sábado, 9 de outubro de 2010

Como uma onda

Uma filosofia sempre moderna do repertório do Lulu Santos, em parceria com Nelson Motta e regravada também por Tim Maia, Como uma onda foi tema de comercial e abertura de novela. Um ritmo meio havaiano que nos remete exatamente à paisagem descrita na letra, praia e muito sol.

E uma letra que apresenta um confronto entre a vida e o tempo, entre a paz e a tormência, uma mensagem que veio realmente pra ficar, um gol de placa do Lulu. Temos ainda um paralelo entre os mundos exteriores e interiores, apresentando a conclusão de que ambos apresentam um mesmo ritmo, o das ondas do mar!

Como uma onda
(Lulu Santos e Nelson Motta)

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora

Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eu vou buscar pedras brancas pra te dar...

Outra cantora que surgiu nos anos 90 e que poderia ainda figurar na mídia é Deborah Salvatrice Blando, ou simplesmente Deborah Blando. Natural de Sant' Ágata de Militello, na Itália, Deborah é filha de pai italiano e mãe brasileira e veio para o Brasil durante sua infância, onde já cantava em corais infantis. Nos anos 80, participou de elenco musical de espetáculos de Oswaldo Montenegro.

E depois de alguns trabalhos, seu primeiro cd que obteve alcance nacional foi Unicamente, de 1996, que além da faixa-título, apresentou a canção Gata, que foi muito executada. Tema da novela A indomada, Unicamente a projetou nacionalmente com vários shows e aparição em vários programas de televisão. Seu próximo trabalho também traria uma canção como tema de novela: Somente o sol, na abertura da novela Corpo dourado.

Desse último trabalho temos também o sucesso Próprias mentiras, da novela Laços de família. Ela também foi responsável pela abertura da novela Chocolate com pimenta, com música de mesmo nome e, por outros sucessos, como A maçã, Descobridor dos sete mares, Águias, Astronautas de mármore, A luz que ascende o olhar, Contratos assinado, etc. Faz falta uma artista assim, com um timbre de voz desse porte e com canções que faziam muito bem à música brasileira.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Só quem viu, que pode contar...

Ele foi referência nos anos 60 e 70 e se não existissem problemas alheios à cultura nacional, teria uma carreira mais condizente com sua arte e com seu merecimento. Estou falando de Wilson Simonal de Castro. Natural do Rio de Janeiro, Simonal foi crooner, apresentou programa de televisão, fez parte da turma de Carlos Imperial, lançou discos e compactos e chegou a ser considerado o melhor intérprete do país.

Seu primeiro Lp saiu em 1963, com sucesso de Tito Madi, a canção Balanço Zona Sul. E entre outros sucessos lançados posteriormente, temos Lobo bobo, Nanã, Garota moderna, País tropical, Meu limão meu limoeiro, Que maravilha, Mamãe passou açúcar em mim, Sá Marina, Nem vem que não tem, Vesti azul, etc.

Simonal partiu para a eternidade em 2000. Embora, durante muitos anos tenha ficado no ostracismo, foi mostrada, através de livros, a inocência que o cantor defendeu durante toda sua vida. Recentemente, foi lançado o filme Ninguém sabe o duro que eu dei, que conta a trajetória desse grande nome injustiçado da nossa música brasileira que tem na releitura de Sá Marina feita por Ivete Sangalo e principalmente nos trabalhos de seus filhos Simoninha e Max de Castro, um pouco de sua arte resgatada atualmente!

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de outubro de 2010

CD Roberto Carlos ao vivo 1988

Capa do CD Roberto Carlos ao vivo 1988
Antes dos projetos ao vivo se tornarem algo mais comum, alguns artistas arriscavam a lançarem os seus, como algo paralelo em suas carreiras. Claro que isso foi em um tempo em que a venda de discos era algo rentável para o artista e para a gravadora, enfim, para as lojas e a pirataria era singela. Em 1987, Roberto Carlos estreou sua turnê Detalhes, onde revivia seus grandes sucessos e em 1988, durante temporada no Canecão/RJ, gravou um disco que mais tarde, no meio do ano, resolveu lançar.

Foto interna do CD ao vivo 1988
 O projeto é um resumo do show que trazia outros números ausentes do disco como as canções Cama e mesa, Do fundo do meu coração, Nêga, Cavalgada e um medley em homenagem a Tom Jobim com Ana Luiza/Lígia/Ângela. Mas, seu conteúdo já era mais que suficiente para enlouquecer a cabeça dos seus fãs. Em um show produzido por Mielle & Bôscoli, já na abertura, um momento de arrepiar da orquestra dirigida pelo maestro Eduardo Lages.

Contracapa do CD ao vivo 1988
Roberto desfilava seus grandes clássicos como Proposta, Emoções, Canzone per te, Outra vez, Ele está pra chegar, e medleys que apresentavam Lobo mau, Eu sou terrível e Amante à moda antiga, além de Seu corpo, Café da manhã, Os seus botões, Falando Sério, O côncavo e o convexo e Eu e ela. Detalhes ganhou seu momento de intimidade com o rei ao violão, número reapresentado em vários shows mais atuais. Outra surpresa era o dueto com a cantora mirim Gabriela em Imagine, de John Lennon. Um show histórico que poderia sair na íntegra e que lamentamos não vir em um tempo que os dvds completavam todo o projeto!

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de outubro de 2010

Que país é esse?

Às vésperas das eleições e ouvindo sempre das pessoas que devemos "escolher" nossos representantes com consciência, algo meio raro entre as pessoas e até na propaganda eleitoral, só me vem à mente essa canção tão atual do Renato Russo, esse protesto tão bem sucedido, regravado por outros nomes como o Paralamas do Sucesso.

Cumprindo uma das suas principais funções, o que contraria o rótulo de alienados, as bandas de rock oriundas dos anos 80 denunciavam as mazelas do país em críticas como essa sempre atual de um músico que deixa saudades a uma grande parcela de fãs eternos de seus trabalhos e de suas interrogações. E uma boa eleição para todos e sorte também com os escolhidos!

Que país é esse?
(Renato Russo)

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas, todos acreditam no futuro da nação

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

No Amazonas, no Araguaia,
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Gerais
E no Nordeste, tudo em paz]

Na morte eu descanso,
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Terceiro mundo, se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu nem vejo a hora de lhe dizer aquilo tudo que eu decorei...

Uma das bandas mais conhecidas da década de 60, aqui estão Os Mutantes, formados originalmente por Rita Lee, Sérgio Dias, Arnaldo Batista, Liminha e Dinho Leme. O nome da banda foi sugestão de Ronie Von e, juntamente com este, chegaram a apresentar e participar de programas televisivos ainda na década de 60.

Nascia assim uma das mais importantes bandas de rock do país, que logo participariam de vários festivais juntamente com Gilberto Gil e Nana Caymmi. Seu primeiro disco saiu em 1968 já com alguns sucessos que se juntariam a outros mais tarde como Senhor F, Panis et circenses, Trem fantasma, Ando meio desligado, Chão de estrelas, Vida de cachorro, Rua Augusta, Balada do louco, entre outros.

