Esse é Ney de Sousa Pereira, o nosso Ney Matogrosso. É mais uma artista que caracteriza a versatilidade dos músicos brasileiros. Um timbre de voz único, interpretação e arte ímpares fazem dele uma figura unânime na música brasileira.
Remanescente do grupo Secos e molhados, um fenômeno da década de 70, Ney ainda pensou em ingressar para a aeronáutica antes de se inclinar para o campo artístico. Ao conhecer João Ricardo, já em São Paulo, que buscava um cantor de voz aguda para um conjunto musical foi convidado para ser o cantor do grupo Secos & Molhados e bateu todos os recordes de vendagens e sucesso na época.
Em 1975, Ney saiu do grupo e lançou seu primeiro disco solo, mas só obteve reconhecimento com seu disco de 1976, Bandido quando estreou um show de mesmo nome tendo como número principal a faixa Bandido Corazón, composto especialmente para ele por Rita Lee. Numa época em que o regime militar perseguia, sobretudo os artistas, Ney apresenta em shows coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, acabando por influenciar toda uma geração de artistas e enveredando para outras artes. Hoje é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais. Já dirigiu outros artistas como Chico Buarque, iluminação do show As cidades, e também a cantora Simone, entre outros.
Ney também é campeão em homenagear astros em discos como fez com Ângela Maria, Chico Buarque e Cartola. Também já fez duetos memoráveis com Ângela Maria, Fagner, Chitãozinho e Xororó e o grupo carioca Pedro Luís e a Parede. Atualmente está em cartaz com o elogiadíssimo show Inclássificáveis, lançado em cd e dvd.
Suas maiores interpretações são Não existe pecado ao sul do Equador, Homem com H, Pro dia nascer feliz, Vereda tropical, Maria escandalosa, Coubanakan, Acontece, Amendoim Torrado, Babalu, Balada do louco, Bambolêo, Retrato marrom, Rosa de Hiroshima, Mesmo que seja eu, Sangue latino, Cálix bento, entre outros que fazem do Ney um artista ímpar na música brasileira, um grande sangue latino...
Um forte abraço a todos!
4 comentários:
Ney é um primor de interpretação, de voz, de técnica... Este sangue latino, esta alma que cativa todos os ouvintes da boa música.
Belo texto, homem. Espero não ter sentido minha falta, mas estou de volta a te prestigiar aqui no seu espaço.
Abraços!
www.emocoesrc.blogspot.com
Que bom que Ney não enveredou por outros caminhos! Com certeza a dança, a música e a arte já estavam em seu sangue, porque cada um de seus gestos é dotado de leveza e, ao mesmo tempo, uma força interpretativa fantástica.
Adorei o texto!
Beijos
Nobre colega Everaldo,
Ney gravou da dupla RC/EC "Mesmo que seja eu" e também uma do repertório latino do rei "El manisero". Cantor de grande recurso vocal.
Um grande abraço
Todas as interpretações de Ney são "maiores"... rssss
Não dá pra enumerar algumas apenas. Além da voz rara e afinadíssima, Ney tem uma capacidade de co-autoria única. Dá um toque autoral a tudo que interpreta e suas releituras transformam canções antigas em algo completamente novo.
Abraços e parabéns pelo blog.
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