terça-feira, 16 de março de 2010

Essa é a nossa canção...

Luiz Gonzaga Kedi Ayrão é o cantor e compositor Luiz Ayrão, famoso desde os anos 60. Mas, Ayrão cresceu em ambiente musical, pois seu pai era compositor e seu avô e bisavô, músicos. Com apenas cinco anos começava o gosto pela composição. Natural do Rio de Janeiro, teve sua primeira gravação na voz de Roberto Carlos em 1963, com a canção Só por amor, do Lp Splish, splash.

Em 1966, Roberto gravaria Nossa canção, sucesso romântico dos mais marcantes da carreira do rei e de Ayrão, que teve outras canções gravadas por outros intérpretes da jovem guarda. Outras regravações célebres de Nossa canção foram realizadas por Sérgio Reis, Maria Bethânia, Eduardo Lages, Vanessa da Matta. E outro sucesso na voz do rei foi Ciúme de você, do Lp Inimitável, de 1968, regravada posteriormente pelo grupo Raça Negra e por Zizi Possi. E, mais recentemente, tivemos outra grande composição resgatada por Daniel, Os amantes.

Embora seja reconhecido como um grande compositor, Ayrão faz shows como cantor e lança discos. Entre outras canções compostas ou interpretadas por ele temos Bola dividida, Porta aberta, A saudade que ficou, No silêncio da madrugada, Amor dividido, Como antigamente, Quero que volte, etc. Canções que consagram não apenas o compositor, mas o músico romântico, o sambista, o seresteiro enfim.

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de março de 2010

Perfil Benito di Paula

Uma das funções desse espaço que me dá mais ânimo para continuar falando sobre Música Brasileira é a de ir de encontro à mídia nacional e promover, mesmo de forma modesta, estes artistas aos amigos que por aqui passam e às vezes lêem algo que julgam interessante. E um dos artistas que acho que mereceria mais atenção é o Benito di Paula, como já falei aqui em outras postagens.

Atualmente, Benito divulga seu trabalho mais recente baseado em show gravado em cd/dvd. Mas, outro trabalho que também reune grandes sucessos em gravações originais é a coletânea Perfil, lançada em 2002. Nesse projeto encontramos Charlie Brown, Tudo está no seu lugar, Ah! como eu amei, Do jeito que a vida quer, Retalhos de cetim, Mulher brasileira, Bandeira do samba, Assobiar ou chupar cana, Amigo do sol amiga da lua, Se não for amor, Maria baiana Maria, Viola não se empresta a ninguém, Sanfona branca, Osso duro de roer, Não precisa me perdoar e Como dizia o mestre.

Reunindo alguns dos grandes clássicos do Benito e de outros artistas em outros títulos, a coletânea, como já foi dito em postagens anteriores, preza pela qualidade gráfica onde encontramos as letras das canções apresentadas. E no caso do Benito, é só ouví-lo para chegarmos a conclusão que Tudo está no mesmo lugar, graças a Deus!

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de março de 2010

Guerreiro menino

Tal pai, tal filho. Semana passada apresentamos uma composição de Gonzagão que refletia bem essa temática sobre trabalho. Enquanto Gonzaga critica as pessoas que estão no poder por não proporcionarem condições de trabalho para esse povo batalhador, Gonzaguinha se aprofunda no tema e defende o homem como um guerreiro menino. Essa canção foi gravada por várias pessoas e a meu ver tem uma interpretação definitiva com Fagner no cd/dvd Ao vivo 2000.

Com toda sua sensibilidade, Gonzaguinha destaca as características masculinas e suas fragilidades, mas voltando sempre ao mesmo ponto que é com trabalho que o homem tem a sua honra. É aquela velha frase: "O trabalho dignifica o homem" e nesse caso, pai e filho demonstraram bem conhecer isso em uma família vencedora e que tanto nos ensinou.

Guerreiro menino
(Gonzaga Jr.)

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas

Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura

Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito

Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem perfeitos

É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros

Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama

Um homem se humilha
Se castram os seus sonhos
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho

E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata

Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Aniversário do Maestro Eduardo Lages

E hoje é aniversário do grande maestro, do cumpadre do rei, do avô e do pai, do ser humano admirável, do ídolo Eduardo Lages. Imagino que ao chegar a uma data como essa, ele colha todas as justas homenagens que lhe são merecidamente prestadas. Músicos, amigos, familiares, fãs, todos se rendem ao respeito e a simpatia desse grande ser humano que Deus nos presenteou aqui na terra.

Às vezes, valorizamos muito estrelas internacionais. Nós, brasileiros, temos essa mania. É como se procurássemos estrelas apenas no céu, mas Deus é tão justo que nos concede algumas das mais brilhantes aqui na terra e pertinho de nós. Temos muitos grandes músicos, dignos de serem reverenciados como Estrelas Divinas. Eduardo Lages é uma delas, sem dúvida. É claro que todos vão pensar que tudo isso são apenas palavras de um mero fã, mas eu pergunto: será que de tanto apreciar uma boa música, será que conhecer o trabalho de tanta gente desse país não me dá condições de afirmar tudo isso?

Conheço o trabalho de muita gente boa sim. Meu envolvimento é tão grande que chego a sonhar que tenho papos com esses artistas que por aqui passam. Mas, um grande trabalho como o do maestro não é apenas um sonho, é uma realidade que tenho o prazer de desfrutar e até de participar. Hoje em dia, colhemos frutos de alguns músicos do passado que chamamos de gênios, mas não podemos esquecer que gênios como os do passado estão aí, pertinho de nós, em nossos cds, em nossos vídeos, entre as linhas da internet. E um deles, sopra as velinhas hoje, as mesmas onde deseja luz para seus fãs, seus familiares, seus amigos, as mesmas luzes que sempre o iluminam!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de março de 2010

Acontece que eu nasci pra ser só de você...

Ontem, dia internacional da mulher foi também aniversário da grande dama da televisão brasileira: Hebe Maria Camargo. Natural de Taubaté/SP, sua história se confunde com a da televisão brasileira. Mas, Hebe também é da música, pois ainda nos anos 40 formou com sua irmã Stella, a dupla sertaneja Rosalinda e Florisbela, sendo desfeita posteriormente.

Depois de alguns discos gravados na década de 50 e 60, Hebe se firmaria mesmo na televisão como grande apresentadora, com seu programa semanal que já está no SBT desde 1986, com o sofá mais famoso do país. Só voltaria a gravar em 1995, com o cd Maiores sucessos, 1998 com Pra você e 2001 em Como é grande o meu amor por você.

Em seu programa semanal, Hebe sempre prezou por artistas dos mais variados estilos. Já compareceram desde artistas internacionais como Julio Iglesias e Glória Stefan a duplas sertanejas como Zezé di Camargo e Luciano, sambistas como Alcione e Zeca Pagodinho e artistas consagrados como Caetano Veloso e Roberto Carlos. Entre as grandes interpretações, podemos destacar Como é grande o meu amor por você, De tanto amor, Olhos nos olhos, Esse cara, Pense em mim, Nada além, Você não sabe, Por causa de você, Só de você, Trocando em miúdos, Pensando em ti, Naquela mesa, Sábado em Copacabana, Brigas, Eu não existo sem você, entre outras.

É por essas e outras que o Blog bate à porta da dama da televisão brasileira, desejando apenas que ela continue a nos presentear com muito sucesso, com seu sorriso permanente à música e arte brasileiras e com uma vida que é uma "gracinha".