Rita saiu do grupo ainda no início da década de 70 e tornou-se um dos maiores nomes da nossa música. O grupo se desfez no final da década de 70. Recentemente, com exceção da Rita, os demais componentes do grupo, juntamente com Zélia Duncan, fizeram alguns shows onde reviveram a banda e seus eternos sucessos. Acima foto da formação clássica e mais abaixo, a formação mais recente, ambas temporárias.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os Músicos do Brasil - 14

Um dos músicos mais populares de toda a história da música brasileira: Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca. Multi-instrumentista e natural de Itabaiana/PB, Sivuca ficou mais conhecido por sua sanfona e por suas composições em diversas vozes de grandes nomes da nossa música.

Gravou seu primeiro disco em 1951 interpretando entre outros, Tico-tico no fubá. Também compôs trilha para vários filmes, alguns dos Trapalhões. Excursionou o mundo todo, conquistando o devido respeito que todo músico talentoso brasileiro merece. Entre os artistas com os quais trabalhou em discos e apresentações ou que simplesmente o gravaram estão Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Astrud Gilberto, Chico Buarque, Nara Leão, Fagner, Clara Nunes, entre outros.

Como compositor, seus maiores sucessos são Feira de Mangaio, Cabelo de milho, No tempo dos quintais, Adeus Maria Fulô e João e Maria, esta útlima em parceria com Chico Buarque, que colocou letra em uma valsinha criada em 1947 por Sivuca, que partiu para a eternidade em 2006, mas continua presente na memória dos grandes músicos que a nossa cultura brasileira oferece!

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de setembro de 2010

Olhando as estrelas - 8

E a Série Olhando as estrelas chega a sua oitava edição apontando para o encontro entre Sérgio Reis e Almir Sater, simplesmente os maiores astros da música sertaneja de todos os tempos juntos em diversos momentos de suas carreiras. Portadores da eficiência em divulgar a música sertaneja raiz, ambos já trabalharam juntos também atuando em novelas como O rei do gado, Bicho do mato e Pantanal.

E nessas novelas e em alguns momentos, presenciamos essas vozes juntas, entoando clássicos sertanejos, combinando seus tons e presenteando o público brasileiro com interpretações fantásticas. Na novela O rei do gado, por exemplo, eles cantaram os clássicos Cabecinha no ombro e Rei do gado, esta última levando a dupla a participar do especial de 1996 de Roberto Carlos, onde juntamente com o rei da música, interpretaram o seu rei do gado. Ambos também participaram recentemente do programa, cd/dvd Emoções sertanejas, cada um interpretando uma canção do Roberto.

E é das trilhas das novelas que surgem alguns duetos, típicos dos encontros musicais da dupla, pois temos, além dos citados, Comitiva esperança, Vagabundo, Brasil poeira, Boiadeiro errante, Você vai gostar, entre outras. Sem sombra de dúvidas, dois artistas que realizam um trabalho admirável e que juntos, brindam a seus fãs e à música brasileira com duetos e encontros inesquecíveis!

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de setembro de 2010

Estranha loucura

Mais um sucesso da dupla Sullivan e Massadas, mais um clássico da Alcione. Estranha loucura foi gravada pela "marrom" e, posteriormente, teve uma algumas regravações, se destacando uma que Alcione fez em dueto com Alexandre Pires. Daquelas que associamos intérprete à canção de uma forma tão íntima, Estranha loucura parece ter sido feita na medida exata para a marrom interpretar e a imortalizar.

Com uma daquelas letras que exploram aquele amor escancarado, doentio, mas imenso e febril, sua letra dá uma guinada no personagem de um jeito que o tira do fundo do poço, da posição submissa, para a certeza de que será inesquecivel, imprescindível e irreconhecível, coisas que nossa música apresenta como um gol de craque de vários dos nossos compositores, hoje ao som de Alcione!

Estranha loucura
(Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Minha estranha loucura
é tentar te entender e não ser entendida
É ficar com você, procurando fazer
Parte da tua vida

Minha estranha loucura
É tentar desculpar o que não tem desculpa
É fazer dos teus erros, num motivo qualquer
A razão da minha culpa

Minha estranha loucura
É correr pros teus braços quando acaba uma briga
Te dar sempre razão e assumir o papel
De culpado bandido

Ver você me humilhar
E eu num canto qualquer
Dependente total do teu jeito de ser

Minha estranha loucura
É tentar descobrir que o melhor
É você

Eu acho que paguei o preço por te amar demais
Enquanto pra você foi tanto fez ou tanto faz
Magoando pouco a pouco, me perdendo sem saber
E quando eu for embora, o que será que vai fazer?

Vai sentir falta de mim, sentir falta de mim
Vai tentar se esconder, coração vai doer
Sentir falta de mim...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os compositores do Brasil - 31

Cantora e principalmente compositora, Anastácia é a parceira de Dominguinhos em vários sucessos. Natural de Recife/PE, foi casada com o sanfoneiro e seu nome verdadeiro é Lucinete Ferreira. Seu primeiro disco foi gravado em 1961, mas os grandes sucessos só viriam da parceria com Sr. Domingos, já no final dos anos 60.

Entre os intérpretes que já gravaram Anastácia, temos José Augusto, Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Gal Costa, Noite ilustrada, Elba Ramalho, Nana Caymmi, Jane Duboc, Ângela Maria, Paula Toller, Genival Lacerda, Daniela Mercury, Nalva Aguiar, Nara Leão, Trio Nordestino, Paul Murriat, Ornela Vanoni, Marinês, etc. E além de Eu só quero um xodó, temos Conselho de amigo, Um mundo de amor, De amor eu morrerei, Minha gente eu vou me embora, Amor que não presta não serve pra mim, Tenho sede, Enchendo o saco, etc.

Anastácia continua na ativa, compondo, fazendo shows e divulgando seus eternos sucessos que já venderam muitos discos nas principais vozes citadas acima. E é com muito orgulho que a prestamos essa singela homenagem nessa série que reverencia os compositores de nosso pais!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Foi assim que meu amor me prendeu...

Através das estatísticas do Blog Música do Brasil, pude perceber que depois do Brasil, Portugal é o país que mais nos visita. Sinto-me envaidecido de receber as visitas dos irmãos portugueses, sobretudo por saber que os "culpados" por essas visitas são meus amigos Armindo (do Splish, splash) e Paula (do Um farol chamado amizade), entre outros. Então, em homenagem a estes e a todos os Portugueses que nos presenteiam com sua passagem, eis uma postagem dedicada a um de seus e nossos principais ídolos: Antônio Joaquim Fernandes, o Roberto Leal.

Ele é um artista tão presente em nossas terras e na mémoria musical do povo brasileiro, que muitos pensam que trata-se de um brasileiro, assim como é o caso do Julio Iglesias. Chegou ao Brasil ainda na década de 60, mas foi nos anos 70 que estourou como o cantor português mais famoso em nosso país, por suas interpretações únicas de fados e músicas românticas.

Entre seus sucessos, desde o primeiro Arrebita, temos Bate o pé, Verde vinho, Cavalgada, A fada dos meus fados, Canto a Portugal, Desencontro de primavera, Bonita lenda, Céu azul, Conta outra vez, entre outros. Roberto está presente no cotidiano da música brasileira e nos faz lembrar que somos descendentes deste povo tão gentil, representado aqui pelas visitas dos amigos aos quais me referi acima e a todos que fazem parte dessa nação chamada Portugal, terra natal de Roberto Leal!

