Vinícius Cantuária, como é conhecido. Natural de Manaus/AM, Vinícius fez parte de várias bandas, entre elas, O terço, na década de 70. Nos anos 80 teve seu primeiro sucesso como compositor gravado por Caetano Veloso, a canção Lua e estrela, também gravada por Gilberto Gil, em inglês.

É também compositor do clássico Só você, gravada por Fagner e depois imortalizada por Fábio Jr., que também gravou outra composição sua, a faixa Na canção. Entre outros sucessos seus estão Coisa linda, Ludo real, Praia grande, Fugiu, Orla, Só ficou saudade, Agora ou jamais, Arrastão, Clichê no clichê, Elefante branco, Estrela do mar, Pedacinhos do céu, Sutis diferenças, etc.

E, além dos citados, já gravaram Vinícius, artistas como Chico Buarque, Simone, Ritchie, Blitz, Gal Costa, Elba Ramalho, Marcos Valle, entre outros. Vinícius é um grande músico e compositor, que talvez passe desapercebido pelo grande público que enxerga apenas o intérprete, sem perceber que sua criação vem de mentes célebres como é o seu caso!

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de maio de 2013

CD Paula Fernandes Meus encantos

Em 2012, Paula Fernandes apresentou novo CD com canções inéditas, embalada pelas altas vendas do trabalho anterior e pelo atual sucesso plantado no coração dos brasileiros. Neste projeto, ela mostra suas atuais composições, algumas em parcerias com Zezé di Camargo ou com Victor Chaves e também alguns duetos, nacional e internacionais.

Entre os sucessos radiofônicos, temos Eu sem você, Cuidar de mim, Se o coração viajar e Mineirinha ferveu, esta última tema de novela. Nos duetos, temos Zé Ramalho na faixa Harmonia do amor; Juanes em Hoy me voy, e Taylor Swift em Long live. Completam o álbum Céu vermelho, Na contramão, Além da vida, Meus encantos, Nunca mais eu e você, Barco de papel, Aos olhos do tempo e Versos de amor.

Como o título diz, nesse CD, Paula Fernandes mostra todos seus encantos, não apenas com essa beleza que lhe é peculiar, mas com mais um trabalho que solidifica cada vez mais sua voz entre as gratas revelações da nossa música brasileira nos últimos anos!

Um forte abraço a todos!

sábado, 18 de maio de 2013

Vitoriosa

Chego a me perguntar qual canção mais linda do Ivan Lins, pois muitas vezes cheguei a concluir que era essa. Mas, um artista como esse é realmente uma questão difícil. Essa canção foi lançada na trilha sonora da novela global Roque Santeiro, em 1985 e figura como um clássico, imprescindível em seu repertório! Também regravada por Simone, mais recentemente em um belíssimo dueto com o próprio autor, Vitoriosa também recebeu versão instrumental de Richard Clayderman.

Com uma letra apaixonante, Vitoriosa exalta a beleza feminina, ressaltando que sua alegria contagiante colabora em muito para que essa qualidade se destaque ainda mais. E o personagem da música se esforça ainda mais para garantir isso que ele deseja só pra si. Um clássico, uma bela canção romântica, também muito explorada pelos bons cantores da noite!

Vitoriosa
(Ivan Lins e Vítor Martins)

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa

Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza

Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além, e ir além...
Quero sua risada mais gostosa

Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa
Que a vida pode ser maravilhosa...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eu fiz um samba quadrado pra você sentir...

Ele viveu aproximadamente 22 anos, mas foi o suficiente para cravar seu nome na música brasileira como um dos inesquecíveis cantores e compositores que esse país possui. Ele é Milton Carlos, irmão da compositora Isolda, dono de alguns clássicos do rei Roberto e também cantor de alguns sucessos da década de 70.

Como sua irmã e com ela, Milton começou sua carreira fazendo backing vocal. Seu primeiro disco saiu em 1970, com sucessos como Desta vez te perdi, Tudo parou, Eu vou caminhar e Um presente para ela. Outros sucessos surgiram como Samba quadrado, Você precisa saber das coisas, Amanhã é outro dia, Foi ela um tema de amor, Último samba-canção, Uma valsa por favor, Enredo, Memórias do Café Nice.