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de março de 2010

Roberto Carlos - Amor sem limite

Produzido por Mauro Motta e Guto Graça Mello, Amor sem limite foi um dos grandes lançamentos da década de 2000, um presente do rei a seus fãs em um de seus momentos mais difíceis de sua vida. Em meio à tristeza que o abalou um ano antes pela perda de sua Maria Rita, Roberto Carlos apresenta um trabalho que expressa um canal direto entre seu fã e sua eterna alma apaixonada. Todas as canções são voltadas para esse amor que o rei define como bem sucedido.

É o que presenciamos da primeira à ultima canção: O grande amor da minha vida se chamaria A primeira vez que eu te vi e fala de como foi seus primeiros encontros com sua amada. Amor sem limite deu nome ao disco, ao show da época e a mais um clássico do repertório de sua majestade musical. O Grude é para mim sua melhor canção, pois fala de forma simples e direta, tudo que ele sentia naquele momento, com um arranjo de arrasar. O amor é mais é a mais animada do disco, um country que diferencia amor de paixão.

Eu te amo tanto foi incluída aqui em sua versão de 98 pois tem tudo a ver com o tema. Tudo é outra belíssima canção de amor que resgata mais uma das antigas compositoras e amigas do rei: Martinha. Tu és a verdade Jesus, é a última mensagem religiosa (até o momento), em que Roberto mostra uma fé madura e consciente, distante de fanatismos que tantos pregam por aí. O cd ainda apresenta Quando digo que te amo (1996) e Mulher pequena (1992), encerrando com Momentos tão bonitos, um fox de Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle.

Acredito que esse trabalho teria dez canções inéditas, mas pelas interrupções que o trabalho teve pela tristeza do rei que afirmou chorar muito na época, o que prejudica a voz e as gravações, não pode ser concluído e então houve a inclusão de canções de outros anos. Entretanto isso não tira o brilho de mais um trabalho maravilhoso e principalmente onde presenciamos um rei que mostra todo seu sentimento, seu amor, sua alma eterna feita simplesmente desse bom sentimento!

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de março de 2010

Vozes da seca

Ano de eleição é a mesma coisa: mal se começa e já se falam em política, em políticos mostrando os dentes, pousando de messias, comparando sua gestões aos anteriores, como se fosse uma briga entre os bons e os ruins, como se todos não fossem bons e ruins. Na verdade, o que se vê é uns cobrando consciência política e a outros faltando tal consciência. Se você não fala sobre política é alienado, mas pergunto como falar sobre política se os próprios políticos embaralham esse assunto de um jeito que nem eles mesmo compreendem?

Buscando na música brasileira e em especial, na nordestina, encontro no repertório de Gonzaga algo que fala bem sobre política, sobre o eterno problema da seca, sobre a questão da esmola. Incrível como Gonzagão conseguiu em uma só canção, com uma linguagem simples e regional, abordar três temas tão polêmicos, confusos e que dão um nó em nossa mente de uma forma que as conclusões são sempre distintas e pessoais.

Vozes da seca
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão

É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê

Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage

Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Me deixas louca...

Uma das grandes atrizes e intérpretes desse país é Tânia Maria Rego Alves ou simplesmente Tânia Alves. Natural de Bonito de Santa Fé/PB, Tânia iniciou sua carreira artística em peças musicais como Ópera do Malandro e Calabar, destacando-se também no cinema com o papel de Maria Bonita. Típica cantora de boleros, gravou seu primeiro disco em 1981.

Entre os sucessos de sua carreira podemos destacar Alguém me disse, Folhetim, De pouquinho em pouquinho, Me deixas louca, Brigas, Sob medida, Sombras, Outra vez, Olha, Que será, Ouça, Devolvi, Dois pra lá dois pra cá, Negue, Começaria tudo outra vez, Fica comigo esta noite, Sonhar contigo, Pensando em ti, entre outras.

Como atriz, Tânia brilhou em novelas e minisséries globais como Amazônia, O clone, A grande família, Pedra sobre pedra, Ti ti ti, Lampião e Maria Bonita, Morte e vida Severina, entre outras. Uma artista que anda meio sumida da mídia, mas tem um público cativo que não sai de seus shows país afora e também no exterior!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de março de 2010

Caminhemos, talvez nos vejamos depois...

Quem assistiu recentemente à minissérie Dalva & Herivelto, pode conhecer um pouco mais sobre esse grande nome da nossa música: Peri de Oliveira Martins, ou simplesmente Pery Ribeiro. Natural do Rio de Janeiro e filho de pais famosos, os cantores Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, Pery cresceu em meio a esse universo musical e já aos três anos participava de dublagem de filmes da Walt Disney. Na adolescência, participou de programas de tv de Paulo Gracindo e César de Alencar, recebendo deste a indicação para seu atual nome artístico.

Em 1960, sua mãe gravou sua composição Não devo insistir e ainda nesse ano, gravou seu primeiro compacto. Caracterizado como um grande intérprete, sobretudo da Bossa Nova, o repertório de Pery nos oferece canções como Manhã de carnaval, O barquinho, Caminhemos, Esquecendo você, Laura, Ah se eu pudesse, Alguém como tu, Só tinha de ser com você, Por causa de você, Pra você, Na baixa do sapateiro, As rosas não falam, Balada triste, entre outras.

Uma coisa curiosa é que é dele a primeira gravação em disco do clássico Garota de Ipanema, hoje em torno de 2000 regravações mundo afora. Pery não é apenas a boa herança de Dalva e Herivelto, mas é a prova viva que a boa música é atemporal e os bons e novos intérpretes tem nele uma figura exemplar de que esse país possui grandes músicos, grandes intérpretes e grandes nomes.

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Julio Iglesias - 1995

Esse cd é também conhecido como Julio Iglesias - A estrada, por conta da faixa de abertura que traz velocidade, paixão e saudade na voz de um dos maiores artistas do mundo. Lançado em 1995, esse cd possui aquela sonoridade típica e única dos trabalhos do Julio. A canção seguinte é Cosas de la vida, belíssima canção de amor.

Na sequência, Baila morena, com direito a acordeão. As três iniciais são composições de Roberto Livi que, produz o cd e também é o autor de El último verano e Mal de amores. As outras canções são História de amor, Água doce água do mar, Sin excusas ni rodeos, Medley de rumbas e Vuela alto.

Embora tenha o título da capa Julio, não tem haver com aquele famoso cd de 1984 com o título Julio lançado mundialmente. Um cd mais recente e belíssimo da discografia do Julio que não pode faltar na coleção de quem aprecia o repertório desse artista internacional mais que brasileiro, que construiu no incosciente desse povo belas páginas de amor através de suas canções e sua carreira mais que bem sucedida.

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cecília

Essa é minha canção preferida do repertório romântico do Chico, em parceria com seu maestro Luiz Cláudio Ramos. Lançada nos cds As cidades - 1998 e As cidades ao vivo - 1999, Cecília fala de um amor imensurável por uma personagem que poderia ter vários nomes femininos como a letra mesmo enfatiza: "Tantas Cecílias de mil refletores..." Acredito que o nome Cecília foi escolhido de forma aleatória e o que pesou foi o fato de que Santa Cecília é a padroeira dos músicos, mesmo não revelando um tom religioso, mas romântico que a canção apresenta.

O que mais me fascina é o fato do Chico reverenciar nessa canção sua vontade de ser como aqueles grandes cantores que, com grandes orquestras entoam baladas românticas para suas amadas. E, como se ele não fosse um desses, vai além, afirmando que "nem as sutis melodias merecem seu nome espalhar por aí..." Bárbaro. Uma orquestra afinada para tocar e festejar o amor. Termino repetindo a mesma frase: Chico é um gênio.