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de setembro de 2010

CD e DVD Fagner - Amigos e canções

Mais um dos grandes trabalhos do cearense Fagner, o cd duplo e o dvd Amigos e canções. Gravados em 1998 e 1999, respectivamente, o projeto recebe o mesmo nome e capa, embora apresentem sutis diferenças tanto nos convidados quanto no repertório que prezam por grandes sucessos do cearense em seus até então aproximados 25 anos de carreira, alguns em duetos inéditos em sua carreira dele. Ambos os projetos, com a produção de José Milton.

No cd temos as canções Custe o que custar, Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo (com Zé Ramalho), Fracasso (com Fafá de Belém), Espere por mim morena, Retrato marrom (com Ney Matogrosso), Traduzir-se (com Chico Buarque), Noves fora (com Emílio Santiago), Horas azuis, Revelação, Mucuripe (com Djavan), Morro velho (com Milton Nascimento), Retrovisor (com Zezé di Camargo e Luciano), Semente, Saudade (com Joanna), Sangue e pudins (com Luiz Melodia), Monte castelo (com Ângela Maria), Quarto escuro (com Ivan Lins) e Distância.

O dvd saiu no ano seguinte e foi fruto de um show realizado no Canecão para celebrar o cd, com as seguintes canções: Revelação, Noturno, Deslizes, Custe o que custar, Borbulhas de amor, Mucuripe e As rosas não falam (com Dori Caymmi), Lábios de mel (com Ângela Maria), Saudade e Meu primeiro amor (com Joanna), Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo e Dois querer (com Zé Ramalho), Gostoso demais e Pedras que cantam (com Dominguinhos). Fica apenas a pergunta: dá pra faltar na coleção de alguém que curte esse tipo de música?

Um forte abraço a todos!

sábado, 18 de setembro de 2010

Azul da cor do mar

A saudade da voz grave do Tim Maia nos faz visitar seu repertório e nos depararmos com essa filosofia triste, mas de grande reflexão para a humanidade: Azul da cor do mar. Composta pelo próprio Tim, essa canção deve ter feito muitas lágrimas rolarem das pessoas que a sentiram na pele, pois revela os sofrimentos sentidos pela alma por conta das desigualdades que encontramos na vida.

Dificuldades, todos encontram, mas sabemos que realmente existe um abismo enorme entre os seres humanos, sobretudo quando o assunto é classe social, status, dinheiro, etc. Acredito que o Tim nos brindou com esse clássico e foi certeiro na mira quando mencionou o mar, afinal é uma das belezas que Deus concedeu a todos, sem fazer distinção. E como o próprio Tim afirma, quem sofre tem que sonhar da cor do mar, para poder seguir, pois já foi dito que o mar nada mais é que o espelho do céu!

Azul da cor do mar
(Tim Maia)

Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar,
Dizer que aprendi

Que na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri

Mas, quem sofre sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver

Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu sou tão menina pra me enamorar...

E ainda nesse clima de Jovem Guarda, pois falamos do Eduardo Araújo, esposo dela e agora vamos falar dela: Silvia Maria Vieira Peixoto Araújo, a cantora Sylvinha  Araújo. Natural de Mariana/MG, Sylvinha nos deixou há pouco tempo, em 2008, mas não é apenas um grande nome da Jovem Guarda a se recordar, pois em trabalhos posteriores, participou de várias gravações de outros nomes da nossa música, fazendo vocais.

Começou ainda na infância em corais e, posteriormente, na Jovem Guarda, onde se apresentava já aos 14 anos. Em 1967 grava seu primeiro disco com as canções Vou botar pra quebrar e Feitiço de broto. Depois do movimento, Sylvinha tornou-se a maior gravadora de jingles desse país, destacando-se em comerciais de grandes empresas como McDonald’s, Pomodoro, Coca-Cola, Varig, Estrela. Mas, volta aos palcos e aos discos em 2001, com o cd Suave é a noite.

Sylvinha participou de gravações dos mais variados artistas, fazendo backing vocal. E entre outros sucessos gravados por ela, temos Prometo te amar pra sempre, Minha primeira desilusão, Splish splash, Suave é a noite, Custe o que custar, Playboy, Professor particular, entre tantos que pregam na saudade o anjo dourado da Jovem Guarda.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pertenço aos dez mais...

Esse é Eduardo Oliveira Araújo, o eterno "Bom" que tem um carro vermelho, pertence aos dez mais, enfim, mais um grande nome da Jovem Guarda. Natural de Juaíma/MG, Eduardo fez parte das caravanas de Carlos Imperial, no início dos anos 60, com quem compôs alguns de seus primeiros sucessos.

Passou a ser conhecido nacionalmente com a canção O bom e foi justamente com Imperial que compôs outro grande sucesso: Pode vir quente que eu estou fervendo, imortalizada por Erasmo Carlos e posteriormente pelo Barão Vermelho. Mesmo depois do fim da Jovem Guarda, continuou divulgado o rock e posteriormente enveredou para o estilo country, finalmente unindo os dois estilos e criando o country rock. Entre sucessos de seu repertório estão composições suas e de outros artistas em canções como Com muito amor e carinho, Construção, Pra saber, Coração de luto, Boi barnabé, Rua Augusta, Goiabão, etc.

Trata-se de uma referência para o rock e para o country nacional. Um grande músico, ídolo de muitos, sobretudo pelos clássicos O bom e Pode vir quente que estou fervendo, por sua ligação com a Jovem Guarda e por ser um personagem diferenciado nesse movimento!

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de setembro de 2010

CD Tribalistas

Em 2002 Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown deram um tempo em suas carreiras solos para, juntos, produzirem esse trabalho adorado por muitos que o adquiriram: O Projeto Tribalistas, que unia os três artistas em composições e gravações próprias, proporcionando um dos melhores trabalhos da década e das carreiras de cada músico envolvido.

Feito a seis mãos, o cd caiu no gosto do público com grandes hits radiofônicos como Já sei namorar, Velha infância e É você, além de Carnavália, Um a um, Passe em casa, O amor é feio, Carnalismo, Mary Cristo, Anjo da guarda, Lá de longe, Pecado é lhe deixar de molho e Tribalistas, garantindo uma alta vendagem, embora a pirataria já reinasse.

Um trabalho ímpar é uma frase redundante, mas com certeza é um momento único de qual desfrutamos ao presenciar grandes músicos modernos em um trabalho bastante atual e que garante que a música brasileira contemporânea tem qualidade e não é apenas lixo como alguns teimam em afirmar! Eis aqui um trabalho que garante isso!

Um forte abraço a todos!

sábado, 11 de setembro de 2010

Além do horizonte

Bom, com o rei perto de nós, pois ele está fazendo shows aqui no Recife, não dá para não pensar em outras canções que as tantas que compuseram nossa trilha sonora. Entre elas, está Além do horizonte, lançada originalmente em 1975 e regravada de forma acústica em 2001, pelo rei em seu projeto com a MTV. Essa canção também teve a releitura rara do único dueto entre Erasmo Carlos e Tim Maia e, mais recentemente, uma releitura de muito sucesso com o grupo J Quest, além da versão instrumental do meu amigo Eduardo Lages.