Milton foi gravado por outros nomes como Nelson Gonçalves, Os Incríveis, Maria Bethânia, Antônio Marcos, Maria Creuza e principalmente Roberto Carlos que gravou Amigos amigos, Elas por elas, Jogo de damas, Pelo avesso e Um jeito estúpido de te amar, todas em parceria com Isolda. E nessa simples postagem prestamos nossa homenagem a ele que se foi, mas nos deixou belíssimas canções.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Os Músicos do Brasil - 42

Esse cara é um dos mais importantes e respeitados músicos desse país. Natural do Rio de Janeiro/RJ, Arthur Moreira Lima Jr.é uma referência em termos de piano erudito, sobretudo nas interpretações de Choro. Começou a tocar aos seis anos de idade e projetou-se internacionalmente, vencendo vários concursos de diversos países.

Aqui no Brasil também foi bastante premiado e suas apresentações representam uma mescla musical, pois interpreta não apenas música clássica como Bach, Chopin, Mozart, mas também nomes nacionais como Noel, Nazareth, Villa-Lobos, Gonzagão e Pixinguinha. Parece ser daquelas personalidades inquietas que sempre querem fazer mais pelo seu país, pois criou um projeto popular louvável de levar sua arte em um caminhão, visitando diversas capitais e cidades do interior. 

Arthur já trabalhou com nomes da música popular brasileira como Nelson Gonçalves, Ney Matogrosso, Paulo Moura, entre outros. E por essas e tantas passagens desta biografia mais que bem sucedida de um extraordinário músico brasileiro é que prestamos essa singela homenagem a mais um músico que sabe representar o Brasil onde estiver.

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de maio de 2013

As Mães famosas da Música brasileira

Dia das mães e gostaria de homenagear algumas mães conhecidas da música brasileira com esse singelo texto. A mãe é o melhor presente de Deus, sem sombra de dúvidas e nossos artistas entendem bem isso, pois muitos não se limitam apenas em cultivar esse sentimento, mas transmitem essa sensação em trechos ou até em muitas canções dedicadas a esse tesouro da vida.

É o caso da Lady Laura, mãe do rei Roberto Carlos, dona desse clássico da nossa música. Ou Dona Canô, mãe de Caetano e Bethânia, citada por exemplo na canção Reconvexo (Quem não rezou a novena de Dona Canô?). A dupla Zezé di Camargo e Luciano não citou seu nome, mas Dona Helena foi a grande trilha do filme que conta a história de seus filhos e que tem o título remetido a seu esposo. Gal Costa, ao regravar a canção Ovelha negra, de Rita Lee, trocou o trecho "Foi quando meu pai me disse... para Foi quando minha mãe me disse..."

Outras manifestações podem ser percebidas como por exemplo Maria Rita, que homenageia Elis com seu mais recente trabalho todo dedicado ao repertório da saudosa pimentinha, ignorando as possíveis e desnecessárias comparações. Luiza reverencia e sempre se mostra emocionada ao cantar com a mamãe Zizi Possi. Enfim, essas e tantas outras mães famosas e anônimas, onde estiverem, recebem os carinhos e as orações de seus filhos neste dia e sempre!

Um forte abraço a todos!

sábado, 11 de maio de 2013

CD Zezé di Camargo e Luciano 1999

Esse é um dos meus CD´s preferidos da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Interpretações e arranjos ímpares e ao final da década de 90, com uma carreira já solidificada e vendendo milhões de discos, Zezé e Luciano lançam esse trabalho que mostra que a dupla nem pensa em parar, embora a faixa de abertura chama-se Pare!

Além dessa, foram sucessos radiofônicos e presença constante nos roteiros de seus shows daí em diante: Será que foi saudade, Amor selvagem, Tá escrito em meu olhar, Eu nasci pra amar você, Irresistível e Saudade, além da faixa religiosa Quem é Ele? Completam o trabalho Chega, Você mudou demais, Amor pra que bye bye?, Fui homem demais, Seu melhor presente, Indiferença em seu olhar, O último dos apaixonados.

Pra quem curte música sertaneja e gosta do trabalho desses que são os maiores nomes do gênero, tá aqui um ótimo trabalho, com verdadeiros clássicos de seu repertório, romantismo a flor da pele, arranjos bem trabalhados, sonoridade ímpar e as vozes que emocionam esse país já há algumas décadas!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Os compositores do Brasil - 64

A série os compositores traz hoje o poeta, produtor e compositor brasileiro Waly Dias Salomão, ou simplesmente Waly Salomão. Natural de Jequié/BA, Waly partiu para a eternidade em 2003, mas deixou seu nome marcado na arte brasileira e na música também, seja como compositor ou como produtor de dois discos de Cássia Eller.