Cecília
(Chico Buarque e Luiz Cláudio Ramos)

Quantos artistas
Entoam baladas
Para suas amadas
Com grandes orquestras

Como os invejo
Como os admiro
Eu, que te vejo
E nem quase respiro

Quantos poetas
Românticos, prosas
Exaltam suas musas
Com todas as letras

Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu, que soletro
Teu nome no escuro

Me escutas, Cecília?
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas

Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve
Tremessem por ti

Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília, teu nome
Espalhar por aí

Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias
Com mil refletores

Eu, que não digo
Mas ardo de desejo

Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Série Olhando as estrelas

Sempre tive fascinação por geografia e mais especificamente pela parte voltada ao universo, ao sistema solar, às estrelas. Aprendemos que estrelas são corpos que possuem luz própria. Apesar de raro, imagino que um encontro entre estrelas, de repente uma colisão entre elas produz uma imensa luz, algumas vezes ainda maior que as que ambas emitem. Meu conhecimento é ínfimo, mas é assim que imagino que aconteça, pois ao menos é o que acontece quando as estrelas da música brasileira se encontram.

Iniciaremos uma série onde abordaremos duetos, encontros entre os principais artistas da nossa música brasileira, entre nossas estrelas. Sabemos sempre de grandes encontros e outros torcemos para que aconteçam na curiosidade de perceber o que acontece nesse evento. Alguns encontros são históricos e, digamos manjados, tipo Roberto e Erasmo, Tom e Vinícius, Caetano e Gil, Chico e Edu, Ângela e Cauby, Gonzaga e Dominguinhos, Família Caymmi, Amigos sertanejos, etc.

Mas, na nossa música tão eclética e tão miscigenada, acontece de tudo um pouco. Será interessante investigar o que tem haver artistas como por exemplo Caetano e Djavan, Fagner e Ney, Milton e Rita, Gal e Paralamas, Bethânia e Dominguinhos, Gonzaga e Gil, Nelson e Joanna, Simone e Martinho, os duetos do rei, enfim, artistas tão parecidos e desiguais em seus trabalhos, mas que se encontram e provocam encantos, brilho do encontro de estrelas aos olhos admirados de seus públicos e dos amantes da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Que beijinho doce que ela tem...

A abordagem de hoje fica por conta de Nalva de Fátima Aguiar, ou simplesmente Nalva Aguiar, como é conhecida. Nalva faz o gênero sertanejo raiz e desde os três anos se interessa por música. Natural de Tupaciguara/MG, aos sete já fazia aulas de acordeão. Iniciou sua carreira cantando em rádios e festas locais, além de participar de programas de televisão do triângulo mineiro.

Atraída pela jovem guarda, foi para São Paulo nos anos 60 e a partir da década de 70, passou a dedicar-se ao repertório sertanejo raiz, chegando a ser considerada mais tarde a rainha dos caminhoneiros. Entre seus sucessos, temos Beijinho doce, Coração sofredor, Doradinho, Fatalidade, Cowboy do rodeio, Tá de mal comigo, Nó na garganta, Dia de formatura, Coração de papel e Dois estranhos, entre outras.

Embora desconhecida por alguns, inclusive por mim, que ainda a conheço pouco, Nalva é considerada a grande dama da música sertaneja por ser pioneira nesse estilo tão discriminado, mas que leva alegria e amor a tantas pessoas que acompanham artistas como Nalva, país afora.

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Raimundo Fagner - Uma canção no rádio

Um dos poucos artistas que ousaram a lançar trabalhos inéditos ano passado foi meu ídolo Fagner em Uma canção no rádio, onde comemora seus sessenta anos de vida. Com direito a edição comemorativa pela Som Livre, o cd apresenta um merecido requinte em seu encarte que traz produção do próprio Fagner. A canção Muito amor, que Fagner já tinha gravado em 2001, ganha nova roupagem como um tango eletrônico e abre o cd.

Na sequência, um novo cantor e compositor conterrâneo do Fagner, descoberto por ele e de quem gravou só nesse cd três canções: Regra de amor, Amor infinito e Martelo, ambas de Oliveira do Ceará. A canção Martelo traz um dueto inédito com Gabriel, o pensador que também divide a composição, colaborando com sua parte declamada. A faixa Uma canção no rádio, que dá título ao cd, é mais uma parceria sólida entre Fagner e Zeca Baleiro, com quem divide o dueto e a composição.

Outra composição que revela uma parceria inédita é Farinha comer, de Fagner e Chico César. Temos ainda Sonetos e A voz do silêncio, além do passeio de Fagner pela música nordestina ao regravar Me dá meu coração, de Accioly Neto em um forró reggae, se é que podemos chamar assim e, Flor do mamulengo, sucesso da banda Mastruz com leite, com uma leitura própria do Fagner.

É um trabalho primoroso, um presente a quem tanto admira o Fagner e acompanha sua obra ano a ano, apreciando sua voz e suas gravações e suas ousadias musicais que nos proporcionam sempre agradáveis trabalhos como este!

Um forte abraço a todos!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Além do mais, eu te amo

Ainda no ritmo carnavalesco que permeia todo o mês de fevereiro e talvez todo o ano, vamos visitar um dos meus sambas preferidos e até meio desconhecido do repertório recente do mestre Martinho da Vila. Lançada em 2001 no cd Martinho da Vila, da roça e da cidade, essa canção faz parte da safra de sambas românticos que seu repertório sempre nos proporciona.

É uma canção de amor que reune desejo e paixão, amor incondicional, descrevendo todos os detalhes dessa figura amada pelo autor que se rende aos prazeres desse sentimento de forma única, expondo a felicidade de se vivenciar grandes amores como esse, definido como um presente de Deus.

Além do mais, eu te amo
(Noca da Portela / Luizinho To Blow)

Mexe, remexe em cima em baixo
Santa, me encanta que em ti eu me acho
Diga que sim e faça de mim seu capacho

És tudo que almejo, me dá o teu beijo
Tanta formosura me leva a loucura
És a minha cura e essência mais pura
Do desejo

Além do mais, eu te amo
Sou tão feliz nos braços teus
És o presente que pedi a Deus

Nosso amor é gostoso do início ao fim
É felicidade que mora em mim
É tudo na vida
Na exata medida pra minha paixão

Teu corpo em meu corpo na hora de amar
É feito o encontro do rio com o mar
E nessa viagem
Eu faço a abordagem no teu coração

Além do mais, eu te amo
Sou tão feliz nos braços teus
És o presente que pedi a Deus

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os Músicos do Brasil - 7

Aproveitando o ritmo quente do carnaval que terminou, mas em terras tupiniquins, todo dia é carnaval, vamos homenagear um artista que desponta nos últimos anos como um dos mais bem sucedidos músicos que esse país apresenta em sua atualidade: Inaldo Cavalcante Albuquerque, ou simplesmente, maestro Spok. Natural de Igarassu/PE, é no frevo e nessa época que Spok e sua orquestra de frevo predominam como referência no carnaval pernambucano.

Mas, o capítulo frevo e carnaval é algo a parte na carreira do Spok que já tocou em gravações e shows de Fagner, Alceu Valença, Antônio Nóbrega, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Sivuca, Naná Vasconcellos, Daniela Mercury, entre outro. E é no frevo, com sua orquestra formada desde 1996 com o nome de Orquestra de frevo do Recife e mais recentemente Spokfrevo Orquestra, que Spok não se faz ausente nessa festa.