É uma canção que imprime um sabor de paz, de esperança, de amor, um hino altamente hippie que emana a natureza e a direciona a todos os corações que absorvem sua letra e seu la, ra, ra, ra. Uma contemplação máxima do mundo bucólico, apresentando os prazeres que o amor nos proporciona no verde da fé que presenciamos em belíssimas paisagens! Coisas de Roberto e Erasmo, que são mestres em unir amor e paz em canções como essa!

Além do horizonte
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Além do horizonte deve ter
Algum lugar bonito pra viver em paz
Onde eu possa encontrar a natureza
Alegria e felicidade, com certeza

Lá nesse lugar o amanhecer é lindo, com flores festejando
Mais um dia que vem vindo
Onde a gente pode se deitar no campo
Se amar na relva escutando o canto dos pássaros

Aproveitar a tarde sem pensar na vida
Andar despreocupado sem saber a hora de voltar
Bronzear o corpo todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida sem frescura

Porque você vem comigo, tudo isso existe lá
No horizonte esperando por nós dois
Porque você vem comigo, tudo isso tem valor
Pois só vale o paraíso com amor

Além do Horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo pra gente se amar

La, ra, ra, la,....

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um homem em volta do mundo...

Com certeza o Brasil é um país tão maravilhoso que, em se tratando de música, essa verdade é ainda maior. Basta ver o caso de artistas que são abrigados por nosso país e de tanto sucesso que alcançam em nossas terras acabam se "abrasileirando" e se adaptando de uma maneira que fica difícil não confundir sua nacionalidade original. É o caso de Richard David Court, que nos anos 80 estourou em nossas rádios. Claro que estou falando do inesquecível Ritchie.

Natural de Beckenham, Inglaterra, Ritchie morou em vários países europeus até chegar ao Brasil por intermédio de amigos como Rita Lee e Liminha, ainda na década de 70. Fixou residência em nossas terras e, mais que isso, sucessos de sua carreira solo a partir dos anos 80, quando emplacou em nossas rádios canções como Menina veneno, Pelo interfone, Pra conversar, Casanova, Voo do coração, A vida tem dessas coisas, Transas, Um homem em volta do mundo, entre outras.

Ritchie se entrosou bem com músicos brasileiros, pois trabalhou com Lulu Santos, Lobão, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Cazuza, Kid Abelha, Erasmo Carlos e tantos outros. Passou um tempo fora da mídia, mas tem um público muito fiel ao seu sucesso, que o encontra sempre quando realiza alguma apresentação país afora!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Isto aqui, o que é?

Ary Barroso é clássico em termos de Brasil, pois basta mencionar sua mais célebre composição: Aquarela do Brasil, conhecida no mundo todo e tida como um hino de exaltação às belezas de nossa terra tupiniquim. Mas, engana-se quem pensa que ele ficou por aí! Temos outro clássico na mesma levada, com o mesmo tema, algo até inusitado para muitos compositores, mas não para ele. É o caso da canção Isto aqui o que é, outro clássico ufanista não apenas do seu repertório, mas de todo um país que é o tema principal.

Já gravada por João Gilberto, Emílio Santiago e principalmente por Caetano Veloso que deu seu toque mais popular e, podemos dizer, que a imortalizou. Aproveitando o feriado de hoje, presenteamos nosso leitor com a letra dessa canção que nos proporciona nossa terra, orgulho de nossos ritmos, nossas cores, nosso povo. Não é um ufanismo barato, pois o brasileiro sabe exatamente o que precisa para ser feliz com tudo que Deus nos dá, e em termos de músicas, nos encontramos com clássicos como esses que nos leva à reflexão de como é grande o nosso amor à essa pátria verde e amarela:

Isto aqui, o que é?
(Ary Barroso)

Isto aqui, ô ô
É um pouquinho de Brasil iá iá
Deste Brasil que canta e é feliz,
Feliz, feliz

É também um pouco de uma raça
Que não tem medo de fumaça ai, ai
E não se entrega não

Olha o jeito nas 'cadeira' que ela sabe dar
Olha só o remelexo que ela sabe dar
Morena boa, que me faz penar,
Bota a sandália de prata
E vem pro samba sambar

Um forte abraço a todos!

domingo, 5 de setembro de 2010

Dvd Tom Jobim, Toquinho, Miúcha e Vinícius de Moraes

São poucos os registros em vídeo do eterno poeta Vinícius de Moraes. Entre eles, esse dvd que ainda traz grandes parceiros juntos em cerca de 54 minutos de um trabalho fruto de um show realizado em outubro de 1978, na Itália e relançado recentemente, com um preço bastante acessível para quem ama a boa música e o trabalho desses grandes músicos brasileiros.

No repertório, temos Samba de Orly, Tributo a Caymmi, Tarde em Itapoã, Desafinado, Wave, Samba de uma nota só, Águas de março, Samba do avião, O que será (à flor da pele), Samba pra Vinícius, Vai levando, A felicidade, Água de beber, Garota de Ipanema/Sei lá, Chega de saudade/Berimbau/Canto de ossanha.

Como já foi dito, trata-se de um trabalho raro, saudosista e peça indispensável na prateleira de quem ama música e não vive sem assobiar alguns desses clássicos citados acima e presentes nesse trabalho que consegue reunir quatro vozes que encantam a história da música brasileira, com suas belíssimas contribuições.

Um forte abraço a todos!

sábado, 4 de setembro de 2010

Lamento sertanejo

Às vezes, algumas canções passam por nós, sem que percebamos seu valor e o teor fantástico que sua mensagem propõe. Às vezes, isso se dá por conta da interpretação e, talvez o ritmo que, em alguns momentos se sobrepõe à letra. Eu tive que escutar a interpretação arrasadora da Elba Ramalho para essa canção, no cd que gravou com Dominguinhos e já comentado aqui recentemente, para me envolver e me apaixonar por esse clássico.

Lamento sertanejo é daquelas canções que tocam a alma das pessoas que se identificam com algum ou todo o trecho que a letra apresenta! A riqueza de detalhes que descreve o personagem de si mesmo é talvez o grau mais emocionante dentro desse contexto. Com essa postagem, descobri que Elba incluiu em sua interpretação um trecho da canção Pipoca moderna de Caetano Veloso. O mais curioso é que ficou muito igual, uma música uniforme, sacadas de gênio mesmo:

Lamento sertanejo
(Dominguinhos e Gilberto Gil)

Por ser de lá
do Sertão, lá do cerrado
lá do interior do mato
da caatinga do roçado

Eu quase não saio
eu quase não tenho amigos
eu quase que não consigo
ficar na cidade sem viver contrariado

Por ser de lá
na certa por isso mesmo
não gosto de cama mole
não sei comer sem torresmo

Eu quase não falo
eu quase não sei de nada
sou como rês desgarrada
nessa multidão boiada caminhando a esmo.

Pipoca moderna
(Caetano Veloso e Sebastião Biano)

E era nada de nem noite de negro não
E era nê de nunca mais
E era noite de nê nunca de nada mais
E era nem de negro não

Pipoca ali, pipoca aqui
Desanoitece a manhã
Tudo mudou...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu ficaria bem na sua estante...

Um dos grandes nomes da atualidade no rock nacional: Priscilla Leoni Mello, ou simplesmente Pitty. Mais uma roqueira, mais uma baiana no cenário nacional, Pitty fez parte de duas outras bandas antes de ingressar carreira solo, onde é considerada uma nova Rita Lee, recebendo elogios da própria Rita.