Produziu também discos de Gal Costa e João Bosco e na direção de shows de Gal Costa, Maria Bethânia, Marina Lima, Gilberto Gil, Roberta Miranda, entre outros. E de sua autoria temos o clássico Vapor barato e outras canções como Revendo amigos, Quilombo, Dona do castelo, A fábrica do poema, Alteza, A voz de uma pessoa vitoriosa, Assaltaram a gramática, Mel, Memória da pele, 

Waly já foi gravado por nomes como Gal Costa, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Zizi Possi, Cazuza, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paralamas do sucesso, João Bosco, Leila Pinheiro, Lulu Santos, Zeca Baleiro, Luiz Melodia, Frejat, Moraes Moreira, etc.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Vou ficar mais um pouquinho...

A música brasileira tem se renovado em nomes de novos talentos e um deles é Tulipa Ruiz Chagas. Natural de Santos/SP, Tulipa participou de várias bandas e projetos, até que em 2008 segue carreira de cantora, obtendo reconhecimento por parte da crítica como uma grata revelação, sobretudo por seu diferenciado timbre.

Lançou seu primeiro CD em 2010, obtendo bastante sucesso e daí em diante se destacou em canções como Só sei dançar com você, Efêmera, Do amor, Brocal dourado, Às vezes, Sushi, Pedrinho, A ordem das árvores, Sapos distorcidos, Dois cafés, etc.

Tulipa lançou até agora dois trabalhos muito bem avaliados pela crítica e por grandes nomes da nossa música como Lulu Santos e Jorge Mautner. Torcemos para que mais nomes possam surgir seguindo o exemplo e o talento que ela nos apresenta!

Um forte abraço a todos! 

domingo, 5 de maio de 2013

Os Intérpretes do Brasil - 26

Dizem que atualmente o Brasil é um país de grandes cantoras. E intérprete é uma coisa séria, pois não são todos que conseguem passar toda a emoção de uma canção com sua voz, gestos e alma. Pois Zizi Possi é uma reunião disso tudo: uma grande cantora e uma intérprete nota dez. E como a série pede, três canções de seu vasto repertório que justificam sua escolha, vamos lá:

A primeira é Caminhos do sol, uma marca registrada na carreira dela, embora não muito lembrada em seus shows, é uma das mais populares de seu repertório e mais lindas, a meu ver. A segunda canção que cito é Tempos modernos do Lulu Santos, pois Zizi é uma das preferidas dos maiores compositores desse país, e, a meu ver, ela arrasou na leitura que fez dessa canção, embora não figure entre as mais clássicas de seu repertório.

Das gravações em italiano e não há como não destacar, pois, para mim, nenhum brasileiro(a) canta mais lindo em italiano que ela, destacaria L´Aurora que, a meu ver, supera até a interpretação que a mesma deu ao clássico Per amore. Enfim, para uma voz como a dela nem precisamos justificar tamanha necessidade de homenagear uma intérprete de seu patamar, pois outras canções não citadas seriam igualmente comentadas com a mesma emoção que ela nos passa!

Um forte abraço a todos!

sábado, 4 de maio de 2013

Ouro de tolo


Confesso que não curto tanto Raul Seixas, mas algumas canções dele são verdadeiras pérolas e filosofias de vida. É o caso de Ouro de tolo, sucesso na década de 70, regravada posteriormente por Caetano Veloso e Zé Ramalho. Com uma letra extensa, Raul detona o comodismo que abate alguns e ao mesmo tempo o tédio da vida moderna, onde parece que nada o entusiasma.

O jeito correto de ser, a vontade de agradecer pelo que se conseguiu com lutas cotidianas parece não ser o limite para que se estabeleça esse comodismo que Raul denuncia. A luta não para e mesmo diante de adversidades, devemos sempre buscar motivações para seguirmos adiante. Outro ponto curioso é que tudo brilha como ouro até conseguirmos (um automóvel, bens materiais em geral) e depois tudo perde seu brilho original e o que brilha ainda não está em nossas mãos.

Ouro de tolo
(Raul Seixas)

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos

Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho e se sentir
Um grandissíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal

E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Um forte abraço a todos!