Homenagear o Spok não é apenas descrever o que representa um grande músico da nova geração. Mas, através dele, render graças a todas as orquestras de frevo que embalam multidões não apenas no Recife, mas em vários locais desse país onde o carnaval é e continua sendo uma paixão nacional.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os compositores do Brasil - 24

Eis aqui um grande mestre que nem todos conhecem ou lembram, mas com certeza estão cantando seus sucessos nesses dias de carnaval: Atire a primeira pedra, Ai que saudades da Amélia, Aurora, além de Nada além, Fracasso, Devolve, É tão gostoso seu moço, Enquanto houver saudade, entre tantas. Estou falando de Mário Lago, grande ator, compositor e poeta histórico da nossa música.

Natural do Rio de Janeiro, Mário foi sucesso como compositor a partir dos anos 40 e 50. E foi campeão na teledramaturgia durante toda sua carreira. Sua primeira composição foi Menina eu sei de uma coisa, gravada por Mário Reis. E foi com Orlando Silva interpretando Nada além, que Mário finalmente encontrou seu sucesso. Vários intépretes devem seus sucessos a Mário, que dividiu alguns deles com Ataulfo. Entre outros intérpretes que o gravaram temos Silvio Caldas, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Luiz Gonzaga, Dircinha Batista, Roberto Carlos, Peri Ribeiro, Gal Costa, Paulinho da Viola, Alcione, Nelson Gonçalves, Zeca Pagodinho, D. Yvonne Lara, Ney Matogrosso, Eduardo Dussek, Sandra de Sá, Hebe, entre outros.

Mário partiu para a eternidade em 2002, mas suas composições, suas atuações em novelas, no rádio, sua Amélia também estão eternizadas na mente do povo brasileiro e é muito bom saber que depois de tanto tempo e de tanta contribuição, suas canções estão aí levando alegria a vários povos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Alcione - Celebração

Domingo de carnaval e uma boa pedida é o cd Celebração lançado pela Alcione em 1998, onde a sambista celebra tudo que ama nessa vida: sua música, seus parceiros, sua voz, seu talento e seu respeito. Com a participação de Alexandre Pires, Maria Bethânia, Cássia Eller, Djavan, Ed Motta, Rita Ribeiro e a Velha Guarda da Portela.

Nesse projeto, a "Marrom" revive alguns de seus grandes sucessos e das vinte faixas, canta doze sozinha: Quem é você?, O surdo, O que eu faço amanhã?, Um ser de luz, Rio antigo, Nem morta, Menino sem juízo, Ou ela ou eu, Sufoco, Meu vício é você, Qualquer dia desses e Pode esperar. Com arranjos de Jota Moraes, Zé Américo e Lincoln Olivetti e outros grandes músicos, como Milton Guedes, esse cd preza pelos grandes sambas e sucessos românticos da Alcione.

As outras oitos faixas são duetos: Estranha Loucura, com Alexandre; Gostoso veneno, com Djavan; Linda Flor, com Bethânia; Pintura sem arte, com a Velha Guarda da Portela; Cajueiro velho, com Rita; Não deixe o samba morrer, com Cássia; Verde e rosa, com Sandra e Mesa de bar com Ed Motta. Uma boa pedida para celebrarmos o carnaval com boa música, com bons sambas, de uma das maiores intérpretes desse país carnavalesco.

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

De janeiro a janeiro

Alceu Valença é presença constante em tempos de carnaval. Seus frevos, seu som embala milhões de foliões. É certeza garantida que em meio à festa, temos muita música de qualidade. Essa canção é das mais recentes de seu repertório, lançada em 2005.

Com uma letra que remete ao carnaval e a seus ritmos e acessórios, De janeiro a janeiro embala um amor contínuo, que não pode parar e, ao mesmo tempo assegurar a folia como um combustível a esse imenso sentimento.

De janeiro a janeiro
(Alceu Valença)

Pra começar
Eu vou te amar o ano inteiro
De janeiro a janeiro
Meu amor, sem atropelo

E seguiremos
Caminhando sobre os dias
Carnaval vem chegando
E vamos cair na folia

Apronte a sua fantasia
Que eu afino o meu pandeiro
Vamos brincar todo dia
Em Olinda, no Bloco do Beijo

No Recife na beira do cais
Nos entregar ao desejo
De Janeiro a Janeiro, sem atropelo

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Eu queria ser uma abelha pra pousar na sua flor...

Natural de Feira de Santana/BA, Luiz César Pereira Caldas é o Luiz Caldas, nome muito famoso dos anos 80 e início dos anos 90. De origem humilde, desde pequeno participava de bandas e fazia shows locais. Na adolescência, trabalhava no comércio e nas horas vagas, tocava em conjuntos. Antes mesmo do axé music conquistar seu espaço, tornou-se um dos seus maiores nomes.

Inovou em um ritmo que mesclava pop com reggae, samba com frevo, presentes em sucessos como Fricote, Haja amor, Tieta, O que é que essa nêga quer?, Amazonas, É tão bom, Lá vem o guarda, entre outros. Há algum tempo fora da mídia e provavelmente desconhecido das novas gerações, Luiz ocupou durante muitos anos o topo das paradas de sucesso em todo o país.

E uma coisa meio injusta e incompreendida é que com a ascenção do axé music, Luiz como um de seus precursores, perde espaço na mídia, resumindo-se apenas ao carnaval baiano. Entretanto, continua atuando em seus shows, com seu público fiel e navegando também em outros estilos musicais.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A voz do morro sou eu mesmo sim senhor...

E hoje abordaremos a obra de José Flores de Jesus, que todos conhecem como Zé Kéti. Um dos maiores sambistas desse país que cantou a favela, os morros, a malandragem e os amores como ninguém. Natural do Rio de Janeiro, era neto de pianista e flautista e tinha em sua residência constantes reuniões onde participavam nomes famosos da época.

Nos anos 40 integrou a ala de compositores da Portela. Em 1943 compôs sua primeira marcha carnavalesca, Se o feio doesse. E em 1946, teve sua primeira composição gravada: Tio Sam no samba. Daí em diante, vários intérpretes da época cantavam suas criações como Amor passageiro, Amar é bom, A voz do morro, Samba rasgado, Quero sambar, O morro é assim, Diz que fui por aí, Opinião, O favelado, Nêga Dina, Máscara negra, Meu pecado, Mascarada, entre outros.

Zé Kéti nos deixou em 1999, mas é contínua a ideia de que ele, juntamente com outros grandes nomes do samba, alguns já apresentados aqui, tornaram-se lendas de um estilo único que representa de forma fiel uma nação miscigenada e que encontra em canções como as do Zé Kéti, sua cultura pintada.

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Milton Nascimento - Crooner

Sinto falta de programas que promovem apresentações de grandes astros da nossa música, com seus lançamentos e trechos de seus atuais shows. Na década de 90, o Domingão do Faustão sempre abria espaço para esses eventos. Foi assim, após uma apresentação nesse programa, que Milton Nascimento decidiu fazer um cd que representasse o início de sua carreira, quando atuava como Crooner e interpretava grandes sucessos de outros astros, ídolos seus.

A proposta desse trabalho seria reviver aquela época, ao mesmo tempo em que buscava representá-la nos dias atuais. Então Milton selecionou canções que interpretava na época e outras que interpretaria se ainda hoje trabalhasse como crooner. E como todo versátil intérprete temos do bolero Aqueles olhos verdes ao samba Lamento do morro. Temos de Lulu Santos, com Certas coisas, passando por Samuel Rosa e Nando Reis em Resposta, com direito a dueto com Lô Borges, até Michael Jackson com Beat it, Jorge Ben com Mas que nada e Dolores Duran com Castigo.