Seu estilo roqueira conquistou vários fãs e a fez emplacar canções como Admirável chip novo, Máscara, Teto de vidro, Equalize, Anacrônico, Deja vu, Na sua estante, Pulsos, Me adora, Fracasso, etc. que renderam a Pitty e sua banda vários prêmios entre clipes e topos da parada de sucesso país afora.

Pitty tem um público jovem, pois representa o lado moderno do rock nacional e por seu trabalho sempre premiado já recebeu reconhecimento de diversos artistas do ramo. Seja nos clipes apresentados na MTV ou em suas entrevistas, em seu jeito de falar, você percebe essa representatividade da juventude moderna, através de sua linguagem sem papas na língua. Acredito que seja daquelas artistas que ou você adora ou não, mas, pensando bem, todos são assim, certo?

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sei que vou sentir saudade ao lado do meu violão...

Esse é também daqueles que já deveriam ter figurado por aqui: Nelson Antônio da Silva, o nosso Nelson  Cavaquinho. Referência das mais importantes no mundo do samba, teve a música nas veias, pois seu pai e seu tio eram músicos e organizavam rodas de samba nos finais de semana. Sua primeira canção, Não faça vontade a ela, passou desapercebida pelo público. 

Mas, sucessos posteriormente surgiram e emplacaram na memória da música brasileira e entre eles podemos destacar Palhaço, Amor que morreu, A flor e o  espinho, Pranto de poeta, Degraus da vida, Folhas secas, Luz negra, Rugas, entre tantos outros, interpretados também por outros artistas como Chico Buarque, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Dalva de Oliveira, Martinho da Vila, Leci Brandão, Cazuza, Emílio Santiago, Clara Nunes, Alcione, Elis Regina, Nelson Gonçalves, Orlando Silva, etc.

Entre seus principais parceiros na composição estão Guilherme de Brito, Cartola e Paulo César Pinheiro. Nelson partiu para a eternidade em 1986, mas possui cadeira cativa na música brasileira, sobretudo no mundo do samba onde sempre será uma perfeita referência de boa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de agosto de 2010

Olhando as estrelas - 7

A Série Olhando as estrelas apresenta dois grandes mestres da música brasileira que já trabalharam juntos em diversos momentos de sua carreira: Simone e Ivan Lins tiveram encontros memoráveis, em gravações de discos, shows, etc. No especial de 1993 da cigarra na tv Globo por seus vinte anos de carreira, Ivan foi um dos convidados principais e sempre em suas entrevistas, ela frisa a importância fundamental dele e do Milton em sua carreira. Ivan, por sua vez, destaca a cigarra como grande intérprete de alguns de seus clássicos, imortalizando alguns deles.

Simone imortalizou Começar de novo, tanto que até o Ivan ficou preocupado em interpretá-la depois da cigarra. Além desta, já gravou Vitoriosa, Novo tempo, Desesperar jamais, É festa, Dandara, Saravá Saravá, Parei contigo e todo o repertório do cd Baiana da gema, de 2004, só com composições inéditas de Ivan. Além disso, são inúmeros os encontros de ambos em shows, ou dvds, como é o caso dos dvds já abordados aqui: Cantando histórias do Ivan, em que eles cantam Começar de novo, ou no dvd Simone ao vivo de 2005, em que cantam Dandara e Vitoriosa, em foto que você vê acima.

Simone está certíssima quando afirma que Ivan é uma das pessoas fundamentais para sua carreira, não apenas pelas canções que já ofereceu como compositor, mas também por suas participações e contribuições mais que diretas nos trabalhos da cigarra que retribui sendo uma de suas principais intérpretes e com toda essa amizade e parceria musical, ganhamos nós, apreciadores da boa música brasileira, aqui representada por esses mestres!

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de agosto de 2010

Oceano

Dizer que essa canção é um clássico da música brasileira é chover no molhado. Mas, é sempre bom lembrar o quanto é gostoso de se apreciar esse tipo de canção. Oceano foi lançada em 1989 e foi tema da novela global Top Model. Mas, ela se tornou maior que tudo isso, sendo talvez o maior sucesso do Djavan.

Muitos cantores da noite geralmente a incluem em seu repertório, já gravada também por Caetano Veloso, Richard Clayderman e Tim Maia. Apesar de ter grande parte da sua letra voltada para um amor partido, doído, temos grandes declarações românticas em um amor infinito e imensurável:

Oceano
(Djavan)

Assim que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão,
Dava prá ver o tempo ruir
Cadê você? Que solidão!
Esquecera de mim?

Enfim, de tudo o que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar me dá teu calor

Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu oceano
E esqueço que amar é quase uma dor

Só sei viver se for por você...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quem chora no meu ombro, eu juro que não vai embora...

A música brasileira é riquíssima sobretudo pela versatilidade de artistas e ritmos que oferece a seu público também eclético, como esses ritmos aos quais me refiro. No caso da música raiz, sertaneja, temos uma dupla com mais de sessenta anos de carreira, uma dupla feminina, As Irmãs Galvão, hoje, conhecidas apenas como As Galvão.

Formada pelas irmãs Mary Zuil Galvão, natural de Ourinhos/SP e Marilene Galvão, de Palmital/SP, a dupla tem a música em sua vida desde cedo, quando aprenderam a tocar violão. Passaram em várias rádios e em 1952 gravaram seu primeiro disco. E engana-se quem pensa que a dupla só canta moda de viola ou algo do gênero sertanejo raiz, pois já gravaram outros compositores como Chico Buarque, Raul Seixas, Cartola, Baden Powell, João Bosco e Vinícius de Moraes.

Mas, é no repertório sertanejo que a dupla preenche a maior parte dos seus sucessos em clássicos como Tristeza do Jeca, Beijinho doce, No calor dos teus braços, Pedacinhos, Galopeira, Chico mineiro, Cabecinha no ombro, Cabocla Teresa, Chalana, Meu primeiro amor, entre outros sucessos que só perpetuam uma dupla que tem um público fiel e um dever sempre cumprido com a música raiz do Brasil!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Os Músicos do Brasil - 13

Recentemente, partiu para a eternidade um dos maiores músicos não apenas desse país, mas do planeta: o arranjador, clarinetista e saxofonista Paulo Moura. Natural de São José do Rio Preto/SP, herdou da família a paixão por instrumentos de sopros, pois era filho de clarinetista e irmão de trombonista e trompetistas. Seu primeiro registro fonográfico foi com a orquestra que acompanhou Dalva de Oliveira na gravação de Palhaço, de Nelson Cavaquinho.

A lista de artistas que já trabalharam com Paulo Moura em seus shows, cds ou simples apresentações é vasta e entre eles, encontramos Dolores Duran, Wagner Tiso, Marisa Monte, Roberto Carlos, Milton Nascimento, João Bosco, Ney Matogrosso, João Donato, Tom Jobim, entre outros.

Paulo nos deixou em julho desse ano, mas a lembrança de seu trabalho genial, perfeccionista e refinado está presente nos discos e na memória da música brasileira que tem nele um dos mestres a ser estudado pelas futuras gerações!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de agosto de 2010

CD Julio Iglesias - Romances

Em 1989, Roberto Carlos e Julio Iglesias planejavam gravar um disco juntos, idéia vinda do Julio, que sempre admirou nosso cantor, inclusive regravando 20 anos antes a canção Sentado à beira do caminho. Mas, por motivos contratuais entre o rei do Brasil e gravadora, o projeto foi adiado. Julio então gravou o projeto Raízes, que aqui no Brasil foi lançado pelo título de Romances.

São seis faixas, seis medleys voltados para seis estilos parecidos e unidos por um de seus maiores intérpretes. É o caso do primeiro medley intitulado Latino e que traz os clássicos em espanhol: Tres palabras, Perfídia, Amapola, Noche de ronda, Quizas quizas quizas, Adios e El manicero. Ainda nesse idioma, temos Caballo viejo e Bamboleo, na segunda faixa e, exclusivamente em homenagem ao México, temos: Media vuelta, Se me olvido otra vez, Y, Mexico lindo, Al jalico no te rajes e La bamba, na terceira faixa.

A quarta faixa traz um medley brasileiro com Desafinado, Mas que nada, Manhã de carnaval, Aquarela do Brasil, Tristeza, Maria ninguém e Samba do orfeu. A quinta faixa homenageia a Itália com Torna a surriento, Quando m´innamoro, T´ho voluto bene, O sole mio e Quando quando quando. Por fim, a sexta faixa apresenta a cultura francesa com Ne me quitte pas, Que c´est triste Venise, Et maintenant e La vie en rose.

Trata-se de um cd lindo, gostoso de ouvir, cheio de clássicos e com aquela sonoridade ímpar de um cantor que não é clássico apenas nesses países aos quais prestou homenagem, mas no mundo todo que ama o trabalho do Julio e sonha realmente em um dia presenciar esse acontecimento em cd entre ele e o rei Roberto Carlos, digo em cd, porque cantar, eles já cantaram juntos, mas isso é assunto para um futuro capítulo da série Olhando as estrelas. E que estrelas, hein?

Um forte abraço a todos!

sábado, 21 de agosto de 2010

O que é que há

Todos já sabem que sinto muita falta das canções românticas da década de 80, pois vez por outra temos relembrados juntos algumas das mais belas letras que fizeram dessa década a melhor, a meu ver, em termos de paixão. E todos concordam em afirmar que Fábio Jr. é mestre em canções desse tipo, sobretudo nessa fase da música brasileira.

O que é que há é um clássico do repertório do Fábio e também da música brasileira. Quase não pode ficar de fora  de seus shows e, consequentemente dos seus dvds. Trata-se de um casal que parece estar se distanciando, mas que de repente, um chama a atenção do outro para os segredos do amor de quais são cumplices!

O que é que há
(Fábio Jr. e Sérgio Sá)

O que é que há?
O que é que tá
Se passando com essa cabeça?

O que é que há?
O que é que tá
Me faltando prá que eu te conheça melhor?

Prá que eu te receba sem choque
Prá que eu te perceba no toque das mãos
O teu coração

O que é que há?
Porque é que há tanto tempo
Você não procura meu ombro?

Porque será?
Porque será que esse fogo
Não queima o que tem prá queimar?

Que a gente não ama
O que tem prá se amar
Que o sol tá se pondo
E a gente não larga essa angústia do olhar?

Ah! Telefona!
Não deixa que eu fuja
Me ocupa os espaços vazios

Me arranca dessa ansiedade
Me acolhe, me acalma
Em teus braços macios
Macios...

O que é que há?...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu quis fugir, baby, daqui...

Na década de 90, em meio a tantas febres de ritmos que estouravam em todo o país, surgiram alguns artistas que poderiam ter ficado conosco sempre em nossas rádios e em nossa música. Uma delas é Vanessa Teixeira Rangel, ou simplesmente Vanessa Rangel. Tô falando "poderiam ter ficado conosco" porque hoje em dia não sei dela, o que faz, se ainda canta, etc. Mas, o certo é que contribuiu com alguns hits para a música brasileira em determinados momentos.

Vanessa é cantora, compositora, violonista e estourou no país em 1997 com a canção Palpite, tema da novela Por amor. Dois anos antes, já iniciava a carreira artística, cantando em espaços culturais cariocas. Natural de Niterói, a criadora de Palpite, viu sua canção subir o topo das paradas de várias rádios país afora, em seu primeiro trabalho que também trazia a regravação de Acontece, do Cartola. Palpite também fez sucesso no axé, regravada pelo grupo Terra Samba.

Em 2000, com seu segundo cd, emplacou na novela Vila Madalena, sua canção Do avesso, além de apresentar nesse trabalho outras canções como Paisagem na janela. Lembro também de ouvir outro sucesso dela que foi Leve-me daqui. Depois disso se pergunta: por onde anda Vanessa Rangel, pois em um país onde tantos ritmos, estilos e artistas dos mais variados fazem e continuam suas carreiras, sempre com seus públicos, não parece ser justo se esquecer no passado uma artista assim!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os compositores do Brasil - 30

Ele é conhecido por ser o Negro gato, por conta de sua principal criação. Tornou-se um dos maiores compositores da Jovem guarda e referência desse movimento para intérpretes que, posteriormente resolveram o gravar: Getúlio Francisco Côrtes, o Getúlio Côrtes. Natural do Rio de Janeiro, começou dublando artistas norte-americanos e depois passou a atuar como violonista, até ser descoberto como compositor já na Jovem Guarda.

Entre vários intérpretes de seus sucessos, além de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, temos Luiz Melodia, Marisa Monte, Renato e seus blue caps, Eduardo Araújo, José Augusto, Eduardo Lages, Leonardo, Paulo Ricardo, Fagner, Golden boys, etc. E que sucessos são se sua autoria? Você já deve ter ouvido coisas como Quase fui lhe procurar, Esqueça e perdoe, Noite de terror, O feio, O sósia, O tempo vai apagar, Atitudes, O gênio, Eu só tenho um caminho, Por motivo de força maior, Pega ladrão, Nada tenho a perder, Uma palavra amiga, entre outras.

Getúlio continua sendo o eterno Negro gato e faz shows, concedendo entrevistas simpáticas, país afora. Suas canções estão na boca do povo e nos principais shows dos mais variados artistas citados acima, como uma prova de que o bom compositor continua na memória da música brasileira, sempre onde suas melodias e letras são entoadas!

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de agosto de 2010

DVD Roque Santeiro

Todos que me conhecem sabem que desde a infância acompanhei grandes novelas globais e sempre cito ao menos umas dez entre as preferidas. Tieta, Que rei sou eu, Rainha da sucata, Sassaricando, O salvador da Pátria, Mulheres de areia, Lua cheia de amor, Brega e chique, Pedra sobre pedra, enfim, são muitas novelas que fazem parte do meu imaginário de criança e adolescente. Inclusive, sempre gostei dos temas musicais das novelas, destacando isso em uma postagem e, posteriormente as letras de algumas, vez por outra figuram de forma especial se associando a esses inesquecíveis personagens.

Pois bem, agora, podemos ter uma delas em nossa casa. Isso mesmo, Roque Santeiro, sucesso de 1985 está compactada em 16 dvds, vendidos em um box pela Som Livre e encontrados no próprio site e também em lojas como a Livraria Cultura. Dessa forma, podemos ter em nossos lares a trama que tanto nos alegrou e nos emocionou nos anos 80 e entender que boa novela não precisa girar em torno de um vilão e de um mocinho. Viúva Porcina, Roque Santeiro, Sinhozinho Malta, Pe. Hipólito, Sr. Florindo, D. Pombinha, Mocinha, Professor Astromar, Zé das Medalhas e tantos outros estarão em nossos lares nos divertindo.