Completam o repertório Only you, Frenesi, Não sei dançar, Se alguém telefonar, Rosa Maria e Ooh Child. Milton demonstra nesse trabalho que não é apenas a voz do país, mas um dos melhores intérpretes deste. Só lamento que a atual crise da indústria de cds não permita, de repente, se pensar em um volume dois, pois o nosso "Bituca" se mostrou craque na arte de fazer as pessoas dançarem ao seu eterno som.

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Chorando e cantando

Fevereiro chegou e me vem à mente essa canção, já interpretada por Geraldo, Elba e tantos outros bons artistas conhecidos e anônimos. Chorando e cantando dá aquela ideia de que a música é a cura para tantos males, para a solidão, para o sofrimento e como já foi dito em outra canção, "quem canta seus males espanta..."

É mais uma genialidade do Geraldo Azevedo e do Fausto Nilo, numa letra que descreve muitos sentimentos juntos: saudade, solidão, loucuras e muita, muita paixão. Já ouvi algumas versões diferentes, tipo em frevo e até forró, mas creio que é com voz e violão que ela penetra em nossa alma e nos faz refletir:

Chorando e cantando
(Geraldo Azevedo e Fausto Nilo)

Quando Fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar

O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
Ai, ai, a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia

Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras

Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois amor ô, ô, ô, ô

Ninguém, ninguém
Verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho
Que eu sonhei

Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz

De cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz
Virar um astro incandescente
O teu amor faz cometer loucuras

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

É tão bom sonhar contigo...

Ela possui uma história marcante na música brasileira. Foi a precursora do rock nacional e no auge da carreira, abandona tudo para se dedicar à família. Mas, seus sucessos se tornarm inesquecíveis e até hoje fazem parte de todo bom baile, de todo repertório de grande orquestra que se embala nessa pré-jovem guarda. Célia Campelo Gomes Chacon, ou simplesmente Celly Campello.

Natural de Taubaté/SP, aos 6 anos já cantava em programas de rádio, estudando posteriormente piano, violão e balé. Aos 12 anos já apresentava seu próprio programa de rádio e aos 15 gravou seu primeiro disco 78 rpm. No final dos anos 50 estreava na televisão seu programa próprio ao lado de seu irmão Tony Campello. Sua carreira a nível nacional explode em 1959 quando grava Estúpido cupido, um clássico.

Outros sucessos são Lacinhos cor-de-rosa, Broto certinho, Eu você e o luar, Muito jovem, Você me fez brilhar, Túnel do amor, Billy, Broto legal, Banho de lua, entre outros. E aos 20 anos, no auge de sua carreira, abandona tudo para se casar e dedicar-se à família. Era cogitada para apresentar o programa Jovem Guarda, ao lado de Roberto e Erasmo, vaga ocupada por Wanderléa. Celly ainda tentou retomar sua carreira depois da exibição da novela Estúpido cupido, onde fez uma pequena participação como atriz. Partiu para a eternidade em 2003, mas como dito no início dessa postagem, suas canções são inesquecíveis e sempre executadas para as novas gerações.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Nesses dias de carnaval, pra mim você vai ser ela...

Um dos maiores nomes do frevo nacional, Claudionor Germano da Hora é natural de Recife/PE, irmão do artista plástico Abelardo da Hora e pai do também cantor de frevo Nonô Germano. Considerado o maior intérprete de Capiba, também é destaque na interpretação de Nelson Ferreira. Sua carreira tem início no final dos anos 40, nas rádios locais pernambucanas, como croner.

Suas primeiras gravações foram o samba Eu não vivo sem mulher e a marcha Vai ser pra mim, em 1951. Seu primeiro disco viria em 1953, com o sucesso de História de Pierrô. Após o advento da televisão pernambucana, foi contratado, alcançando sucesso nacional, mesmo sem ter saído muito de seu Estado natal. Entre seus sucessos, podemos citar Boneca, Frevo nº 3, Nem que chova canivete, Maria Bethânia, É de amargar, Saudades do Recife, A dor de uma saudade, A mesma rosa amarela, Colombina, O mais querido, Frevo dos namorados, entre outros.

É certo que vivemos de frevos antigos e esse estilo, como muitos precisam de renovação. Mas, é também certo que pessoas como Capiba, Nelson Ferreira e Claudionor são e sempre serão espelhos para quem deseja inovar nessa área que traz coisas tão lindas, tradicionais e inesquecíveis. E um artista como Claudionor não pode passar impune quando o assunto é frevo e música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Trilogia RC - parte 2

Com essa postagem finalizamos nosso passeio pela praia do cinema durante todo esse mês de janeiro, passando as férias visitando os filmes que nos relacionam com nossa música brasileira. E vamos com uma série dentro de outra, pois foi assim que abordamos a trilogia de filmes do rei Roberto Carlos. Hoje, vamos com O diamante cor-de-rosa.

Lançado em 1969 e com a direção de Roberto Farias, o filme conta com as três principais estrelas da jovem guarda: Roberto, Erasmo e Wanderléa. Além deles, temos José Lewgoy e Paulo Porto no elenco. Em viagens pelo Japão, Israel e Brasil, os três personagens andam envoltos a mistérios por trás de uma estatueta que guarda o mapa que leva ao diamante, perseguido pelos bandidos. O filme também envolve a fantasia de um gênio, que protege os protagonistas em busca do tesouro fenício.

O som fica por conta dos três que embalam alguns dos clássicos da nossa música:  Wanderléa aparece interpretando Você vai ser o meu escândalo, Erasmo manda ver em Vou ficar nu pra chamar sua atenção e Aquarela do Brasil, Roberto aparece com O diamante cor-de-rosa, 120 150 200 km/h, As curvas da estrada de Santos, Custe o que custar e Não vou ficar. O filme ainda apresenta Gal Costa com Tuareg e uma gravação até hoje inédita de É preciso saber viver, envolvendo os três, numa versão que apresenta um trecho de letra a mais, cantando atualmente apenas pelo Erasmo. Mais uma boa pedida para encerrarmos nossas férias e que infelizmente também está fora de catálogo. Acima, a capa do dvd e ao lado, mais uma criação de Ziraldo para o filme.

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Por causa de você

De vez em quando bate uma saudade do Tom. Aquele piano perfeito, aquelas canções mais que maravilhosas. Essa canção por exemplo, já teve em torno de 60 regravações. Duas das minhas preferidas são com Gal Costa e com Roberto Carlos. Por causa de você apresenta uma sensibilidade à flor da pele, das mesmas flores da janela que sorriam e cantavam. Fico imaginando como era comum toda essa poesia e esses sentimentos tão puros. A sua história de criação mesmo já é surpreendente:
 
Em 1957, Tom apresentou a Dolores uma melodia que levaria para Vinícius por letra. Em três minutos, Dolores pegou um lápis de sombrancelhas e desenvolveu a letra de Por causa de você, uma pérola da nossa música brasileira! Vinícius, como perfeito poeta e cavalheiro atendeu ao pedido da colega que ainda mandou uma definitiva: "Vinícius, outra letra é covardia..."

Por causa de você
(Tom Jobim e Dolores Duran)

Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou

A nossa casa querida
Já estava acostumada
Guardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você

Olhe meu bem nunca mais
Nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho
Nós somos o amor

Entre meu bem por favor
Não deixe o mundo mau te levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os Músicos do Brasil - 6

O Músico abordado pela série é pouco conhecido por seu nome completo: Juvenal de Holanda Vasconcelos. Mas, muitos percussionistas com certeza já ouviram falar em Naná Vasconcelos. Natural de Recife/PE, desde pequeno que se interessava por tambores nos movimentos de maracatus locais. Fez parte de Banda Municipal local e posteriormente acompanhou Gilberto Gil em seus shows pelo Nordeste.