Foi dessa novela que escutamos grandes hits como De volta pro aconchego com Elba Ramalho, Dona com Roupa Nova, Sem pecado e sem juízo com Baby do Brasil, Isso aqui tá bom demais com Dominguinhos e Chico Buarque, A outra com Simone, Chora coração com Wando, Mistérios da meia-noite com Zé Ramalho, Vitoriosa com Ivan Lins, entre outras que caracterizaram a melhor novela de todos os tempos. "Tô certo, ou tô errado"?

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de agosto de 2010

As cidades cantadas - 11

Goiânia/Go só faz aniversário em 24 de outubro, mas já foi cantada por vários artistas, entre eles Sérgio Reis e Leandro e Leonardo, na canção Rumo a Goiânia. E é essa terra presente na Região Centro-oeste do Brasil que vem hoje abrilhantar essa série que põe juntos música e geografia, unindo cidades às suas homenagens.

Cantada por muitos sertanejos, é na gravação de Leandro e Leonardo, perpetuada por Leonardo, que Rumo a Goiania ganhou conhecimento nacional, sobretudo ao expressar a saudade de alguém que vai da cidade grande, no caso São Paulo, passa por diversas outras cidades e o coração pulsa cada vez mais forte, de volta à sua querida terra:

Rumo a Goiânia
(Paiva)

É noite o carro está rugindo parecendo fera
Voando baixo em Campinas, na via Anhanguera
Já estou vendo ao longe a linda e doce Ribeirão
Toda iluminada feito um céu no chão
Na noite azulada de uma primavera

A saudade já não cabe no meu coração
Grudadas como faz na estrada, os pneus no chão
Uberaba e Uberlândia já deixei prá trás
Em Itumbiara, entrando em Goiás
Quase que eu decolo feito um avião

Heeeei! Goiânia!
Não deu prá segurar a barra, então eu voltei
Heeeei! Goiânia!
Avisa aqueles olhos lindos que eu já cheguei

Esses olhos reluzentes que eu busco agora
Se me chamam com desejo, prá mim não tem hora
É por isso que eu ando em alta rotação
Feito um asteróide na escuridão
O motor do carro parece que chora

O sol agora está nascendo, está chegando o dia
Mas sei que valeu a pena tanta correria
Eu quero estar nos braços dela daqui a pouquinho
Pois passei a noite voando sozinho
Dentro desse carro pela rodovia

Heeeei! Goiânia!
Não deu prá segurar a barra então eu voltei
Heeeei! Goiânia!
Avisa aqueles olhos lindos que eu já cheguei

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Devolvi suas cartas amorosas...

Uma das cantoras mais populares desse país, Idenilde de Araújo Alves da Costa. Com esse nome,  poucos conhecem, mas Núbia Lafayette, todos já ouviram, sobretudo pelas serestas país afora. Natural de Assu, interior do Rio Grande do Norte, Núbia mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas três anos de idade, começando sua carreira artística na década de 50, na era dos rádios.

O nome artístico foi uma sugestão do compositor Adelino Moreira, de quem recebeu seus maiores sucessos. Fã declarada de Dalva de Oliveira, Núbia sempre deixou transparecer essa influência, passando também a influenciar posteriormente outros nomes como Fafá de Belém, Tânia Alves, Alcione e Elymar Santos. Entre seus sucessos podemos destacar Seria tão diferente, Solidão, Negue, Devolvi, Casa e comida, Matriz ou filial, Lama, Fracasso, Ninguém é de ninguém, Alguém me disse, entre outras.

Núbia partiu para a etenidade em 2007. Fica a certeza de que muitos amaram ao som de suas músicas e foram felizes com sua voz, perpetuada hoje e sempre por fãs que a escutam e, vez por outra, entoam alguns de tantos sucessos românticos lembrados e importalizados por sua voz!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Você queria ser o grande herói das estradas...

Este é um dos artistas daqueles que já deveriam constar aqui há mais tempo, mas como tudo tem sua hora, aqui está Salomão Borges Filho, mais conhecido por Lô Borges. Natural de Belo Horizonte/MG, Lô é mais um grande nome fundador do famoso Clube da Esquina, junto com seu irmão Márcio e tantos outros já comentados por aqui como Milton, Beto, Brant e Tiso.

Depois do disco Clube na esquina, lançou em 1973 seu primeiro disco. Já teve suas canções interpretadas por nomes como Milton Nascimento, Nana Caymmi, Simone, Gal Costa, Caetano Veloso, Flávio Venturini, Nando Reis, Elba Ramalho, Skank e Elis Regina. E entre tantos sucessos de seu repertório, podemos citar Paisagem na janela, Clube da esquina nº 2, O trem azul, Quem sabe isso quer dizer amor, Para Lennon e Mac´Cartney, Tudo que você podia ser, Dois rios, Nuvem cigana, etc.

Lô Borges faz parte não apenas da história do Clube da esquina ou da música mineira, mas já é parte fundamental da música brasileira, que ajuda a divulgar no exterior e Brasil afora, em seus shows e com seu público fiel, presente em seus shows e com suas canções na ponta da língua!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de agosto de 2010

Meu velho

Nos anos anteriores apresentei aqui duas das canções mais executadas hoje em homenagem aos pais: Pai, de Fábio Jr. e Meu querido meu velho meu amigo do Roberto. Outra canção que muito emociona a todos os papais, especialmente na data de hoje é Meu velho, na interpretação do Altemar Dutra, também regravada posteriormente pelo José Augusto com a inclusão da voz do Altemar em um lindo dueto.

Em uma data tão importante, onde nos lembramos dos ensinamentos paternos, somos felizes por termos canções como essas, verdadeiros hinos e que são executadas em tempos tão dificéis em que filhos já não têm, nem demonstram tanto amor por seus pais nem o respeito devido. Altemar Dutra Jr., filho de Altemar também a canta e deve hoje e sempre lembrar de seu amado pai ao soltar a voz em:

Meu velho
(José e Piero, Versão de Nazareth de Brito)

É um bom tipo meu velho
Que anda só e carregando
Sua tristeza infinita
De tanto seguir andando

Eu o estudo desde longe
Porque somos diferentes
Ele cresceu com os tempos
Do respeito e dos mais crentes

Velho, meu querido velho
Agora caminha lento
Como perdoando o vento
Eu sou teu sangue meu velho
Teu silêncio e o teu tempo

Seus olhos são tão serenos
Sua figura é cansada
Pela idade foi vencido
Mas caminha sua estrada

Eu vivo os dias de hoje
Em ti o passado lembra
Só a dor e o sofrimento
Tem sua história sem tempo

Velho, meu querido velho
Agora caminha lento
Como perdoando o vento
Eu sou teu sangue meu velho
Teu silêncio e teu tempo

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de agosto de 2010

Ney Matogrosso Vivo

Ney Matogrosso é um artista de muitos discos ao vivo. Por si só apresenta uma arte apreciável e quem curte seu trabalho com afinco sabe melhor que eu que tudo isso é uma verdade. Eu conheço pouco do Ney, mas gostei bastante desse trabalho, intitulado de Vivo e que traz os maiores sucessos de sua carreira, além de interpretações mais recentes e sempre marcantes.