Naná é reconhecido como um mestre em sua arte. Em seu currículo, consta vários artistas de vários estilos como Caetano Veloso, Marisa Monte, Milton Nascimento, Gal Costa, Geraldo Azevedo, Geraldo Vandré, Egberto Gismonti, Paul Simon, Maria Bethânia, Luiz Melodia, entre outros. Já lançou vários discos e é também compositor, inclusive compondo trilha sonora de filmes e novelas.

Nos últimos anos tem sido responsável pela abertura oficial do carnaval do Recife, que acontece todo ano no Marco Zero, com a chamada noite dos tambores, onde se encontram vários músicos sob sua regência. É mais um dos grandes músicos, já escolhido várias vezes como dos melhores do mundo e de qual temos muito que nos orgulhar, por seu talento e sua arte!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os compositores do Brasil - 23

Esse cara pode não ser tão conhecido quanto devia. Mas, seu trabalho com certeza consta na vida de muitos brasileiros. É só observar os últimos vinte cds lançados pelo rei e constar no campo da produção seus créditos. Mauro da Motta Lemos é o produtor dos últimos vinte cinco anos dos discos de sua majestade musical, Roberto Carlos. Mas, seu trabalho vem de muito antes e o mais curioso é que ainda são modestas as informações na internet sobre esse grande profissional.

Consta que algumas das primeiras composições foram feitas com Raul Seixas, como o grande sucesso do Jerry Adriani Doce doce amor. Posteriormente compôs com mais frequência com parceiros como Robson Jorge, Eduardo Ribeiro, Isolda e Carlos Colla. A primeira canção que Roberto gravou foi Nosso amor, de 1977. Daí em diante, várias como Canção  do sonho bom, De coração pra coração, Como eu te amo, Você em minha mente, Coisas que não se esquece, Eu sem você, Meu coração ainda quer você, Voltei ao passado, Eu me vi tão só, Prá ficar com você, Preciso de você, Quando o sol nascer, Quando vi você passar, Sabores, Se você pretende, Tanta solidão, Você mexeu com a minha vida e Tente viver sem mim.

Mauro também foi cantado por intérpretes como Fat Family (Fim de tarde), Elymar Santos (Escancarado de vez), Rosemary (Sem querer fui feliz), entre outros. Já trabalhava em alguns discos na década de 60, como do grupo Renato e seus blue caps. E foi crescendo como produtor e compositor, e por sua imensa contribuição à música brasileira, é modestamente homenageado hoje por esse espaço!

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Central do Brasil

Na série sobre filmes e músicas, gostaria de indicar um dos melhores filmes que vi, um dos que mais me emociona: Central do Brasil. Lançado em 1998, dirigido por Walter Salles, foi o filme responsável pela retomada do cinema nacional, recebendo vários prêmios no exterior, inclusive indicação ao Oscar.

Com Fernanda Montenegro, Marília Pêra, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele, Otávio Augusto e apresentando o menino Vinícius Oliveira, a história começa no Rio de Janeiro onde Dora, uma professora aposentada vivida por Fernanda escreve cartas na estação Central do Brasil. Lá encontra Josué, vivido por Vinícius, e o destino de levar esse menino de volta ao Nordeste em busca de seu pai. O filme traz uma mensagem muito positiva de perseverança e mostra cenas típicas do sertão e cultura nordestinos.

No campo da música, destacaria a belíssima trilha sonora composta por Jacques Morelembaum, além de canções como Preciso me encontrar, de Cartola. É um  belíssimo filme que tem valor histórico pela retomada em grande estilo do cinema nacional e a partir dele, essa arte volta a ser respeitada em terras tupiniquins, inclusive com trabalhos de biografias musicais.

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de janeiro de 2010

O último pôr-do-sol

Essa canção virou tema da novela das oito. O último pôr-do-sol saiu originalmente no cd 1993 Olha de peixe e também no Acústico MTV de Lenine. Gosto muito dessa canção, desse grande músico conterrâneo e que faz uma música atual com muita qualidade, com muita propriedade de um grande nome da nossa música.

De uma forma singular, Lenine descreve a solidão da despedida daquele amor, de como as paisagens antes maravilhosas, ficaram incompletas. Ou seja, fugindo do trivial de falar de saudade, de solidão, de dor, Lenine, de forma inteligente, conta o mesmo tema a seu modo e ainda com elementos de percussão que criam um som bem típicos da cultura nordestina, com direito à um solo luxuoso de flautas:

O último pôr-do-sol
(Lenine)

A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,

Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Eu conheço a imensidão do céu...

Cláudia Cristina Leitte Inácio Pedreira é o nome de uma das mais populares cantoras da atualidade. Muitos pensam que ela é baiana, mas é natural de São Gonçalo/RJ, de onde pouco tempo depois, sua família migrou para Salvador. Ainda criança, aprendeu a tocar violão, nutrindo uma paixão pela música.

Desde 2001 e até 2008 integrava a banda de axé Babado Novo, onde começou a cultivar uma legião de fãs, sobretudo formada por adolescentes. Entre seus sucessos na banda e em carreira solo, temos Amor perfeito, Ainda bem, Fogo e paixão, Bola de sabão, Extravasa, Horizonte, Beijar na boca, Falando sério, Pensando em você, Um sonho a dois, Pássaros, Doce desejo, etc.

Em carreira solo, Cláudia tem crescido como intérprete e, colhido bons frutos, seja com seu cd/dvd, seja com suas participações como no Roupacústico 2 ou Elas cantam Roberto. Sua imagem não pode ser apenas associada a uma simples cantora de axé, pois suas interpretações para canções como Falando Sério ou Um sonho a dois, ou ainda Pássaros, de seu repertório, comprova que ela tem potência vocal para ir além e simplicidade em bonitas interpretações que retornam com o reconhecimento do público que a tem como uma das mais populares do país.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O nosso falso amor é tão sincero...

Um dos maiores nomes do samba nacional, Nelson Mattos, mais conhecido como Nelson Sargento. Natural do Rio de Janeiro, Nelson é cantor, compositor, artista plástico, ator e escritor. Nasceu no Morro do Salgueiro e aos oito anos já desfilava em Escolas de Samba. Aprendeu violão com Cartola e Nelson Cavaquinho, musicando os versos de seu pai adotivo.Foi Sargento de 45 a 49, o que lhe rendeu o apelido que incorporou como nome artístico.

Em 1947 passou a integrar a ala de compositores da Mangueira, compondo alguns dos maiores sambas que a Escola apresentou. Compôs com vários grandes nomes como Cartola em Vim lhe pedir e Samba do operário e com Jamelão em Cântico à natureza.  Entre outros sucessos podemos destacar Ela deixou, De boteco em boteco, Falso amor sincero, Ciúme doentio, Triângulo amoroso, Minha vez de sorrir, Dona Xepa, Agoniza mas não morre, Deixa, Nas asas da canção, etc.

Nelson continua compondo, cantando e encantando uma nação rendida à sua arte, a seu jeito de tratar seu ambiente, seu povo, seu morro, seu mundo. Atualmente divulga o cd lançado em 2008, Versátil e, embora não esteja muito presente na mídia, nem tenha se tornado uma figura popularmente conhecida nesse país, quem o conhece sabe que este músico é uma das lendas desse país, pela qual devemos nutrir um enorme respeito como os grandes patrimônios musicais que a história nos oferece!

Um forte abraço a todos!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Cartaz do filme: Roberto Carlos a 300 km por hora

Criado por Ziraldo, com a colaboração de Miguel Paiva, um bônus para os fãs do rei e amigos frequentadores do blog. É apenas um complemento do post abaixo!

Trilogia RC - parte 1

Falando em filme, não posso deixar de citar a Trilogia RC, ou seja, os três filmes em que o rei Roberto atuou como protagonista. Começaremos hoje, não pela ordem cronológica, mas pelo meu filme preferido: Roberto Carlos a 300 km por hora. Lançado em 1971 e tendo Erasmo Carlos, Raul Cortez, Libânea Almeida e Flávio Migliaccio, entre outros atores e atrizes, é mais uma produção de Roberto Farias.

Amor e velocidade, duas paixões do rei durante toda sua carreira podem ser facilmente percebidos nessa película que envolve Lalo, um simples mecânico vivido por Roberto e seu amigo Pedro, vivido por Erasmo, em torno de um sonho de transformar Lalo em um grande piloto assim como é o patrão de ambos, Sr. Rodolfo, vivido por Raul, que por conta de um sério acidente, pensa em abandonar as pistas a contra gosto da namorada Luciana, vivida por Libânia, que tem paixão pelo automobilismo. E é justamente essas duas paixões que moverão os sonhos de Lalo, a vitória nas pistas e o amor por Luciana que se desenrola ao passar do filme.

Entretanto, Lalo tem uma semi-vitória, pois conquista o posto de piloto número um, mas não ganha o coração de Luciana que ainda estava preso ao antigo corredor, Rodolfo. Tudo então remete a Casablanca, com Luciana indo embora e Lalo sofrendo com a despedida. Entretanto, a canção não é As time goes bye, mas De tanto amor, composta como trilha sonora do filme e apresentadas em várias versões. Todos estão surdos também aparecem no início da trama.

Só lamento esse título estar fora de catálogo. Com o boom do dvd, foi relançado, mas dificilmente se encontra em alguma loja do ramo, talvez nos sebos por aí. Eu mesmo, vergonhosamente só tenho cópias piratas dessa trilogia RC por não encontá-los original. Também encontrei duas capas para o mesmo filme e acredito que uma seja da época do lançamento e a outra seja para a reedição em dvd, que esperamos que volte a acontecer o quanto antes.

Um forte abraço a todos!

sábado, 16 de janeiro de 2010

É uma partida de futebol

Mês de janeiro e começam os campeonatos estaduais. No país do futebol rola a bola em todos os estados em disputas acirradíssimas que, muitas vezes, são raízes de grandes craques que alegram uma nação. Apesar de não nutrir muito amor pelo futebol, devo admitir que trata-se de uma arte que fascina um povo, que prende a atenção de muitos jovens e emana uma energia incrível.

Torço para cada time e sobretudo para os torcedores desses times. Para que o confronto entre torcidas não passe daquela saudável empolgação que, sem dúvida, se transforma em um décimo segundo jogador em campo. Infelizmente temos presenciado grandes confrontos e violentos resultados de brigas entre torcedores que não marcam gols para sua equipe. Mas, saudável mesmo é cantar o hino de seu time e hinos como esse do Skank em torno dessa paixão nacional:

É uma partida de futebol
(Samuel Rosa e Nando Reis)

Bola na trave não altera o placar
Bola na área sem ninguém pra cabecear
Bola na rede pra fazer o gol
Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?

A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda é uma partida de futebol

Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar, se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar

A chuteira veste o pé descalço
O tapete da realeza é verde
Olhando para bola eu vejo o sol
Está rolando agora, é uma partida de futebol

O meio-campo é lugar dos craques
Que vão levando o time todo pro ataque
O centroavante, o mais importante
Que emocionante, é uma partida de futebol

O meu goleiro é um homem de elástico
Os dois zagueiros tem a chave do cadeado
Os laterais fecham a defesa
Mas que beleza é uma partida de futebol!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cada hora ao teu lado vale um novo amanhecer...

A Jovem Guarda revelou intérpretes fantásticas. Cantoras que apresentavam beleza também na arte musical como Rosemary Pereira Gonçalves, natural do Rio de Janeiro/RJ. Ainda pequena gostava de cantar e aos oito anos se apresentou no programa Clube do Guri. Mas, sua carreira começou mesmo em 1961, quando lançou seu primeiro 78 rpm. Participou da Jovem Guarda, sendo inclusive cogitada para ser apresentadora, posto que foi obtido por Wanderlea.

Depois da Jovem Guarda, Rosemary cantou outros gêneros, como o samba e sua paixão pela Mangueira. Entre seus sucessos, destacam-se Como pode acontecer, Emoções diferentes, Horas perdidas, Nossa canção, Jóia, Leva tudo contigo, Que bom seria, Estrelas consagradas, Sei lá Mangueira, Piano na Mangueira, Juro por Deus, Taí, Lua Branca, Mulher de caminhoneiro, etc.

Rosemary participou recentemente do cd/dvd Elas cantam Roberto a pedido do próprio cantor que nutre por ela uma amizade antiga e mútua. Também divulga em shows que faz país afora seu mais recente trabalho, o cd e dvd dedicado à Mangueira, sua Escola de samba, onde cantou com alguns convidados como Alcione, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Chico Buarque. E um fato curioso que revela sua carreira é que a Jovem Guarda revelou grandes artistas românticos, mas também sertanejos e sambista, como é o seu caso.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ainda encontro a fórmula do amor...

Na década de 80, novos nomes surgiram na música brasileira. Um deles foi Leonardo Jaime, ou simplesmente Léo Jaime. Natural de Goiânia/GO, Léo é um dos cantores e compositores mais marcantes do rock/pop dos anos 80. Fã dos Beatles e Rolling Stones, batalhou muito em outras profissões antes de entrar na música. E foi no grupo de rock irreverente João Penca & seus miquinhos amestrados que iniciou sua carreira artística em 1981.

Em 1983 seguia carreira solo e gravava seu primeiro disco, tendo inclusive duas músicas censuradas nesse primeiro trabalho. Seu segundo trabalho, em 85 apresentou mais êxito, com as canções A fórmula do amor e Solange. Entre outros sucessos do seu repertório, podemos destacar Preciso dizer que te amo, A vida não presta, Gatinha manhosa, Rock estrela, Mensagem de amor, A lua e eu, Morena dos olhos d´água, Conquistador barato, Nada mudou, Maior abandonado, As sete vampiras, Coração vagabundo, etc.

Léo continua na estrada fazendo vários shows e reencontrando seu público fiel, sobretudo em apresentações temáticas que revivem os anos 80, época em que a juventude se encontrava no rock e nos amores de baladas como as que ele também apresentava.

Um forte abraço a todos!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Os Dois Filhos de Francisco

Dando continuidade com essa série de janeiro, que une férias, cinema e música brasileira, vamos falar hoje de um campeão de bilheterias: Dois filhos de Francisco, que conta a história persistente e mais que bem sucedida da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Lançado em 2005 e produzido por Breno Silveira, a história é a biografia dos irmãos que nasceram pobres no interior de Goiás e, através dos sonhos de Sr.Francisco, pai dos garotos, trilharam um caminho árduo até o sucesso merecido.

Com Dira Paes, Ângelo Antônio, Paloma Duarte, José Dumont, entre outros no elenco, a trilha sonora traz artistas como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Antônio Marcos, e a própria dupla que emocionaram a cada passagem de tempo. A persistência é a mensagem do filme, a marca principal de Sr. Francisco. Depois de tudo bem trabalhado, quando todos cansaram de tentar, tava lá o homem comprando fichas e divulgando a canção É o amor.