Esse projeto também foi lançado em dvd em 2000 e possui as canções Mulher barriguda, Com a boca no mundo, Miséria no Japão, Vira-lata de raça, Novamente, Poema, Mesmo que seja eu, Faço de tudo, A balada do cachorro louco, O vira, Exagerado, Bomba H, O último dia, A cara do Brasil, Sangue latino, Rosa de Hiroshima, Balada do louco, Homem com H, Pro dia nascer feliz e Metamorfose ambulante. O dvd ainda traz Olhos de farol, Fazê o quê?, Garota Nacional  e bis em Poema e Miséria no Japão.

Olhando por aí, com um repertótio desses e com a sempre arte do Ney não há quem questione a qualidade dessa obra-prima e não a qualifique como um grande presente para os amantes da boa música e para quem curte a obra do Ney, pois ter em sua casa um dos melhores se não o melhor trabalho realizado por ele é algo genial, afinal todos seus trabalhos, carregados de muito profissionalismo, podem ser considerados os melhores!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Caia na gandaia, entre nessa festa...

A Era das discotecas foi uma febre em terras brasileiras, marcado por muita dança e por um grupo vocal feminino chamado As Frenéticas, tendo como integrantes: Lidoka Martuscel, Sandra Pêra, Leiloca Neves, Regina Chaves, Dudu Moraes, Edyr de Castro, Cláudia Borioni e Patrícia Boechat. Com incentivo de Nelson Motta e tendo a produção de Liminha, o primeiro disco já contou com o sucesso Perigosa, parceria de Nelson, Rita Lee e Roberto de Carvalho, já representando grandes vendagens para o grupo.

Foi com Dancin Days que se tornaram conhecidas nacionalmente e emplacaram sucessos posteriores como O preto que satisfaz, Ai! se eles te pegam, É que nessa encarnação eu nasci manga, Você escolheu o super-herói errado, Vingativa, A felicidade bate a sua porta, Perigosas peruas, etc. O grupo também participou de outros trabalhos, como foi o caso do Lp Erasmo Carlos convida, dividindo com o tremendão a faixa Se você pensa.

As Frenéticas foi um grupo muito marcante, mas que se desfez e se refez várias vezes. Recentemente, com novas formações, mas mantendo alguns membros antigos trabalharam em várias apresentações, sempre com uma receptividade legal e um momento ímpar nas lembranças de quem viveu esses momentos felizes! Curioso foi não ter encontrado fotos com todos os integrantes, mas com a formação clássica, postada acima!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

No meio da couve-flor tem a flor...

Jorge Henrique Mautner é daqueles artistas que compõe a lista de grandes nomes, pelo trabalho e pelo tempo que esse trabalho é prestado à música brasileira, sempre com uma qualidade ímpar. Compositor, músico e escritor, estudou violino ainda na infância com seu pai e mais tarde piano e bandolim. Sua primeira canção foi composta em 1958, sob o título de Olhar bestial.

Jorge já foi regravado por vários artistas como Fagner, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Wanderlea, Chico Science, Zé Ramalho, entre outros. E entre muitas canções compostas durante toda sua carreira, podemos destacar Maracatu atômico, Vampiro, Eu não peço desculpas, Todo errado, Samba dos animais, Cinco bombas atômicas, Lenda do Pégaso, Vida cotidiana, Aeroplanos, Lágrimas negras, Orquídea negra, Morre-se assim, etc.

Jorge é daqueles artistas que mesmo sem ser tão conhecido, tem seu público cativo e faz sempre seus shows país afora, sempre com canções inteligentes e ricas em metáforas. Sua aproximação com Caetano e Gil o tornou mais conhecido e popular. Aqui em Pernambuco, Chico Science imortalizou seu Maracatu atômico. Interessante também foi sua participação recente no show Coisas de Jorge, junto com os outros "Jorges" da música brasileira: Benjor, Vercilo e Aragão.

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de agosto de 2010

Erasmo Carlos Rock 'N' Roll

Um dos poucos projetos inéditos lançados recentemente é o trabalho do tremendão Erasmo Carlos, intitulado de Rock 'N' Roll, onde Erasmo volta a suas origens e faz um trabalho altamente voltado para o rock com composições inéditas, novas parcerias e também um lançamento quase improvável: o trabalho também saiu com cópias limitadas de vinil e vem com texto de Rita Lee em todas as suas versões.

Produzido por Liminha, esse trabalho comemora os 50 anos de carreira do tremendão em grande estilo, pois além de assinar as doze composições, são apresentadas parcerias inéditas como Chuva ácida e Noturno carioca com Nelson Motta, Noite perfeita e A guitarra é uma mulher com Chico Amaral (Skank), Um beijo é um tiro e Mar Vermelho com Nando Reis e Celebridade com Liminha e Patrícia Travassos.

O carro-chefe do cd é Cover, assinada apenas por Erasmo e funciona como uma espécie de protesto, pois ele nunca se deparou com um cover seu. Com letras geniais, coisas típicas do tremendão, temos ainda Jogo sujo, Olhar de mangá, Vozes da solidão e Encontro às escuras. Várias mulheres são citadas e homenageadas em Olhar de mangá, coisas que Erasmão sabe fazer muito bem em um cd gostoso de se ouvir e de se celebrar na tão escassa música brasileira atual!

Um forte abraço a todos!

sábado, 31 de julho de 2010

Alvorada voraz

Essa canção foi sucesso nos anos 80 com o RPM e mais recentemente com a gravação do Acústico MTV da banda, ganhando, nessa última versão, uma atualização em sua letra altamente crítica e que pouco tem a ver com a paz de uma imagem como essa apresentada acima.

Aborda a violência reinante que emite um medo comum e nos torna refém dele, em uma sociedade também refém da marginalidade e de políticos que se comportam como tais marginais, embora de gravatas. Tudo isso esbarrando apenas em nosso conformismo, como denuncia a letra.  Então considero das letras mais atuais: infelizmente o que temos presenciado é uma alta violência social e uma elevada hipocrisia na atual política desse país!

Alvorada voraz
(Luiz Schiavon, Paulo Ricardo e Paulo Pagni)

Na virada do século, alvorada voraz
Nos aguardam exércitos, que nos guardam da paz.
Que paz!

A face do mal, um grito de horror
Um fato normal, um êxtase de dor
Medo de tudo, medo do nada
Medo da vida, assim engatilhada !

Fardas e forças, forjam as armações
Farsas e jogos, armas de fogo
Um corte exposto, em seu rosto amor
E eu, nesse mundo assim, vendo esse filme passar,
Assistindo ao fim, vendo meu tempo passar...

Apolípticamente, como um clip de ação
Um clic seco um revólver, aponta em meu coração
O caso Sudan, Maluf, Lalau , Barbalho Sarney,
E quem paga o Jornal? É a propaganda
Porque nesse pais, é o dinheiro quem manda

Juram que não corrompem ninguém,
Agem assim, pro seu próprio bem
São tão legais, foras da lei, pensam que sabem de tudo
O que eu não sei, eu sei...

Nesse mundo assim vendo esse filme passar
Assistindo ao fim vendo o meu tempo passar...

Um forte abraço a todos!