Clássicos sertanejos e brasileiros como Tristeza do Jeca, É o amor, Luar do Sertão, Calix Bento e No dia que saí de casa se uniram a cenas que emocionaram o país em uma das maiores bilheterias de todos os tempos do nosso cinema nacional. A faixa Como vai você foi regravada com voz do Antônio Marcos, numa homenagem à atriz Paloma, que interpretou Zilu, a mulher de Zezé. E, embora pairem críticas, o filme emocionou o país e mostrou porque eles são sucessos hoje e sempre! Enfim, mais uma dica que se une à pipoca, ao refrigerante, à pizza, às férias, à música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Te amo

A Jovem Guarda trouxe grandes baladas que não encontravam  barreiras para se abrigarem nos corações apaixonados. Algumas delas escancaravam os corações e arrebentavam grandes paixões e tenho certeza, embora não tenha vivido essa época, que muitos brasileiros encontraram o significado da palavra amor sob sua trilha sonora.

Do repertório da ternurinha Wanderléa, vem a letra da canção apresentada hoje. Uma mescla de timidez e sofrimento embalam um personagem que, por não saber declarar seu amor, se encontra sem saída, buscando uma solução rápida e eficaz. Citando vários elementos que caracterizam a timidez, Te amo aborda um sentimento comum à juventude, o que caracteriza a ingenuidade e pureza desse movimento da música brasileira.

Te amo
(Roberto Corrêa e Sylvio Son)

Quisera ter
A coragem de dizer
Como é grande o meu amor
Mas não sei o que acontece
Minha voz desaparece
Quando a teu lado estou
Eu procuro ir disfarçando
É sorrindo ou cantando
Mas por dentro eu estou
Chorando...

Nem mesmo o céu
Que a todos faz sonhar
Não consegue me inspirar
Eu só sei que estou sofrendo
Pouco a pouco vou morrendo
Só por não saber falar
E sozinha eu te chamo
Bem baixinho eu reclamo
Que vontade de dizer
Te amo...
Ah! eu te amo...

Te amo...
Ah! te amo...
Te amo...
Como eu te amo...
Ah! te amo...
Te amo, te amo, te amo...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Jamais estive tão segura de mim mesma...

Natural de São Benedito do Rio Preto/MA, Rita Ribeiro é uma das cantoras e compositoras contemporâneas de maior destaque na nova música brasileira. Aos cinco anos mudou-se para a capital São Luís e aos quinze já trabalhava sua voz. No início dos anos 80 participava de grupos vocais, mas sem perspectivas, migrou para São Paulo no fim da década de 80.

Seu primeiro trabalho foi lançado apenas em 1997 com a ajuda de Zeca Baleiro na produção e na composição de cinco faixas, dentre elas, Lenha, que mais tarde seria regravada por Simone. E entre sucessos posteriores lançados, podemos destacar Contra o tempo, Românticos, Jamais estive tão segura de mim mesma, Uma noite sem você, Pensar em você, Caminhos do sol, Oração ao tempo, De tanto amor, Impossível acreditar que perdi você, Morena de Ângola, etc.

Navegando por diversos compositores que vão de Wander  Lee a Chico Buarque, passando por Caetano, Chico César e Márcio Greyck, Rita possui um público cativo que a acompanha em seus shows país afora. Também obteve grandes destaques como intérprete, sendo uma das melhores atualmente e é bom saber que a música brasileira revela grandes nomes como o seu para a atualidade!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu amanheço pensando em ti...

A Rede Globo está exibindo a minissérie Dalva & Herivelto. Da mesma forma que ano passado obteve êxito com Maysa, aposta nessa nova produção. Já abordamos Dalva de Oliveira no dia 19/03/2009 (é só buscar ou procurar nos arquivos de março). Portanto, vamos nos deter um pouco sobre Herivelto. Natural de Engenheiro Paulo de Frontin/RJ, Herivelto de Oliveira Martins foi um dos grandes cantores, compositores e músicos desse país.

Seu pai reunia grupos teatrais e encontrava aí suas primeiras aspirações artísticas. Foi o teatro que o apontou para instrumentos musicais, chegando a tocar piston e depois cavaquinho e violão. Já envolvido com música e depois de seu primeiro casamento, conheceu Dalva de Oliveira, com quem casou-se e teve um filho que também seria um futuro cantor: Pery Ribeiro. Após a separação, criaram polêmicas musicais com suas criações.

Destaque no mundo do samba, sendo regravado por grandes nomes como Nelson Gonçalves, Silvio Caldas, Francisco Alves, Maria Bethânia, João Gilberto, Miúcha, Gal Gosta, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Carmem Miranda, entre seus sucessos podemos citar Cabelos brancos, Atiraste uma pedra, Ave Maria no Morro, Adeus, Bom dia, Izaura, Caminhemos, O último tango, Palhaço, Pensando em ti, Que rei sou eu?, Se é por falta de Adeus, Mamãe, Da cor do meu violão, Praça das onze, entre outros que devem ser relembrados nesses dias nessa minissérie tão bem-vinda!

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de janeiro de 2010

O Caminho das nuvens

Janeiro é mês de férias, bom para nos dedicamos a ouvir as canções que tanto gostamos e também apreciarmos outras artes, como o cinema. Durante esse mês vou indicar alguns filmes que se relacionam com a música brasileira. É o caso por exemplo de O Caminho das Nuvens. Produzido por Fábio Barreto e lançado em 2003, o filme traz na trilha sonora canções do Roberto Carlos, além de ser dedicado a este, embora nada tenha a ver com a história de sua majestade.

Com Wagner Moura, Cláudia Abreu, Carol Castro e Sidney Magal no elenco, entre outros, é baseado na história real de Cícero Ferreira Dias. Ex-caminhoneiro parte do interior da Paraíba, com a família (esposa e cinco filhos), percorrendo várias cidades como Juazeiro do Norte, Porto Seguro e chegando ao Rio de Janeiro. Tudo isso de bicicletas e em busca de um ilusório emprego que o rendesse R$ 1.000,00 mensais para garantir vida digna à família.

A relação entre pai e filho mais velho também é evidenciada na trama e vai crescendo com esta. As  canções do Roberto entram em cena em alguns momentos da viagem em que a mãe canta em bares para arrumar alguns trocados no caminho. E o rei também empresta clássicos como Amor sem limite, Como é grande o meu amor por você e As curvas da estrada de Santos para a trilha sonora. Uma dica para se aliar à pipoca e a curiosidade de como termina a trama!

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Novo tempo

Ano novo, vida nova! Feliz 2010 a todos! E começamos o ano com essa mensagem do Ivan Lins lá de 1985. Novo tempo saudava a Nova República. O Brasil, após anos de ditadura, finalmente se encontrava com a tão sonhada redemocratização. O povo voltava a ter escolhas, a planejar seu futuro. E é isso que começamos a fazer em 2010, planejamos nosso futuro.

Após aproximadamente 25 anos do lançamento dessa canção, nos perguntamos, será que chegamos ao Novo tempo? Após 25 anos de democracia, vemos que não somos adultos no setor política, mas apenas engatinhamos. Entretanto estamos em ano eleitoral, em ano de Copa do mundo, em ano de novas lutas e o Novo tempo já é hoje, portanto, como diz a canção, "estamos mais vivos pra nos socorrer...". E é esta união que desejamos para nossas lutas cotidianas!

Novo tempo
(Ivan Lins e Vítor Martins)

No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver

Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança

No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver

No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver...

Um forte abraço a todos!